Pelo resto daquela sexta-feira eu evitei ao máximo pensar naquele assunto que estava me deixando angustiada. Depois que eu cheguei da faculdade tentei de todas as formas manter minha mente ocupada.
Como a minha mãe ainda não havia chegado para fazer o almoço como todos os dias, eu fiz por ela. Arrumei a casa inteira, fiz o almoço, lavei os pratos, arrumei meu quarto ㅡ o meu quarto não estava bagunçado, mas eu fiz questão de arrumar o que não estava tão arrumado ㅡ e preparei a mesa do almoço.
Almocei com o meu pai, ajudei ele com as coisas do trabalho e esperei que ele fosse trabalhar. Quando ele saiu fiquei sozinha em casa e resolvi assistir um filme, até que perdi a paciência.
E agora estava aqui no porão. Sentada no banco, olhando para a tela em branco, na mão direita estava o pincel, na mão esquerda a paleta de cores. Naquele porão eu me encontrava no mesmo lugar, na mesma forma e na mesma situação angustiante.
Por que? Amanhã eu vou ter, aparentemente, um encontro com um garoto que eu estava disposta a conhecer. Por que eu não parava de pensar no Apolo? Por que eu não parava de lembrar dos sentimentos? Por que eu não conseguia achar a resposta para o que eu estava sentindo? Para aquelas perguntas só existia uma Maya sem saber o que fazer.
Era naquela situação que, infelizmente, eu me encontrava. Sentada num banco sem inspiração e sem respostas.
Peguei o celular que estava perto de mim, liguei o mesmo e encarei a tela dele pensando no que eu poderia fazer. Meu dedo deslizou automaticamente pela tela apertando no Whatsapp, abri o grupo que estava cheio de mensagens.
Beca- Eu não acredito que vocês me acordaram do meu cochilo da tarde para me lembrar disso.
Naquele momento eles estavam falando sobre o meu encontro com o Thiago. Aparentemente, eles ainda estava desacreditados.
Thiago- Eu também acho. O que é que tem eu sair com a Maya? É só um passeio.
Apertei minhas sobrancelhas observando a mensagem do Thiago.
Lu- Te conhecemos, Thiago. Você pode ser meu melhor amigo, mas ainda tenho minhas dúvidas sobre você.
Thiago- Nossa, Lucca, me magoou profundamente!
Acabei rindo daquela mensagem do Thiago saindo do grupo e abrindo a mensagem do Apolo. Ele estava online a três minutos atrás, o que significa que ele estava no intervalo da faculdade nesse momento.
E no segundo seguinte me lembrei das palavras da Priscila mais cedo.
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ㅡ Ue. Tem o Thiago que faz questão de demonstrar interesse, e também o Apolo que ela disse que é melhor amigo mas vive dizendo que tá lembrando dos sentimentos. ㅡ Priscila explicou detalhadamente.
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Segurei meu queixo com uma grande expressão de dúvida na minha face. Será mesmo que seria tudo isso? Lembrar do que eu sentia pelo Apolo era sinal que tudo que eu sentia ainda está aqui? Ou era apenas para mostrar que o que sentimos e o que temos não é nada além de amizade?
Sai da mensagem do Apolo e entrei na do Thiago que naquele momento estava digitando. As dúvidas rodavam a minha cabeça enquanto eu estava tentando fugir de tudo.
E eu não poderia fazer isso, não com o Thiago. Ele era uma ótima pessoa e sair com alguém que ainda está em dúvidas do que sente ou que está, supostamente, voltando a sentir não era justo. Nem com ele, nem comigo e nem com o Apolo.
Comecei a digitar pensando numa desculpa, entretanto, ele mandou a mensagem primeiro.
Thiago- Eu já tenho uma ideia de onde podemos ir amanhã!
Pude reparar na animação que havia na sua mensagem e isso fez meu peito se apertar.
Sem escolha, respondi;
Maya- Onde?
Thiago- Eu tenho um tio que é dono de uma República, e ao lado da República tem um lugar bem legal onde eu quero lhe mostrar. Aceita?
Abaixei minha cabeça sem saber o que fazer. Eu me sentia uma idiota por estar dividida daquele jeito. Uma parte de mim queria dizer não e encontrar as respostas pelo que estava passando pela minha cabeça, porém, a outra parte queria muito ir conhecer o Thiago.
E, sem saber ainda o que fazer, a parte que venceu foi;
Maya- Aceito.
Apaguei a tela do celular e coloquei ele de volta na mesinha. Respirei fundo enquanto fechava os olhos. Por que eu não conseguia fazer isso?
ㅡ Ai, Maya... ㅡ Pus minha mão na testa me sentindo uma tola por estar naquela situação. ㅡ Por que você não encontra logo as respostas? É uma coisa tão simples! ㅡ Reclamei comigo mesmo.
ㅡ Você não quer abrir os olhos para a verdade. ㅡ Tomei um susto ao ouvir a voz da minha mãe.
ㅡ Ai, mãe! Que susto! ㅡ Resmunguei. ㅡ E o que a senhora quer dizer com isso??
ㅡ Eu já disse; o Apolo daria um genro perfeito... ㅡ Ela cantarolou saindo do porão me deixando com uma expressão pensativa.
Antes que eu pudesse emitir uma reação meu celular tocou me fazendo pega-lo e ver que era a mensagem do Apolo.
Apolo- Posso dormir na sua casa?
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Meu Melhor Amigo
RomanceMaya e Apolo eram duas pessoas diferentes que se encaixavam numa amizade linda que foi construída de surpresa. Maya, uma garota apaixonada por arte na espera que o seu talento fosse reconhecido. Apolo, um belo de um cozinheiro de mão cheia e um garo...