forty eight

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A mãe de Eric brigava com ele constantemente pela sua mania de dormir com a janela do quarto aberta, pois, apesar da segurança local, nunca se sabia que tipo de perigos os rodeavam, mas Eric sempre bateu na tecla de que sua mãe era extremamente paranoica e não devia ser levada a sério. Principalmente seu quarto sendo no segundo andar.

No entanto, apesar de paranoica, sua mãe sempre costumava estar certa.

E ele devia tê-la ouvido.

Era madrugada, a julgar pela escuridão do lado de fora de seu quarto, quando acordou meio desorientado pelo sono e Eric viu a sombra em sua janela. A pessoa devia ter subido a árvore e escalado o galho que ficava próximo a seu quarto e ela estava entrando em sua casa.

Despertando imediatamente enquanto a adrenalina corria pelo seu corpo, o garoto pegou o prato que tinha deixado na noite anterior na sua mesinha de cabeceira e correu em direção ao invasor, que pelo porte corporal, devia ser um homem.

Com um baque surto, o homem caiu de quatro no carpete de seu quarto, soltando um gemido baixo. Aproveitando a distração, Eric correu em direção a sombra que se levantava com dificuldade, e com toda a sua força acertou a cabeça do possível assaltante com o prato.

O prato se espatifou em sua mão e o invasor de domicilio caiu inerte no chão.

Agindo rapidamente, Eric correu de volta para a sua cama para pegar o celular que estava em cima de seu travesseiro. Acendeu o abajur e congelou quando ouviu um gemido atrás de si. Respirando com dificuldade e discando desajeitadamente o número da polícia em seu celular só com uma mão, se virou pro homem com o abajur na outra mão para poder se defender caso ele estivesse próximo. O que viu o fez desligar imediatamente a chamada que já se iniciava.

- Juyeon! – exclamou correndo até ele.

- Argh. – para a felicidade de Eric o garoto gemeu, o que indicava que Eric não tinha lhe matado.

- Puta que pariu, o que você tá fazendo aqui? – murmurava mais para si, pois claramente o outro garoto não estava em condições de responder.

Eric segurou o rosto de Juyeon entre as mãos e deu leves tapinhas em seu rosto tentando acorda-lo. Juyeon estava recuperando a consciência, mas seu rosto estava pálido, um corte se abrira em sua testa e ele fedia puramente a álcool, sem sinal daquele perfume levemente almiscarado e amadeirado que ele costumava usar.

- Eric? – ele murmurou após alguns minutos em que estavam na mesma posição, com a preocupação de Eric já ultrapassando o desespero.

- Você está acordado, o que é bom. E lembra quem eu sou, o que é bom também, pois significa que você não perdeu a memória, mas onde caralhos você estava com a cabeça quando decidiu invadir minha casa, Juyeon? – Eric retrucou, falando sem respirar, inicialmente aliviado e se tornando gradativamente irritado com a situação.

Juyeon nada falou, só ficou ali, deitado em seus braços, enquanto encarava o seu rosto, quase como se não acreditasse que estava lhe vendo. Soleil, o gatinho perneta, acordou com todo o alvoroço que os dois causaram e se aproximou roçando o focinho com carinho e despreocupação na bochecha de Juyeon, que sorriu com o toque.

- Vamos, levante-se. – Eric murmurou, resignado e o ajudou a se levantar.

Eric o ajudou a se sentar em sua cama, com os braços de Juyeon em volta de seu ombro e Soleil pulou no colo de Juyeon para se juntar a ele.

Deixando-os sentados, Eric foi buscar a caixa de primeiros socorros que sua mãe costumava guardar no armário embaixo da pia do banheiro. A sorte estava ao seu favor, pois ninguém da casa acordara, mesmo com todo o barulho que fizeram. Correu de volta para seu quarto e trancou a porta ao passar, só por precaução.

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