thirty two

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Younghoon sentiu seu estômago afundar, mas sem muita consciência do motivo, sua cabeça estava uma bagunça.

- Ju, eu vou... – começou a falar e saiu, deixando seu amigo lá, este que não pareceu lhe ouvir.

Changmin havia dado meia volta e saído pela porta e Younghoon foi atrás. Ainda não sabia o que dizer e nem o que fazer, só queria faze-lo ficar, saber se ele tinha visto sua mensagem, tirar sarro da sua cara ou qualquer coisa assim.

Desceu as escadas apressado e o alcançou alguns degraus abaixo.

- Ei, Kyu... você já vai embora? – Kyu parou onde estava e se virou, olhando em seus olhos e assentindo levemente. Eles estavam mais brilhantes do que o usual, mas não transmitiam nenhum tipo de sentimento que Younghoon pudesse identificar, então este acrescentou antes que o outro decidisse seguir seu caminho. – Mas você acabou de chegar.

- Eu... não devia nem ter vindo. – falou Kyu com uma voz contida e, sem tirar os olhos dos seus, continuou – Não tem nada pra mim aqui.

Aquilo tinha sido pra ele?

- Sobre o que você viu... – Younghoon começou, soltando um leve pigarro – Não foi... não foi nada demais. Juyeon chegou do nada me beijando e...

- Não estou pedindo explicações. – cortou o mais novo, exasperado.

- Eu só não quero que entenda errado o que acabou de ver.

- Então você e o Juyeon não estavam se beijando? – Younghoon se surpreendeu pelo questionamento.

- Bom, sim... mas nós somos apenas amigos e...

- Olha, ok, você não me deve satisfação e faz o que bem entende da sua vida, Younghoon. – ele se viu sendo interrompido novamente.

Kyu respirava pesadamente, como se estivesse se controlando. Ele parecia chateado e Younghoon estava arrependido do beijo. Não que tenha sido ruim, foi melhor do que ele teria imaginado, mas não era Juyeon quem ele queria beijar naquela noite. E lá estava Changmin, com lábios entreabertos, cabelos espetados e molhados, com seu perfume de sempre e tão absurdamente lindo e atraente que ele precisou de todas as suas forças pra não descer o degrau que lhes separava e beijar aquela boca linda e rosada dele. Mas ele conhecia muito bem o outro garoto e estava consciente de que seria rejeitado.

- Ji, eu preciso de um minuto de honestidade sua. – se viu falando depois de soltar um suspiro resignado.

- O que? – questionou Kyu, surpreso.

- Eu te mandei mensagem e você não me respondeu. Então me viu beijando o Juyeon e parece está chateado o suficiente pra ir embora sendo que acabou de chegar. Eu não sei se uma coisa tem haver com a outra, mas... eu simplesmente não te entendo.

Kyu se empertigou onde estava, parecendo ansioso, e mordeu o lábio sem olhar para ele, como se estivesse ponderando se fazia aquilo ou não.

- Ok, um minuto sendo verdadeiramente honesto com Kim Younghoon. – o mais novo falou por fim, subindo um degrau e ficando quase cara a cara com ele – Não esperava chegar aqui e te ver beijando o Juyeon. Eu me sinto burro porque por um momento eu tentei ir contra a minha razão e todos os instintos que gritam me pedindo pra fugir de você... e tentar dar uma chance, ver o que poderia acontecer, talvez você não fosse aquilo que eu pensava que você era.

"Minhas mães fizeram todo um discurso motivacional sobre como meu medo de me machucar me impedia de ter experiências incríveis. E vindo pra cá, decidido a fazer algo que eu nunca pensei que fosse fazer, eu lembrei daquela noite em que você me levou pra longe de casa num dia ruim e me fez ver que o mundo não poderia ser um lugar tão terrível quando tinham coisas tão belas quanto aquela clareira de vagalumes. Como ao me permitir fui surpreendido pela clareira, os vagalumes, as risadas, pelo quanto você é lindo e em como você facilmente começou a derrubar todos os muros que eu tinha construído pra manter pessoas como você o mais longe possível de mim."

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