• Víbora •
Quando eles pararam de me bater, me desamarraram dali, e me jogaram no banheiro.
Tirei minhas roupas, e fui tomar um banho gelado mesmo, por que o chuveiro não tinha resistência, então não tinha água quente.
Toda vez que eles me batiam com o ferro, eles me jogavam aqui pra tomar banho, para eu sofrer mais, pois essas porras ardiam pra caralho na água gelada.
Mas eu já estava acostumada com isso.
Me lavei toda, inclusive meus cabelos. Fiquei ali em baixo da água por uns dez minutos, e depois peguei uma roupa íntima que tinha no armário dali. Eu só podia estar vestindo calcinha e sutiã, por que pra eles, era mais fácil de me estuprarem.
Os caras destrancaram a porta do banheiro, e eu sai dali penteando meus cabelos. Como eu estava de calcinha, vi os roxos que estavam em minhas pernas, alguns até sangravam um pouco, mesmo depois de eu tomar banho.
Fiz careta quando vi que o KL ainda estava ali, sentado no mesmo lugar, só que agora de braços cruzados, olhando cada movimento meu.
Quando os caras foram me prender na corrente, o KL se levantou e veio se aproximando mais.
KL: Deixa ela solta. — murmurou, ainda me encarando.
— Mas o patrão disse...
KL: Deixa ela solta! Eu sou teu patrão também, caralho. — falou alto, e o cara apenas balançou a cabeça. — Vazem todos daqui, quero bater um papo com ela, só nós dois.
Fiquei sem entender e pensei no que ele queria comigo. Coisa boa não deveria ser.
Os caras tudo sairam dali sem dizer nada, e o
KL se sentou na cadeira de novo, cruzando os braços, ainda me encarando.KL: Tu sente muita raiva do teu pai, não é?
Víbora: Eu odeio ele. — murmurei, apertando os punhos. — Mas por que está perguntando isso?
KL: Por nada, pô. Só queria saber mermo. Ele pegou pesado com tu, te jogando aqui. Eu já teria matado de uma vez.
Víbora: Eu vacilei né. — suspirei. — Também
preferia que ele tivesse me matado de uma vez.KL: Teu pai nem lembra mais de tu, só as vezes quando o Tigrão fala alguma coisa. Mas ele tá pouco se fudendo, te odeia pra caralho.
Víbora: Isso já não é novidade, ele sempre me odiou, e depois do que eu fiz só cresceu o odio dele por mim.
KL: Pô, me conta como aconteceu o bagulho lá com o GL. — se encostou na cadeira. — Teu pai só me contou que tu se envolveu com ele e engravidou.
Víbora: Víbora: Nem eu sei como aconteceu as coisas direito. Só lembro que acordei numa cama com ele, e depois de dois meses descobri que estava grávida. Ele tentou me matar, só que infelizmente eu sobrevivi, mas meu filho morreu. — suspirei. — Acho que seria melhor se eu tivesse morrido logo de uma vez.
KL: Não sei se tu sabe, mas o GL tá morto.
Na mesma hora que ele disse, eu paralisei ali mesmo, encarando ele. Senti um negócio estranho no peito, um alívio enorme. Uma das coisas que eu mais queria era que o GL morresse.
Víbora: Quem...matou ele?
KL: O Próprio filho, TK. Hoje ele fecha com nós, moleque firmeza, mas não dá pra confiar demais, o cara era inimigo né.
Balancei a cabeça, com um sorrisinho no rosto.
GL estava morto, e agora só faltava o meu pai.Se um dia eu sair daqui, eu mato meu pai, da pior forma possível...
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PCC - Primeiro Comando da Capital.
Fanfiction"Foi no meio de tanto ódio, que eu nasci, e lá eu aprendi que se você não mata, é tu que morre. Que se você não pisar no outro, tu não acaba chegando ao topo. E o bagulho sempre vai ser você por você, por que se depender dos outros, tu nunca irá sai...