forty one

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- Esse não é um lugar muito agradável pra se estar no dia do seu aniversário.

- Acredito que não seja um bom lugar pra você estar também. – Hyunjae rebateu ríspido, mas sorriu em seguida.

Eric fechou a porta do banheiro que tinha aberto há poucos segundos e se recostou no batente pra observar Hyunjae se debruçar novamente sobre o vaso sanitário, regurgitando toda a bebida e comida que ingeriu naquela noite. Ele estava deplorável e irreversivelmente embriagado.

- Mas pelo menos eu não estou me escondendo, já você...

- Eu não estou me escondendo de ninguém. – Eric retrucou na defensiva.

- Sabe, Eric, eu gosto de você. – falou Hyunjae enquanto fechava a tampa do vaso e dava descarga em seguida, mas permaneceu sentado no chão.

- Também gosto de você, Jae. Você beija bem. – Hyunjae sorriu com sua resposta e acenou com a mão se desfazendo de seu elogio.

- Gentileza sua. – ele se afastou um pouco, cedendo um espaço para que Eric se sentasse ao seu lado e assim Eric o fez.

- Quer que eu pegue um pouco de água pra você? – perguntou Eric enquanto passava os dedos distraidamente pela borda do copo colorido que segurava.

- Não, agora eu quero que você me ouça.

- Vou receber conselhos de um sábio de dezoito anos, é isso mesmo?

- Absolutamente. – Hyunjae concordou, sorrindo abertamente. – É um dom que recebemos no momento em que bate meia noite.

- Então você ainda possui treze minutos de juventude sem sabedoria, não sei se quer desperdiçar esse tempo precioso comigo.

- É sobre o Juyeon...

- Ah...

O semblante de divertindo de Eric sumiu, sendo substituído por uma careta involuntária.

- Ele é um exímio filho da puta, sabe...

- Nisso podemos concordar.

- Mas ele não é só isso, você sabe disso tão bem quanto eu. – Hyunjae falava sem olhar na sua direção, apenas encarando os azulejos a sua frente no pequeno banheiro. – Você o conheceu de verdade, tanto quanto eu. Deve saber como é estar sob os cuidados de Lee Juyeon. O tanto que ele é atencioso, cuidadoso, parece se importar e te faz se sentir como a única pessoa que fosse de fato relevante pra ele nesse mundo.

- Então ele faz isso com todos? – Eric questionou, sem conseguir se conter.

- Não, esse é o ponto, ele só age assim com duas pessoas e elas estão nesse banheiro nesse momento. Mas com você... foi diferente. – ele falou as últimas palavras num sussurro resignado.

- Você ainda gosta dele? – Eric perguntou após alguns segundos de um silêncio constrangedor.

- Não, pelo menos não da forma como gostava. – acrescentou – Na maior parte do tempo eu só me sinto magoado e usado, no entanto ainda me sinto preso ao sentimento porque não funcionou com a gente da mesma forma que funciona com vocês.

- Você chama isso de funcionar? – Eric exclamou, incrédulo.

- Você ainda gosta dele, certo? – por fim Hyunjae lhe encarou, inclinando a cabeça levemente para a esquerda em forma de incentivo para que Eric falasse.

O mais novo o encarou de volta, sentindo o peito pesar um pouco e um nó na garganta se formar. Queria poder negar e simplesmente deixa-lo sozinho ali, mas Hyunjae estava sendo honesto com ele, o mínimo que poderia fazer por ele era ser honesto também.

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