nineteen

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Domingo ⛈

O nariz de Younghoon escorria e o mesmo não parava de espirrar ou tossir. Sentia o seu peito pesado de tanto catarro e o mesmo acreditava piamente que aquele seria o seu último final de semana de vida. Maldito Changmin que o fizera correr molhado e pelado pela madrugada, resultando naquela gripe infernal. E para completar, o mundo parecia cair do lado de fora com a chuva e o garoto tremia das unhas dos pés aos últimos fios de cabelo devido ao frio e a febre. Os cobertores que o envolviam já nem surtiam mais efeito algum, mesmo que uns cinco o cobrissem. Definitivamente, Kim não estava em um de seus melhores dias.

Seu quarto, de paredes azuis só tinham como iluminação um pequeno abajur ligado, e fora os pingos de chuva que caiam e o batido de dentes de Younghoon, a casa se encontrava silenciosa, por este motivo, quando um raio atravessou o céu e iluminou um vulto parado do lado de fora de sua janela, os gritos do garoto teriam sido ouvidos por toda a vizinhança, não fosse o fato de um trovão tê-los abafado.

— Cala a boca, cala a boca, cala a boca, sou eu. — o vulto, vulgo Changmin, entrou no quarto as pressas e pressionou a sua boca para que o mais velho parasse de gritar. — Meu Deus, você tá quente.

— Isso se chama febre. — rebateu, mal humorado, quando Kyu parou de tapar sua boca. — E você está molhando todo o carpete do meu quarto.

E Changmin estava mesmo, pois a capa de chuva que usara para atravessar a rua as pressas se encontrava completamente ensopada. O mesmo a retirou, revelando que vestia uma regata branca e calças de moletom preta, e a depositou em uma cadeira que estava no canto, para logo em seguida fechar a janela.

— O que você faz aqui, afinal? — Younghoon perguntou, sua frase sendo seguida por uma série de tosses.

— Iga, catarrento.

— Sai da binha casa. — Changmin riu da resposta do outro garoto e principalmente da sua voz que estava fanha.

— Eu vim trazer isso. — falou, levantando uma sacola cheia de um conteúdo desconhecido para Younghoon — E você devia me agradecer.

— Buito obrigado por ter fodido com a binha saúde.

— Você está mal humorado. — Changmin bufou, mas sabia que em partes o garoto estava certo por culpá-lo pela sua falta de saúde.

Pensando nisso, sentou-se ao lado do mais velho e tirou de dentro da sacola uma porção de caixas de remédio e vitaminas, e por último uma vasilha de alumínio. Abriu-a com cuidado e o cheiro do mingau de arroz subiu junto com a fumaça, invadindo as narinas dos dois garotos.

— Foi você quem fez? Porque se foi, eu não vou cober.

— Não, foi minha mãe. — Kyu revirou os olhos e entregou a vasilha a Younghoon.

Com certa dificuldade, pois os lençóis o cobriam por todos os lados, Younghoon se sentou, ajeitando seus travesseiros atrás de si, e logo virou-se para Kyu abrindo a boca, em forma de O.

— Você não está querendo que eu lhe dê o mingau na boca, está? — Kyu perguntou, incrédulo.

— Unrum. — Younghoon cometeu o erro de balançar animadamente a cabeça para cima e para baixo, o que o deixou tonto. — Você be deve essa, Ji. — acrescentou.

Claramente o humor de Younghoon havia melhorado, pois um sorriso brincava em seus lábios.

— Para manter a lei da boa vizinhança eu tenho que me acostumar com o fato de que minha infelicidade é o motivo da sua alegria. — Kyu resmungou, mas encheu a colher de mingau e assoprou para esfriar, antes de estendê-la para Hoon.

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