Stupid Sorry 🎶

twenty five

Changmin saiu pela porta antes que Younghoon falasse mais alguma coisa e seguiu pela calçada sem espera-lo. Não tinha a menor condição de ficar mais tempo na presença dele e principalmente sozinhos em seu carro.
Tudo de que precisava naquele momento era distância.

— Ah, então vamos brincar disso de novo? – Younghoon encostou com o carro próximo a calçada, baixando os vidros e desacelerou para acompanhar os seus passos.

— Me esquece, Younghoon. – Changmin falou e logo soltou um suspiro cansado.

— Você sabe que minha síndrome de herói jamais permitiria que um jovem indefeso voltasse para casa sozinho a essa hora, certo? – o outro garoto insistia.

— Ainda tem ônibus esse horário, não se preocupe. – ele rebateu chutando uma pedrinha que estava em seu caminho.

Tudo o que queria era que ele fosse embora para que pudesse ficar sozinho.

— Já fizemos isso antes, certo? Já deve prever quem de nós dois vai vencer essa discussão. – Hoon suspirou e ligou o som do carro.

“Wish you were sober” do Conan Gray começou a tocar baixinho e ele foi aumentando gradativamente. Isso por um acaso era uma indireta?

— Você é ridículo, Kim Younghoon. – Changmin bufa em aversão, mas abre a porta do carro e entra emburrado e dessa vez não bate a porta com tanta força.

— Real Sweet, but I wish you were sober. – o Kim cantou enquanto lhe olhava com um sorriso provocador que ia de orelha a orelha, mas Changmin não estava achando nada engraçado.

Esticou os braços e desligou o som, mesmo que sem permissão, colocando o cinto de segurança logo em seguida e olhou pro outro lado ignorando a existência da outra pessoa que estava no carro.

— Ótimo, então sem trilha sonora pro que eu quero que conversemos agora. – Hoon falou enquanto dava partida.

— Não temos nada o que conversar. – Kyu respondeu de modo indiferente.

— Eu preciso confirmar se o que me disse ontem é mesmo verdade. Só diga se sim ou se não. – Younghoon falou e parou o carro no sinal vermelho, virando-se para observar um Kyu que ainda mirava a janela com completo interesse, então continuou em um sussurro – Por favor.

Kyu engoliu em seco, sentindo um aperto incômodo em seu peito, e como sua voz lhe faltou para responder com total honestidade a sua pergunta, apenas moveu a cabeça para baixo, assentindo e mentindo descaradamente sobre tudo o que tinha lhe falado na noite passada.

— Eu entendo e não tinha percebido até então o que estava fazendo. Eu juro, Changmin, que nunca tentei me aproveitar de nenhuma das situações em que nos beijamos, mas confesso que fui impulsivo. É só que... – Younghoon quase não conseguia se concentrar na pista a sua frente e seu peito doía como se tivesse uma mão invisível lhe apertando. – Eu fiz o que eu queria fazer e não pensei necessariamente se aquilo era algo que você de fato queria. Na vez que suas mães brigaram e eu fui ver como você estava, eu só queria que você parasse de chorar e te ver naquela situação me deixou desesperado... das outras vezes eu só... só queria te beijar, sem desculpas, sou completamente culpado sobre isso.

O silencio de Changmin era quase ensurdecedor, mas Younghoon precisava desesperadamente colocar tudo aquilo pra fora, caso contrário ele enlouqueceria e ele precisava ser fiel ao que estava sentindo, então continuou:

— As vezes em que você retribuiu os beijos, os carinhos, em que cuidou de mim, as mensagens trocadas, as caronas tarde da noite e as conversas que se estenderam pela madrugada me fizeram muito bem, mais bem do que eu gostaria de admitir. Talvez eu só estivesse confundindo as coisas e os sentimentos. Me fez voltar há uns dois anos quando eu sentia tanto por você que tive que me declarar e você me despedaçou ao me rejeitar, no entanto não tiro sua razão. Eu estava com medo das coisas que estava começando a sentir, mas eu costumo ser honesto com o que sinto e dessa vez não seria diferente. – Hoon riu sem humor e prosseguiu, já não esperava resposta alguma de Changmin – Mas acredito que tenha me prendido em detalhes que eu mesmo projetei, vendo o que eu queria ver e não como as coisas realmente eram, então eu sinto muito e peço desculpas por não ter considerado os fatos aqui.