ㅡ Como foi o seu primeiro dia, Apolo? ㅡ Questionei enquanto entrávamos no meu quarto. Andei até a janela e abri uma das cortinas, abri quase a metade da janela para deixar que o ar entrasse.
ㅡ Foi bem interessante ㅡ Apolo respondeu fechando a porta do quarto e correr até a minha cama. Os meus pais não se importavam com o Apolo estar no meu quarto comigo sozinha e a porta fechada.
Na verdade, eles já me disseram que havia uma esperança de casar eu e o Apolo algum dia. Era um absurdo.
ㅡ O pessoal me recebeu muito bem, as pessoas da sala eram muito simpáticas. Além disso, tinha o Jorge e a Lina lá. ㅡ Ele respondeu dobrando os braços e colocando atrás da cabeça.
ㅡ A Lina, é? ㅡ Pigarrei me aproximando da cama e tocando no colchão. Eu não estava confiando tanto naquela Lina, na real, nunca confiei.
ㅡ Tá, ok, sei que você não gosta dela. ㅡ Apolo deu de ombros. ㅡ Mas o que eu posso fazer? Na faculdade ela estava bem mudada. Até mais bonita.
Revirei meus olhos me afastando da cama e indo até a minha mochila que estava empedurada. Abri a mesma e peguei o livro que estava lá. O livro era a Teoria das personalidades.
Estranho? Talvez.
ㅡ Ah, Maya! Você sabe que eu não posso deixar essa oportunidade passar. ㅡ Encarei o Apolo assim que ouvi. ㅡ Todo mundo sabe que ela sempre teve uma queda por mim.
ㅡ Aham, rei delas. ㅡ Debochei afastando a cadeira da minha mesa de estudos e me sentei lá. ㅡ Sem duvidar do seu charme, mas acho que não é isso.
ㅡ O que? Como assim não acha? Eu percebia o olhar dela pra mim no colegial! ㅡ Apolo sorriu convencido. Aquele era um grande problema que me irritava no Apolo, ele era convencido demais.
ㅡ Ela olhava para mim com deboche, Apolo. Aqueles olhares não eram para você. ㅡ Retruquei.
ㅡ Talvez ela tivesse uma queda por você e ficava com raiva por você estar comigo. Será que ela é do Vale? ㅡ Apolo coçou a cabeça com uma expressão de confuso.
ㅡ É claro que não, Apolo! Oh, Deus... ㅡ Resmunguei. ㅡ Ela começou a pegar ranço de mim por causa daquele idiota do Pedro Augusto.
ㅡ Pedro Augusto? Que nome horrível.
ㅡ Você disse que ele era gato na época. ㅡ Debochei rindo.
ㅡ Cancela, cancela, cancela. ㅡ Apolo reclamou balançando as mãos. ㅡ Mas o que a Lina tinha haver com o PA? Aquele cara não era o mais gato da turma, era eu na verdade.
ㅡ Pedro Augusto tinha um crush na Lina, ficou atrás dela por quatro anos e mesmo assim ela apenas gostava de ver ele correndo atrás dela. Até que eu cheguei e ele começou a fazer amizade comigo. ㅡ Expliquei gesticulando. ㅡ Ah, mas por que eu tô contando isso? Não quero ser a cura para a sua amnésia.
ㅡ Shh... ㅡ Ele emitiu um som estranho. ㅡ Tadinho do PA, correu atrás da Lina por anos e ela era do Vale desde sempre.
Acabei rindo da lerdeza do Apolo me virando para a mesa e abrindo o livro. Eu precisava lê-lo até a manhã e fazer um pequeno resumo.
Comecei a ler a pequena linha, no entanto, um barulho de arma soou me fazendo tomar um susto.
ㅡ Apolo! ㅡ Chamei atenção dele. ㅡ Desliga isso, ou abaixa! Tô querendo ler!
ㅡ Tá, tá, desculpa.
Revirei meus olhos voltando a olhar para o livro, porém, o barulho de arma soou mais alto.
ㅡ APOLO! ㅡ Gritei me levantando da cadeira e indo até a cama. ㅡ Desliga essa merda!
ㅡ Não, Maya! Tô quase subindo de nível!
ㅡ Não tô nem aí! ㅡ Tentei pegar o celular de cima dele, porém, ele foi mais rápido e me puxou para cair na cama. ㅡ APOLO!!
A sua risada de deboche me fez ter mais raiva, peguei o travesseiro me sentando em cima dele e comecei a ataca-lo com o travesseiro.
ㅡ Espera, Maya! Espera!! ㅡ Apolo riu alto tentando se defender.
ㅡ Desliga essa merda de som antes que eu jogue do outro lado da rua pela janela! ㅡ Exclamei nervosa fazendo ele encarar meu rosto sorrindo.
ㅡ Machucou. ㅡ Ele fez biquinho fazendo drama, revirei meus olhos. ㅡ Aliás, pode jogar. Tô querendo outro mesmo.
ㅡ Arg, Apolo, tô falando sério. Amanhã eu tenho que fazer um resumo da Teoria das personalidades. ㅡ Fiz biquinho também fingindo drama. Era daquele jeito que a gente brincava um com o outro, fazendo biquinho para tentar convencer.
ㅡ Ok, vou desligar. ㅡ Ele abriu um sorriso inocente. Apertei meus olhos encarando ele desconfiada.
ㅡ Sério?
ㅡ Sim, eu... ㅡ O som da porta se abrindo o interrompeu.
ㅡ Maya, eu... ㅡ A minha mãe entrou no quarto e encarou aquela cena por alguns segundos. Ou melhor, encarou a minha pessoa em cima do Apolo e com o travesseiro na mão. ㅡ Vou nem comentar. ㅡ Ela ergueu as mãos virando as costas.
ㅡ O que? Mãe, volta aqui! ㅡ Sai de cima do Apolo e corri para fora do quarto alçando minha mãe. ㅡ O que foi, mãe?
ㅡ Nada, Maya. Sem comentários. ㅡ Cruzei meus braços esperando que ela se virasse. ㅡ Ok, aquele era um tipo de fetiche?
Arregalei meus olhos.
ㅡ Eca, mãe! ㅡ Fiz uma careta de nojo. ㅡ É o Apolo!
ㅡ Eu sou gostoso, Maya. ㅡ Apolo apareceu na porta do quarto e cruzou os braços com um sorriso convencido. ㅡ Até a sua mãe sabe da sua queda por mim.
ㅡ Cala essa boca, Apolo! ㅡ Revirei meus olhos. ㅡ Mãe, eu só estava batendo nele. Coisa saudável.
ㅡ Bem saudável. ㅡ Apolo resmungou.
ㅡ Apolo! ㅡ Reclamei. ㅡ Tá, mãe, voltando. O que a senhora iria dizer quando abriu a porta?
ㅡ Lá na empresa, estão precisando de uma modelo para testar o produto novo e fazer campanha. ㅡ Ela respondeu. ㅡ Ai eu pensei em você.
ㅡ Modelo?
ㅡ Eu posso fazer isso pela Maya. ㅡ Apolo sorriu convencido mais uma vez.
ㅡ Ok, mãe, a gente fala disso quando o APOLO não ESTIVER AQUI! ㅡ Afirmei me virando e empurrando o Apolo para dentro do quarto.
ㅡ Ai, Maya, que grosseria! ㅡ Apolo resmungou enquanto eu empurrava ele para dentro do quarto e ele se sentou na cama emburrado. ㅡ Eu só queria ser modelo por um dia.
ㅡ Mas, a minha mãe falou de MIM! ㅡ Apontei para meu próprio corpo.
ㅡ O que é que tem? Eu coloco uma peruca e fica tudo bem. ㅡ Apolo sorriu de um jeito sarcástico. Revirei meus olhos voltando para a cadeira e me sentando lá na intenção de voltar a ler.
ㅡ Olha, vê se não liga esse maldito Free Fire novamente, ok? ㅡ Quase gritei irritada enquanto pegava o livro. ㅡ Eu tenho que ler isso pra AMANHÃ.
ㅡ Tudo bem, Maya. Eu vou ficar aqui... quietinho. ㅡ A última palavra dele saiu de um jeito diferente.
Dei de ombros sem da importância me virando para o livro novamente, todavia, não deu nem 5 segundos o Apolo voltou a fazer barulho de arma só que mais alto.
ㅡ APOLO!!! ㅡ Gritei revoltada me levantando da cadeira e correndo até ele.
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Meu Melhor Amigo
RomanceMaya e Apolo eram duas pessoas diferentes que se encaixavam numa amizade linda que foi construída de surpresa. Maya, uma garota apaixonada por arte na espera que o seu talento fosse reconhecido. Apolo, um belo de um cozinheiro de mão cheia e um garo...