The Eye of Death

👹 Capítulo III 👻

\__Saeth__/

Zanya estava realmente me ajudando muito fazendo tudo aquilo por mim, eu que estava incapacitado de fazer qualquer coisa. Após ela me ajudar a comer o primeiro prato de comida, ela me ajudou a comer o segundo prato de comida. E após isso eu já estava bem melhor, não sei a quanto tempo foi minha última refeição antes dessa, mas tenho certeza que comi por 2 dias inteiros.

- Você já está conseguindo falar? - perguntou Zanya.

Respirei fundo e olhei para Zanya e fiz que sim com a cabeça.

- O que aconteceu? Você pode me dizer?

- Bom... Eu não vi muita coisa naquela noite, mas...

Me lembrando daquela cena, meus olhos se encheram de lágrimas.

- Alguma coisa entrou dentro de casa enquanto jantávamos, me lembro de meu pai fazer o máximo para nos proteger mas a criatura matou ele e minha mãe... - uma gota de lágrima escorre de meu olho - eu pensei que iria morrer também, mas a criatura não me atacou, ela apenas olhou pra mim com tanta intensidade que minhas pernas queriam se ajoelhar, a criatura então havia tocado meu ombro e depois disso foi embora - comecei a limpar os olhos desejando que as lágrimas não caíssem - depois, eu achei novamente iria morrer, meu corpo já estava sendo castigado pela fome e pela sede, mas eu não conseguia fazer nada pois estava paralisado devido o meu trauma, aí você apareceu, você me salvou, obrigado!

Zanya me abraçou, ela estava emocionada com lágrimas nos olhos.

- Que bom que pude chegar a tempo... Que bom que está vivo!

Após um tempo Zanya parou de me abraçar.

- Vamos, você precisa desatrofiar seus músculos, ou você quer que eu te ajude pra sempre?

- Vamos ! - disse sorrindo, estava feliz por ter Zanya por perto.

Zanya me ajudou a levantar.

- Aonde vamos?

- Ao meu quarto!

Zanya me levou até o quarto dela, eu já conseguia ficar em pé sozinho, o que pra mim já era um grande avanço.

- O que viemos fazer aqui exatamente? - perguntei

- Te alongar, não quero ter que te carregar pra todo canto - respondeu Zanya sorrindo

Após alguns segundo comecei meu alongamento, enquanto eu me esticava Zanya mantia meu equilíbrio para não cair. No início, a dor foi imensa, mas com o tempo foram diminuindo, mas ainda continuavam com menos intensidade. Após um tempo, eu estava quase finalizando meu alongamento, já conseguia fazer tudo sozinho, Zanya estava sentada em sua cama me olhando enquanto eu finalizava meu alongamento.

- Eu fiquei impressionada, sua recuperação foi extremamente rápida, qualquer um demoraria o dobro do tempo pra conseguir fazer tudo sozinho se estivesse em uma situação igual a sua! - comentou Zanya

Então, o pai de Zanya, Artoryos entrou no quarto. Artoryos olhou pra mim e depois pra Zanya. Parei de alongar.

- Olá Saeth!

Artoryos começou a me analisar, parece que percebeu que eu estava bem magro. Pude perceber que ele hesitou em perguntar, e simplesmente saiu do quarto provavelmente fazendo perguntas para si mesmo sobre o que poderia ter acontecido.

Olhei para Zanya e ela estava olhando pra mim.

- Preparado pra isso? - ela perguntou

- acho que sim!

Zanya se levantou de sua cama.

- Então vamos, quero ver essa cena!

Zanya e eu saímos do quarto dela, fomos até a sala onde encontramos o Artoryos em pé olhando e nossa direção, ele claramente estava esperando a gente.

- Olá senhor Artoryos, imagino que o senhor deve estar se perguntando "O que ele está fazendo por aqui?", Ou quem sabe "Por que ele está assim?". A resposta pra isso é... - respirei fundo antes de continuar - meus pais morreram no último acontecimento de que eu me lembro, algo entrou em casa e matou meus pais, eu vi a cena, não sei o porquê a criatura me deixou vivo. E bom, Zanya, sua filha apareceu lá em casa, ela me salvou no momento em que eu tinha perdido as esperanças...!

Artoryos ficou paralisado, aparentemente em choque com meu relato, e então após alguns segundos ele veio até mim e me abraçou.

- E-eu não fazia ideia... Sinto muito... Eles eram pessoas incríveis! - disse Artoryos enquanto me abraçava.

- Tá tudo bem...! - eu respondi com lágrimas nos olhos, era a maior mentira que eu poderia ter dito naquele momento.

Se passaram alguns segundos e Artoryos ainda estava me abraçando.

- Não tem problema em chorar ok? Muitos dizem que chorar é estar demonstrando fraqueza, não precisa ser "durão" o tempo todo, pode chorar!

Depois que Artoryos disse aquelas palavras eu desabei, tinha caído a ficha de que meus pais morreram, meu cérebro permitiu que a ficha caísse só agora, eu não queria acreditar que aquilo era real. Comigo ainda chorando, Zanya se juntou ao nosso abraço formando um abraço triplo.

Se passaram alguns segundos e paramos de nos abraçar, e eu consegui me recompor com o tempo.

- Precisamos ir nos despedir deles e pedir aos deuses que os guiem para um lugar melhor para que eles possam descansar! - disse Artoryos

Pensei comigo mesmo "deuses não existem", mas mesmo assim permiti que Artoryos me dissesse aquilo sem eu dizer nada.

Após Artoryos dizer aquilo, eu fiz que sim, e então saímos da casa e fomos em direção a minha casa. Não demorou muito pra chegarmos, pois a casa de Zanya era bem perto da minha. Parei em frente a porta de casa, estava com algumas rachaduras que só agora pude perceber, parece que naquela noite o monstro socou a porta, e se meu pai não tivesse a aberto ele iria rancá-la.

- Quando quiser! - disse Artoryos

- Pai, deixe ele! - pediu Zanya

Respirei fundo e em seguida abri a porta de casa, e bem na minha frente caído no chão, estava o corpo de meu pai. Eu não iria conseguir ver aquela cena novamente então, me afastei indo para trás dando espaço para Artoryos entrar em casa. Zanya veio até mim. Ela não falou uma palavra, mas ficou ao meu lado o tempo todo. Depois de um tempo, Artoryos havia cavado 2 covas para enterrar meus pais, onde colocou eles lá dentro.

- Antes de enterrá-los, quer um tempo a sós com eles? - perguntou Artoryos

Eu não respondi e só fui pra mais perto das covas onde meus pais estavam prestes a ser enterrados, me ajoelhei ao lado deles, ficando no meio entre as 2 covas. Pude ver pelo canto do olho, Artoryos e Zanya saindo de perto de mim e entrando em casa, pra me deixarem a sós.

- Eu não sei por onde começar, queria que estivessem aqui, ainda vivos, queria poder abracá-los mais uma última vez, ouvir a voz de vocês, mas infelizmente não posso, eu não sabia qual seria a última vez que ouviria a voz de vocês e não pude aproveitar o suficiente, me desculpem por isso. Não acredito muito que vocês podem estar me ouvindo agora, mas se estiverem, por favor acreditem em mim, não descansarei até encontrar quem fez isso com vocês, treinarei duro pra isso, e se os deuses existirem e estiverem no meu caminho, passarei por cima de todos eles, eu juro, não deixarei a morte de vocês serem em vão. O único problema, é que se eu fizer isso, todos os ensinamentos que vocês me deram sobre vingança não servirão de nada, por isso pesso que permitam-me, como toda criança é desobediente, eu terei que ser desobediente só mais uma vez!