\__Saeth__/
Quando acordei ainda estava naquela floresta, estava sentado escorado na mesma árvore na qual eu perdi a consciência. Estava de tarde, pude ver entre as árvores os últimos brilhos do sol, quase que dando início á noite. Olhei para meu ferimento na barriga e percebi que ele estava menos grave do que antes, pois estava costurado, e já não sangrava, mas ainda continuava com uma dor incessante, minhas costas ardiam, pois também haviam alguns ferimento ali. Olhei para cima, e em cima de um galho na árvore, estava aquela garota que encontrei antes.
- Você de novo?!
- Como está se sentindo? Eu sou uma ótima médica não é?? - perguntou a menina parecendo orgulhosa de si mesma
- Estou melhor que antes!
A garota então pulou de cima da árvore e caiu de pé em minha frente.
- Foi difícil cuidar de seus ferimentos, eles eram muitos, por quê você não impediu aquele urso antes dele te atacar? Eu vi como você o impediu de proceguir depois, entao por quê não fez isso antes? - a menina perguntava curiosa
- Eu não sei, não sabia que eu era capaz disso, foi, naturalmente...! - eu respondi
Respirei fundo e então tentei me levantar, a garota me ajudou e então eu estava de pé, me escorando na árvore pra manter o equilíbrio mais facilmente.
- Você é estranho - dizia a garota antes de fazer uma pausa - você têm bainhas, mas, onde estão suas espadas?
- Elas quebraram! - eu disse
Dizer a verdade naquele momento me traria lembranças nada agradáveis, então preferi apenas não contar a verdade.
- Bom... Que pena... Eu me chamo Marrya, Saeth! - disse a garota
O fato de Marrya saber meu nome não me imprecionava muito, apesar de eu nunca ter visto ela em toda a minha vida, mas, sua aura era estranhamente "pura", isso me surpreendia.
- O que você é? - perguntei
- Uh, direto ao ponto não e?! Sei o que está pensando mas, não se preocupe, minha intenção não é fazer algum mal a você, eu só quero, saber seu propósito!
- O que você é?? - perguntei novamente
- Alguns de vocês humanos já me chamaram de "Monstro", outros de "Criatura divina", mas todos estavam errados, eu sou a personificação da palavra Proteção...!
Somente com aquelas palavras eu já pude entender, li diversos livros sobre isso, personificação da proteção, as únicas chamadas assim em toda a história, foram as fadas, muitas delas foram massacradas pela guerra dos humanos contra as outras raças, mas algumas foram capazes de sobreviverem e criar uma nova civilização longe de tudo e muito escondida. Mas, agora, o que me intrigava era o motivo de Marrya estar aqui, por ser uma fada ela deveria estar com as outras na civilização das fadas. O que ela fez para estar aqui?
- O que faz aqui fora? - perguntei
- O mesmo que você, preciso cumprir um objetivo! - Marrya respondeu
- E que objetivo é esse pra colocar sua vida em perigo fora da civilização?
- Ora, você não me contou o seu, não vejo motivos para contar o meu - disse Marrya sorrindo
Eu achava incrível a inocência e sabedoria com as palavras que Marrya possuía, era incomparável para alguém como ela, mas eu sabia que se ela ficasse fora de sua civilização por muito tempo ela estaria em perigo, pois notícias se espalham rápido, e logo terão caçadores atrás dela.
- Eu irei com você, não posso deixar que você morra, mesmo não sabendo suas intenções, posso sentir que você é confiável e que não está mentindo!
- Sério? Mas não precisa, eu sei cuidar de mim mesma, e você pode ser atacado por um urso de novo! - brincou Marrya
- Bom, se um urso conseguir passar por mim e te matar, eu me sentiria menos mal, só quero garantir que minha maldita raça não cause mais confusões para as outras, não consigo imaginar uma segunda guerra entre as raças, mas seria uma catástrofe!
- Ta bom. Você pode vir comigo Saeth, mas já vou avisando, o lugar que estou indo é meio, problemático digamos assim!
Deixei escapar um sorriso.
- E pra onde você vai afinal?
- Bem no centro de toda a destruição, aonde a guerra começou e terminou, lá pode haver vestígios e pistas de civilizações que ainda resistiram, assim como a minha, o único problema é que ela fica a oeste, e é bem longe!
- Entendi, então tenho mais um motivo pra acompanhar você, meu destino também é o oeste! - respondi
Comecei a andar e Marrya veio ao meu lado.
- O que procura no oeste? - Marrya perguntou
- Bom, lá no extremo oeste tem alguns, seres do mal!
- Ah, também ficou sabendo que os anjos vieram e estam fazendo uma bagunça por lá!? - Marrya perguntou
- É, estou indo resolver essa situação!
- Não acha meio impossível?
- Provarei não ser, eles podem ser anjos mas...
- Mas??
- É, pensando bem agora eu não sei de vou conseguir, mas vou tentar!
Marrya sorrio.
- Você não pensou nisso antes de tomar essa decisão? - perguntou-me a garota
- Bom, não!
Continuamos andando, com o tempo, contei a Marrya minha história, contei sobre o demônio com qual eu fiz um pacto, contei sobre meus pais, contei sobre Zanya. Marrya ficou impressionada, disse que eu fui o único humano a realizar um pacto tão grande com um demônio, normalmente eram as outras raças a fazerem pactos, pois os humanos achavam isso uma humilhação, ter que precisar de ajuda de um pacto para se tornarem mais fortes, embora toda a guerra se teve início por esse mesmo pensamento, só que da parte das outras raças.
Marrya me contou sua história também, me disse que seu povo a excluiu da civilização e que arrancaram suas asas, por isso estranhei ela, uma fada sem asas é algo raro de se ver, e só acontece devido a uma punição.
Marrya me disse que seu povo a puniu por causa de seu pai, ele era desrespeitoso com os oficiais e morreu antes de ser punido, então ela herdou essa punição logo antes de ser banida da civilização, e então, encontrou um motivo para continuar vivendo, ela queria descobrir se existiam mais civilizações de fadas como a sua, para poder ter esperanças novamente.
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The Eye of Death
Science FictionA história tem como personagem principal, um jovem garoto chamado Saeth, quando ainda era criança, Saeth perdeu seus pais em uma noite que parecia ser calma, alguns anos depois Saeth se encontra com o demônio culpado pela morte de seus pais, e é ass...