Capítulo: 30

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• Víbora •

Ao sair da casa do DR, eu me deparei com a última pessoa que eu queria ver por esses dias. Marcely estava ali no portão da casa dele com a maior cara de cínica.

Olhei para o DR na hora, e ele negou com a cabeça bufando, ajeitando a filha no colo.

Letícia: Vaca... — Murmurou baixinho, falando tudo enrolado.

Eu segurei a risada na hora, mas o DR não aguentou, e começou a rir ali, enquanto beijava a filha na bochecha.

Eu neguei com a cabeça, e me despedi dos dois, saindo dali. Marcely sorriu pra mim, e de longe dava para ver o quanto aquele sorriso era falso.

Não estava suportando olhar pra cara dela não, sabendo que ela está contra mim, se fingindo estar ao meu lado pra ajudar aquele nojento do Tigrão.

Víbora: O que foi?

Marcely: A gente pode conversar? — Fez careta, e eu concordei com a cabeça. - Bora na sorveteria, aquela que a gente ia juntas quando era menor.

Dei um sorriso falso de lado, me segurando ao máximo pra não amassar essa garota.

Nunca pensei que sentiria tanto ranço dela, da minha própria irmã.

Mas ela está me traindo!

Fomos andando até a sorveteria, as duas caladas. Eu fui o caminho todo pensando no que falar pra ela, as informações erradas para ela passar pro Tigrão.

Aí chegarmos lá, me sentei em uma cadeira, e ela sentou ao meu lado, logo chamando a menina que trabalha ali.

Marcely fez o seu pedido, mas eu nem tchum, fiquei de boa na minha só esperando ela começar a falar.

Víbora: E aí?

Marcely: Só quero me desculpar contigo por aquele dia, por não ter acreditado em você. Esses dias atrás eu vi que o Tigrão não é quem eu penso, ele é um filho da puta. Me perdoa, Analice, me perdoa.

Se eu não soubesse o que ela trama pra cima de mim, eu até poderia acreditar, mas como não sou boba e nem nada, usaria isso ao meu favor.

Víbora: Claro Marcely, te perdoo sim, irmã.
— Soltei um sorriso completamente falso, e ela soltou o mesmo. - Sabia que você iria cair na real e ver que aquele cara não é quem você pensa.

Ela balançou a cabeça confirmando, e começou a tomar seu sorvete assim que a mulher trouxe.

Não conseguia entender por que essa garota é tão cínica, tão filha da puta!

Ela quer mesmo me foder por causa de macho, por causa do Tigrão? Olha, sinceramente...

Marcely: Mas e aí, me conta seus planos contra o Tigrão e o pa...Cascavel.

Quis rir na hora da cara dela. Essa garota é muito sonsa mesmo né? puta que pariu!

Víbora: Eu penso em acabar com os dois, na quinta feira mesmo invadir o Heliópolis...

Ela deu um sorrisinho de lado e na hora eu já sabia o que ela estava pensando.

Mal ela sabia que enquanto os trouxas vão estar lá defendendo o Heliópolis eu vou estar aqui, no Paraisópolis, bem plena invadindo essa porra toda pra conseguir derrubar as bocas de fumo, por que assim o Cascavel pega um prejuízo enorme nisso.

Marcely: Já pensa em Matar o Tigrão?

Víbora: Por agora não, tenho que torturar ele primeiro e quem estiver ao lado dele. — Falei isso olhando bem nos olhos dela, pra ela tentar pegar o recado.

Mas como essa menina é burra, provavelmente nem entendeu. Mas é melhor assim, por que quando eu for acabar com o Tigrão, vai vir ela de brinde pra eu acabar de vez também.

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