forty five

180 26 47
                                        

– Tá de brincadeira? – Eric questionou, incrédulo.

– Eu até tentei convencê-lo a expulsar algum hospede, mas não foi possível. – Juyeon lamentou, com todo o seu cinismo.

Deixa eu ver se eu entendi. – o recepcionista começou, em completa confusão – Temos mais da metade dos quartos livres, mas o senhor insiste em ficar no menor quarto e com somente uma cama de solteiro disponível?

Exatamente! – exclamou.

E ainda por cima, gostaria que eu confirmasse a informação de que há somente este quarto vago, caso aquele rapaz me questione? – Juyeon assentiu animadamente, mas não gostou nenhum pouco do brilho que surgiu nos olhos do atendente.

Você entendeu tudo corretamente. – afirmou, feliz consigo mesmo e por toda sua sagacidade.

Já que o senhor insiste. – o rapaz sorriu amigável e pôs-se a digitar nos teclados do computador que estava a sua frente. – A noite, com direito a café da manhã e serviço de quarto, fica por 750.

O que? – Juyeon quase gritou – Mas não era 500 até alguns minutos atrás?

Sim, 500 pelo quarto e 250 pelo meu serviço de atuação. – o recepcionista Jung, como estava escrito em seu crachá, sorriu para ele abertamente. 

Eric foi questionar com o recepcionista, explicou toda a situação que os dois se encontravam e até mesmo ameaçou ir a procura de um novo hotel, mas, Juyeon deveria fazer as devidas reverências ao recepcionista que cumpriu com maestria o seu papel, contra argumentando todos os protestos de Eric que seguiu em direção ao elevador, bufando em um misto de raiva e resignação.

O quarto era pequeno, mas bem aconchegante, com uma parede sendo completamente ocupada por uma janela que dava vista para a rua principal e movimentada logo abaixo. Apenas a iluminação indireta estava ligada ao redor da parede onde a cama se encontrava. Eric seguiu diretamente para o banheiro e trancou a porta atrás de si. Juyeon aproveitou para voltar ao carro e pegar sua bolsa no porta-malas – que sempre carregava para emergências como essa.

– Onde você foi? – Eric perguntou no momento que entrou no quarto.

Ele estava sentado na cama, com uma toalha branca enrolada em sua cintura e enxugava os cabelos loiros com uma toalha menor.

– Fui buscar umas coisas no carro. – falou, recuperando o foco e olhando para o rosto de Eric, caso contrário babaria se continuasse encarando seu corpo.

– Por que você tava com isso no seu carro, Juyeon? – Eric indagou arqueando a sobrancelha, enquanto analisava o conteúdo da mochila que Juyeon havia jogado para ele, desconfiado. – Você já planejava que não voltássemos essa noite?

– Você não acha que é muita prepotência da sua parte achar que eu ia planejar um assassinato só pra passar uma noite com você, querido Eric? – questionou, arqueando a sobrancelha de volta para ele, e antes que Eric pudesse pensar demais, acrescentou – E eu sempre tenho roupas e produtos de higiene comigo porque eu tô sempre viajando pra corridas e não é toda vez que tenho saco pra voltar pra Sokcho no mesmo dia.

– Ok. Você tem um ponto, agora vá tomar banho antes que pegue um resfriado por conta dessas roupas molhadas. – Eric ordenou.

– Sim, senhor.

E assim Juyeon o fez. Precisava mesmo de um banho quente e tentar pôr a cabeça no lugar. Ainda estava abalado com o acidente e com todas as lembranças que aquele gatilho desencadeou. Pensar em Taemin sempre seria doloroso, pois Juyeon nunca conseguiria aceitar que a vida de alguém pudesse ser tão curta quanto a dele fora. Se alguém tinha que sair vivo daquele acidente era Taemin, não Juyeon e... era só nisso que ele conseguia pensar enquanto esperava na sala da recepção da clínica veterinária e então Eric o beijara.

Stupid Sorry 🎶Onde histórias criam vida. Descubra agora