\__Saeth__/
Eu recobrei a consciência, não sei quanto tempo havia se passado, meu corpo inteiro doía, principalmente meu ombro e meu pescoço, que foi o local onde aquele monstro me tocou. Com algum esforço eu consigo abrir meus olhos, e parece que foi neste momento que todos os meus sentidos "despertaram" depois de um bom tempo sem ultilizá-los, pois assim que abro meus olhos, sinto aquele cheiro horrível de sangue podre e de carne em início de fase de decomposição, o cheiro era horrível.
Fechei os olhos quando aquele cheiro trancou minha garganta, e na tentativa de não vomitar prendi minha respiração, e até funcionou por um tempo, mas eu não aguentaria ficar sem respirar por muito tempo, então, comecei a me levantar. Me apoiei na mesa e olhei para os corpos de meus pais, moscas pairavam sobre eles, e assim que vi aquela cena senti falta de ar por ter prendido a respiração por muito tempo. Então eu volto a respirar, e então, aquela cena junto com o cheiro podre, me fez vomitar.
Após um tempo me recuperei daquela cena, e sem olhar novamente para os corpos de meus pais, e fui para o meu quarto. Assim que entrei em meu quarto eu fechei a porta. Olhei pela janela que estava um pouco coberta pelas cortinas, mas pude ver um pequeno raio de sol começar a surgir. Está amanhecendo, mas quanto tempo se passou? 1, 2, ou quem sabe 3 dias?!
Eu andei até minha cama, o livro que eu tinha deixado lá naquela noite ainda estava ali, só que em uma página diferente, imagino que o vento passou pela janela e foleou o livro. Não consegui deitar em minha cama novamente, isso me lembrava aquela noite, então eu me sentei no chão encostado na cama.
Se bem que se for parar pra pensar, tudo me lembrava ao último acontecimento. Tentei não pensar nisso durante o tempo mais nada adiantava. Passei um bom tempo ali sentado no chão do meu quarto, até que eu comecei a sentir fome, mas eu não movi um músculo desde que me sentei naquele chão. Estava profundamente traumatizado, a única coisa que me levava de volta ao "mundo real" eram as dores fortes que eu sentia.
Não percebi o tempo passando, e quando eu notei já haviam se passado 2 dias, já se passaram 2 dias desde aquele acontecimento, meu corpo estava chegando no limite da fome, meu corpo implorava para eu me levantar e ir comer alguma coisa, eu havia ficado 2 dias inteiros paralisado pelo trauma que eu acabei de vivenciar.
Tentei me levantar do chão me apoiando na minha cama, mas meus músculos estavam atrofiados pelo tempo em que eu fiquei parado, então caí de volta no chão. Comecei a escutar vozes vindo de fora do meu quarto, estava chamando por meu nome, eu reconhecia a voz, era Zanya, minha amiga de infância.
- Saeth? Você está aí? - gritava Zanya.
Zanya estava desesperada, ela abriu a porta de meu quarto rapidamente, ela olhou pra mim, e ao perceber que eu estava vivo ela veio correndo até mim e me abraçou. Ela era minha amiga de infância então se preocupava comigo, mas o que ela estava fazendo aqui? Por que?
- Você está bem? O que aconteceu?
Não consegui responder, minha garganta estava seca e eu não pude pronunciar nenhuma palavra. Zanya parou de me abraçar.
- Vamos, vou te ajudar!
Zanya pegou meu braço e colocou em volta de sua nuca, e se levantou comigo, eu iria cair se não estivesse apoiado nela, Zanya me segurou para ter certeza de que eu não iria cair.
- Consegue mover as pernas?
Nesse momento os músculos de minha perna doíam por eu não tê-los esticados durante muito tempo. Mas mesmo assim eu dei um passo bem lento em direção da porta.
- Isso, vamos com calma ok?
Então eu dei outro passo em direção a porta, queria sair daquela casa o mais rápido possível, mesmo sabendo que eu não teria pra onde ir depois, eu só queria sair daquela casa, local onde meus pais perderam a vida.
Zanya estava me ajudando muito, eu realmente pensei que iria morrer daquele jeito, que aquele seria o meu fim, mas Zanya apareceu, como uma verdadeira heroína salvando alguém indefeso devido a situação. Chegamos na cozinha, que era onde os corpos de meus pais estavam, o cheiro ainda era intenso, mas não ao ponto de me fazer vomitar novamente. Senti um arrepio quando cheguei próximo ao corpo de meu pai.
Zanya não disse mais nenhuma palavra até sairmos de casa. E quando saímos eu parei de andar, respirei fundo e olhei para meus pés, meus tênis estavam com algumas gotas de sangue que havia caído. Eu realmente saí desta casa, só de estar lá fora eu já sentia algo diferente, o vento batendo em meu rosto e o sol nascendo lá no horizonte, algo que eu não sentia havia algum tempo, era revigorante.
Então, depois disso voltei a andar, Zanya ainda me fazia perguntas que eu novamente não conseguiria responder por estar com a garganta muito seca, mas confesso que eu estava muito querendo responder. Mas as vezes ela apenas conversava comigo, dizendo que eu estava magro de mais, que eu não ia ver ela a muito tempo e essas coisas.
Fomos até a casa de Zanya, e a primeira coisa que ela fez quando chegamos lá foi me colocar sentado em uma cadeira e me dar um copo com água, que eu bebi com o maior prazer que eu já tive só por apenas beber um copo de água. Bebi a água toda em apenas alguns segundos e Zanya encheu o copo novamente. Então, terminei de tomar o segundo e depois o terceiro copo de água, eu já me sentia revigorado só com o copo com água.
- Agora que você já bebeu água, deve estar morrendo de fome não é?!
Eu fiz que sim com a cabeça concordando com Zanya.
- Em cima da mesa tem comida, pode ficar a vontade!
Me virei para a mesa, e vi ela cheia com comida, parecia um banguete para apenas 2 pessoas, o pai de Zanya e ela, não sei o porquê ele sempre foi assim, fazia bem mais comida do que o necessário.
Zanya colocou comida em um prato e colocou em minha frente. Peguei um garfo e tentei comer, mas meu braço estava sem força alguma.
- Pode deixar, eu te ajudo!
Zanya me ajudou a comer colocando a comida em minha boca.
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The Eye of Death
Science FictionA história tem como personagem principal, um jovem garoto chamado Saeth, quando ainda era criança, Saeth perdeu seus pais em uma noite que parecia ser calma, alguns anos depois Saeth se encontra com o demônio culpado pela morte de seus pais, e é ass...