51_ A exposição.

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Sábado, às 20:03.
A hora da exposição.

ㅡ Respira, Maya, respira. ㅡ Falei para mim mesma, andando de um lado para o outro, balançando a minha mão aberta na frente do rosto na tentativa de me acalmar. ㅡ É o dia que você sonhou desde que tinha 9 anos. Nada pode estragar isso.

Caminhei de um lado para o outro piscando meus olhos repetidamente, balançando a minha mão. Parei no meio do quarto e respirei o mais fundo que consegui antes de me aproximar do espelho e me olhar.

Lá estava eu. Com o cabelo arrumado de um jeito que nunca arrumei, o vestido preto que a minha mãe comprou caiu feito uma luva no meu corpo, uma maquiagem leve no rosto e um batom matte. Amor próprio.

Sabe quando você esta em uma fase boa com si mesma? Era isso que eu sentia naquele momento. Eu estava na faculdade que eu lutei para estar, continuei focando e pintando meus quadros. Agora, saber que eu criei um amor por mim mesma, era grandioso e incrível.

Alegria. Ah, não posso deixar de sentir isso. Claro que ainda estava um pouco mal pelo fato do pai do Apolo não estar com a gente, porém, não posso fingir que não estou feliz. Eu me sentia bem com tudo que estava acontecendo.

Realização. Eu me sentia realizada por ter conseguido conquistar a minha musa com os meus trabalhos e, consequentemente, uma exposição surpresa com OS MEUS quadros. Era incrível.

Ergui meu queixo ao sentir lágrimas inudarem meus olhos. Não queria borrar a maquiagem de jeito nenhum, ou então a minha mãe me mataria.

ㅡ Amor? ㅡ A porta do quarto foi aberta pelo Apolo. Assim que eu o olhei fiquei em estado de choque por breves segundos. Ele estava completamente arrumado, com um smoking e calça social e até mesmo com o cabelo penteado. Aquele não era o normal dele, entretanto, nada podia deixa-lo feio ou estranho. Ele era lindo de qualquer jeito. ㅡ Nossa, que linda. Me sinto um bobo perto de você.

Sorri de forma tímida me aproximando dele em passos lentos. Toquei em seu peito com as duas mãos sorrindo para ele.

ㅡ Você também está lindo, Apolo. ㅡ Mordi meu lábio inferior. ㅡ Não é comum usar smoking, mas mesmo assim você continua perfeito.

ㅡ Quero te beijar. ㅡ Ele franziu a testa. ㅡ Você está tão irresistível, mas eu não quero estragar a maquiagem.

Ri disso me aproximando dele e unindo nossos lábios em um beijo rápido. Infelizmente.

ㅡ É um batom que dura 24h. ㅡ Respondi me afastando dele. ㅡ É um dos novos lançamentos da empresa da minha mãe, na verdade. Ela me deu de presente.

ㅡ A sua mãe é... ㅡ Ele foi interrompido pelo grito dela em seguida.

ㅡ MAYA E APOLO! O CARRO JÁ ESTÁ AQUI E ESTAMOS ATRASADOS!!! ㅡ O grito dela soou me fazendo ri.

Me aproximei da mesa pegando a minha bolsinha de alcinha, colocando-a em meu ombro, antes de pegar na mão do Apolo e puxá-lo para fora do quarto.

Os minutos seguintes se consistiram em todos nós indo até o carro. Durante todo o percurso até a galeria eu fui tentando controlar a minha respiração para não ficar tão nervosa.

Quando chegou na frente da Galeria, que se chamava Kelly's Art, saímos do carro e eu parei alguns instantes para perceber como estava a decoração. Tinha um caminho de luzes Led até a porta, o nome da galeria estava com luzes coloridas no fundo e uma grande iluminação vinha de lá de dentro.

Era real.

Segurei firme na mão do Apolo enquanto caminhamos pelo caminho de Led até dentro da galeria. Assim que entramos meu queixo caiu ao ver como estava lá dentro. Os quadros, as luzes, as pessoas chiques, as artes... Tudo.

Meus olhos se encheram d'água em questão de segundos.

ㅡ Maya! ㅡ Emily começou a se aproximar de nós com um sorriso enorme nos lábios. Fiquei de boca aberta com a roupa que ela estava que se tratava de um vestido branco longo com renda e detalhes brancos. ㅡ Boa noite a todos.

Nos comprimentos ela.

ㅡ As suas obras estão em um salão especialmente para elas. ㅡ Emily respondeu. ㅡ Falta chegar apenas mais dois convidados importantes. Ah, eles chegaram!

ㅡ Eles?

ㅡ É claro. Joe Wilson e o seu namorado. ㅡ Emily respondeu. ㅡ Vou cumprimenta-los. ㅡ E assim ela saiu de perto de nós.

ㅡ Joe Wilson??? ㅡ Arregalei meus olhos na mesma hora me virando pra atrás e vendo que a Joe estava REALMENTE entrando. ㅡ Ai, meu Deus.

ㅡ Quem é ela? ㅡ Meu pai questionou confuso.

ㅡ Como assim "quem é ela?" Pai, aquela é simplesmente uma das escritoras mais famosas da atualidade. ㅡ Expliquei. ㅡ Meu Deus, eu vou surtar antes mesmo da exposição dos meus trabalhos.

ㅡ Fica calma, amor. ㅡ Apolo se enclinou e beijou a minha testa. ㅡ Estamos com você.

ㅡ Aqueles não são seus amigos da faculdade? ㅡ Minha mãe apontou para a frente, lá já pude ver o pessoal. Sem o Thiago.

Vou falar falar com eles. ㅡ Afirmei, dando um selinho no Apolo antes de caminhar até eles. Meu coração palpitava mais forte a cada quadro que eu passava. ㅡ Oi, gente.

ㅡ Maya!! ㅡ Priscila e Rebeca me abraçaram assim que me viram. Pois é, a Rebeca me abraçou por livre e espontânea vontade.

ㅡ Amiga, isso aqui tá lindo demais. ㅡ Priscila falou sorrindo. ㅡ Parabéns.

ㅡ Parabéns, Maya. Isso aqui tá... incrível. ㅡ Lucca sorriu para mim em seguida.

ㅡ E... nada do Thiago? ㅡ Perguntei, hesitante, batendo meus dedos um no outro. ㅡ Continua na mesma?

ㅡ Sim. ㅡ Rebeca assentiu. ㅡ Ele saiu do grupo de uma vez e não fala com a gente. Sinto muito, gente, mas eu não ligo a mínima. Eu gosto da amizade do Thiago, ele é uma boa pessoa, mas as atitudes dele só mostra que ele é infantil.

Abaixei minha cabeça.

ㅡ Não queria que as coisas fossem desse jeito.

ㅡ Não é culpa sua. Relaxa, ok? Hoje é o seu dia e temos que festejar a sua primeira exposição. ㅡ Pri ergueu as mãos. ㅡ Tudo bem?

Assenti abrindo um sorriso para eles, entretanto, antes eu falasse senti o celular vibrando repetidamente. Era uma ligação.

ㅡ Gente, só um segundo. ㅡ Fiz um sinal abrindo a minha bolsa me afastando um pouco deles. Era um número desconhecido, sem esperar atendi na mesma hora.

Maya- Alô?

Número desconhecido- Boa noite, Srta Maya. Aqui é o Doutor Silva, responsável pelo tratamento do Sr Tavares.

Maya- Oh, sim. Boa noite, Dr Silva. O que foi? Aconteceu alguma coisa?

Dr Silva- Eu tentei falar com os parentes dele, mas só davam na caixa postal. Seu namorado que me mandou esse número caso acontecesse algo.

Meu coração acelerou e um aperto surgiu. Não...

Maya- E... e aconteceu?

Gaguejei, sentindo a minha mão começando a ficar trêmula.

Dr Silva- Eu sinto muito em te dá uma notícia dessa para você informar para os familiares dele. O Aneurisma estourou no final da tarde, enquanto ele dormia. Ele... não recebeu o tratamento imediato.

Maya- Não...

Dr Silva- Sinto muito...

•••

2/5...

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora