Por Keigo, que está vislumbrado com as Sakuras.
Já se fazem mais ou menos uma semana desde que eu sai do hospital, embora eu tentasse pedir permissão para voltar para o dormitório Saikou, a mesma me fora negada. Então, aqui estou eu na "Mansão Miaki".
Right, quisera muito ficar aqui e passar as noites ao meu lado, más, eu não o permiti. Afinal, estávamos em dias de provas, e os ensaios para Rei e Rainha da faculdade ainda estavam acontecendo, então, mandei-o de volta para o dormitório, para que o mesmo pudesse participar de suas atividades.
Eu estou sobre um pequeno banco de mármore, em frente a uma janela envolto do mais profundo e límpido ar, uma bela brisa de primavera entrava pelos meus narizes e iam até meus pulmões, sob o céu, varias nuvens brancas, o sol estava se pondo sob um enorme alaranjado- vermelho, que parecia cobrir não só minha mente de ideias, como também encher os meus olhos com aquela bela paisagem.
Eu ergo uma de minhas mãos sob o céu, em direção ao sol, que agora praticamente já havia praticamente sumido sob o relance do luar, em minhas mãos estão alguns band-aid, e uma pequena atadura, tudo isso graças aos chutes de Zu Yu Liu Cheng. Embora eu tentasse me esforçar ao máximo para esquecer aquele evento, eu não conseguia por completo. Às vezes, na calada da noite, quando fecho meus olhos e começo a dormir, lembro-me de seus chutes, seus socos, e tudo isso me assusta, até que eu acordo, e percebo que tudo não passará de um intenso pesadelo.
P'Carl deve ter percebido que eu estou tendo pesadelos à noite, pois, quando estou deitado, apenas com os olhos fechados, eu o ouço abrir a porta do meu quarto, e depois de uma boa olhada, e imaginar que eu estivesse dormindo, ele a fecha e volta ao seu quarto. Isso ocorre todas as noites. Embora eu tivesse vontade de lhe contar a verdade, eu não poderia, pois eu sabia que isso o deixaria ainda mais preocupado do que já estava.
Enquanto olho pacificamente para fora da mansão Miaki, um pequeno carro para em frente ao portão principal, ele buzina, e os portões se abrem com um estopim e um rangido agudo que entrava perfurando os tímpanos de qualquer um que estivesse por perto. Era Right.
Ele sempre vinha as tardes, e jantava conosco, antes de ir novamente para o dormitório Saikou. Só que esta vez, ele não entrou com o seu carro, ele entrou a pé mesmo, com uma bela roupa, que para ser sincero, não era nova aos meus olhos, pois eu já o tinha visto usando essa roupa. No dia em que nos conhecemos. Na verdade, ela era diferente, aparentava ser mais nova, e não velha e toda ensebada como a que eu tinha visto naquele dia.
Sobre uma camisa amarelada, com detalhes que mais me lembravam um amarelo-girassol, e claro, um brilhante azul real que dava o charme à aquela vestimenta. O amarelo presente em sua roupa e em seus cabelos que saltitavam contra o vento da tarde realçava os seus brilhantes e arregalados olhos azuis, que mais se pareciam como pequenas safiras.
Sua pele porem, era mais escura que a minha, mais ainda sim, com a cor amarela, e os detalhes em azul-real, nada podia ser mais belo em minha vista, nada, exceto o seu sorriso que o mesmo estava estampando em seu belo rosto.
Em suas mãos, um belo relógio de ouro, em seu pescoço, um pequeno pingente, ao encarar o objeto eu noto que o mesmo continha uma pedra vermelho-rubi e bem em seu interior haviam pequenas pedrinhas verdes que mais se lembravam esmeraldas.
O vento mexia sobre meus cabelos, e me inundava com o seu sopro infinito, como se estivesse tentando me jogar como uma pequena folha de arvore para o andar de baixo, eu seguro a mão sobre meus cabelos, e observo Right ir na direção de P'Carl, os mesmos começam a conversar baixinho, entre vozes miúdas que não davam para serem escutadas, as vezes eu os via olhando para mim, e abaixando a cabeça novamente, como se estivessem bolando algum tipo de plano mirabolante.
Eu me estresso, e decido descer escadaria abaixo eu saio do meu quarto, viro para o corredor da direita, e me dou de cara com a escadaria de mármore que era em formato circular, eu começo a desce-la rapidamente porem, com um certo tipo de atenção, e claro, com as mãos postas sobre o corrimão de aço, o que de certa forma me trazia algum tipo de segurança, visto que em minha infância, eu já tivera um pequeno e grave acidente sobre essas escadas, o que provavelmente vocês não sabem, é que as mesmas, apesar de lindas, já quase tiraram a minha vida.
Quando estava perto do fim da escadaria eu observo a minha frente e me surpreendo, lá estava ele, parado ao fim da escadaria, com um belo buque de rosas nas mãos, rosas que um dia me lembravam da minha mãe, seu rosto estava estonteante e totalmente animado, era como se o mesmo tivesse tomado xicaras e mais xicaras de café misturada com Coca-Cola e energéticos.
Eu solto um pequeno sorriso com a surpresa, seus olhos brilhavam, sua pele escura, estava oscilando, pois suas bochechas rosadas, mais se pareciam com verdadeiros tomates recém colhidos e prontos para o fogo, seus cabelos estavam bagunçados graças ao vento, mais algo estava chamando mais atenção, e este era o seu sorriso, que sempre me deixava louco, não importando o quanto eu tentasse esconder, pois se tinha algo em Right que além de me fascinar, e me deixar completamente louco, este era o seu sorriso. O responsável por todos os meus delírios matutinos.
Eu olho para o seu lado, e não deixo de reparar rapidamente em P'Carl que estava de mãos dadas sobre o ar, seus olhos brilhando sobre o seu velho e antiquado monóculo, e claro, embora ele tentasse esconder, eu ainda sim pude observar, os seus olhos se enchendo de lagrimas, como se alguma coisa incrível estivesse prestes a acontecer.
O meu coração se enche de alegria, o meu peito começa a me dar uma estranha sensação, uma sensação que me acompanha desde o primeiro dia do qual eu conheci Right, o mesmo começara a bater rapidamente, a ponto de explodir, e me levar embora deste mundo.
- Keigo. – Ele começa dizendo. – Sim? – Eu retribuo de maneira gentil.
- Você quer sair em um encontro comigo? – Ele pergunta sem rodeios, apenas como se estivesse tacando uma bomba no ar, o que me faz ficar sem graça, pois mesmo com aquela cena dele com o buque de rosas, ainda sim me sinto surpreso com esse convite, pois nunca havia saído com ninguém, muito menos com um garoto, embora eu gostasse de Right, ainda sim sabia que tudo aquilo era muito novo para mim. Era como um turbilhão de emoções das quais eu nem soubesse que existiam.
- Sim, eu aceito. – Digo sem pestanejar, apenas tentando me manter calmo o suficiente para não enlouquecer.
Então era isso? O sentimento de amar uma pessoa incondicionalmente?
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Lovers Boys The Séries
RomanceKeigo Miaki é um jovem nobre, seu pai é um renomado medico e um grande homem de negócios, Keigo foi criado em sua mansão, vivendo apenas do luxo e regras, porém Keigo não estava satisfeito com sua vida, até que um dia o jovem rapaz decide ir estudar...