Capitulo 61: Aquela que está de mal- humor.

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Por Akemi que tem sentimentos pela sua veterana.

Eu estou num canto afastado do dormitório, eu tento ao máximo evitar contatos visuais com Clara. Desde aquele dia do qual visitamos a minha casa, as coisas não tem sido as mil maravilhas para nós.

Eu simplesmente não consigo entender, é como se Clara tivesse raiva do meu irmão ou coisa do tipo. Eu só queria poder entender o porquê de ela ter tanto ranço assim dele.

Agora, eu me encontro ao lado da janela, na minha mão esquerda, está um pequeno diário que eu tenho desde muito pequena, nele eu conto os meus mais profundos e insanos pensamentos. Eu sempre amei escrever, e isto é fato,

Desde pequena, eu sempre me senti sozinha, papai vivia viajando mundo a fora, e Keigo sempre foi um garoto que gostava de ficar quieto em seu espaço, principalmente no jardim. Devido à essa divisão de nobres e plebeus, eu acabei que nunca tive alguma amiga, ou qualquer envolvimento com crianças da minha idade, a não ser com Keigo, que vira e mexa estava lá no jardim com o seu amigo imaginário.

Às vezes, eu tento ao meu máximo acreditar que Keigo foi um garoto bastante forte, ele nunca teve muitos amigos, e sempre foi o tipo de irmão superprotetor, não importava em quais confusões eu me metia, pois sempre Keigo estava lá para desfaze-las.

Sabe, eu sei que fui uma menina muito arteira, más ultimamente, eu estive pensando muito em Keigo, ele sempre foi um garoto sozinho, eu não consegui conhecer mamãe direito, pois eu era apenas uma bebezinha, e mesmo assim, depois que ela se foi, Keigo não se deixou abalar, pois ele sabia que tinha como dever, me proteger.

Eu devo muito ao meu irmão, ele sempre foi focado, e sempre será o meu herói, estarei pronta para apoia-lo no que for necessário.

Eu olho fixamente para o céu, diretamente da janela, e começo a imaginar todas as possibilidades possíveis.

Eu nunca soube ao certo o significado da palavra amor, más eu sempre me imaginei entrando em alguma igreja, vestida de noiva. Este sempre foi o meu sonho. Desde pequena, eu sempre me imaginei com um grande vestido e um longo véu, igual a uma princesa da qual poderiam jurar que tivesse saído dos contos de fadas.

Me levanto, e vou-me lentamente para a cozinha, passo pelo nosso quarto e vejo Clara totalmente esticada dormindo sobre a cama, ouço pequenos roncos, que mais se parecem com enormes tratores fazendo barulho, porém, de certa forma, eu a achava muito fofa enquanto dormia.

Eu saio pela porta da frente do nosso dormitório, e vou-me lentamente até a lojinha Daisoo, que mais se parecia com um mini mercado. Lá eu compro algumas verduras, um pouco de legumes, e também compro um pequeno peixe, hoje definitivamente seria a minha chance de fazer um almoço gostoso que iria surpreender Clara.

O proprietário daquela Daisoo se chama Hwang, ele é um senhorzinho coreano que veio até o Japão reconstruir a sua vida. Na porta do seu mini mercado encontrava-se o seu fiel escudeiro "Ji-hoo". Com um pelo totalmente branquinho e muito bem escovado, Ji-hoo era o cachorrinho do senhor Hwang, o mesmo além de chamar à atenção dos clientes, também servia como um verdadeiro cão de guarda, assim, ajudando o senhor Hwang a proteger aquela pequena lojinha. Assim que termino de pagar, e de ter uma boa e longa conversa com o pequeno proprietário, eu me despeço do mesmo, dou-me meia volta, más antes de partir, agacho e faço um pequeno agrado à Ji-hoo.

Eu sempre quis ter um cachorro, más, papai não me permitia ter um, ele sempre dizia: "Não é permitido ter cachorros em uma mansão, uma boa e exemplar garota, não deve perder o seu tempo com futilidades sem tamanho, e sim com estudos, isso sim irá te garantir um futuro, e não ficar por aí correndo pela casa atrás de um cachorro."

É claro que isso sempre me deixava desanimada más, eu não me deixava ser abalada facilmente, eu tentava pedir de todas as maneiras possíveis, até tentava pedir aos berros, más isso nunca me ajudou em nada.

Diferente de mim, é claro, Keigo nunca tentou buscar a felicidade, ele sempre foi um garoto sozinho que gostava de ficar em seu canto, apenas estudando e observando aos pássaros que iam até o botânico da casa.

Eu tentava arrasta-lo em minhas "missões", más é claro, ele sempre recusava, ou escapava no meio delas.

Caminhando em direção ao dormitório, lentamente eu olho para as nuvens, e claro, isso me traz várias nostalgias.

Antigamente, eu gostava de deitar sobre o chão e ficar olhando para as nuvens, eu imaginava todas as possibilidades, as vezes eu me imaginava indo para outra cidade, para outro estado, ou até mesmo outro país. Eu me imaginava longe dessa linhagem ridícula de nobres, e não só isso, me imaginava também construindo uma nova vida. Imaginem só, você vai para outro país, ninguém te conhece, você pode ser uma outra pessoa, conhecer pessoas novas, ter uma personalidade nova, resumindo, você pode recomeçar a sua vida do zero.

Coloco a minha mão sobre a maçaneta do dormitório, más antes de abrir, eu ouço um barulho, um tanto quanto esquisito, um ar diferente entra sobre o meu nariz e preenche os meus pulmões, o olfato possivelmente entrega que é algum tipo de comida. Eu entro e assim me deparo com Clara acordada, sobre ela está um enorme avental rosa, em seus cabelos está um gorro preto, dando um enorme destaque a coloração dos seus enormes e brilhantes olhos.

- Que cheiro é este? – eu começo questionando.

Clara percebe a minha presença e cora um pouco, a sua pele branca rapidamente fica avermelhada e então ela diz:

- Bom... Notei que tinha saído, eu estava faminta e então decidi preparar alguma coisa para nós comermos. – disse ela envergonhada enquanto alisava lentamente uma mecha de seu cabelo que estava fora de seu gorro.

- Ah! Eu fui até o mercadinho do Senhor Hwang, e trouxe algo para nós comermos. – disse sem jeito. – Coloquei as sacolas sobre a mesa, e logo em seguida, Clara foi até a mesma ver o que eu fui comprar.

- Oh! Vejo que comprou frutas e verduras, muito bem. – Disse ela impressionada. – Eu apenas dou uma pequena corada de vergonha.

Eu começo a andar em direção ao quarto, más Clara segura a minha mão e eu me viro.

- Da próxima vez, me traga um tabloide de chocolate. – Ela diz exibindo um belo par de sorriso. – E, eu fico vermelha como um pimentão. Afinal de contas, o que está acontecendo comigo? Será um pesadelo repentino, ou eu estou realmente tendo algum tipo de sentimentos pela minha veterana, Misaki Clara?

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