"Foi no meio de tanto ódio, que eu nasci, e lá eu aprendi que se você não mata, é tu que morre. Que se você não pisar no outro, tu não acaba chegando ao topo. E o bagulho sempre vai ser você por você, por que se depender dos outros, tu nunca irá sai...
" Traidora de sangue frio, que usou o amor para encobrir sua falsidade e selar seu próprio destino."
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Sai daquela casa atordoada com tudo o que a Víbora disse. Não podia ser verdade tudo o que ela disse, principalmente com as coisas que ela falou sobre o Tigrão.
Eu conheço aquele cara a anos, e é o suficiente pra saber que ele nunca teria coragem de fazer aquilo com ela, com a menina que ele praticamente viu crescer.
E meu pai, eu sei que ele é um monstro, mas eu sinto que ele não teria coragem de fazer algo assim com a própria filha.
Passei a mão em meu rosto, e sai dali correndo, já pegando meu celular pra ligar para o Tigrão.
Precisava tirar essa história a limpo!
Combinei de me encontrar com ele num barraco que ele tem aqui na favela, e fui correndo pra lá.
Quando me aproximei do mesmo já vi a moto dele parada ali. Entrei rapidamente e encarei o mesmo que estava sentado naquela cama fumando um cigarro de maconha, com uma cara super estranha.
Marcely: Tigrão...
Tigrão: Pô, fala logo o que tu quer, tô com tempo hoje não. — Suspirou alto, soltando a fumaça.
Marcely: Eu...eu encontrei com a Analice agora pouco... — Falei baixo, e ele me encarou na hora, e até apagou o cigarro no cinzeiro.
Tigrão: Ela disse o que? — Se aproximou de mim.
Marcely: Cara, ela disse coisas horríveis sobre você, e sobre meu pai. Que meu pai jogou ela num galpão, e que você...abusou diversas vezes dela. Isso...isso é mentira, né Túlio? — Encarei ele nos olhos, sentindo meu coração acelerar.
Tigrão: Claro que é mentira pô! Tu vai acreditar numa garota que sumiu por anos, e agora apareceu falando essas porra? E puro caô dela, carai, ela só tá querendo me foder, e foder teu pai pra ficar com o comando.
Neguei com a cabeça, me aliviando bastante. Eu sabia que era mentiradaquela sonsa. Veio inventando isso tudo só pra dar uma de coitada, pra no final conseguir o comando pra ela. Vagabunda! Sonsa!
Marcely: Aonde é que ela estava nesses anos? — Olhei pra ele, que respirou fundo.
Tigrão: Teu pai mandou um menor atrás dela, que viu ela de fiel com o GL antes do TK matar ele. — Disse, e eu ri com ironia na hora, negando com a cabeça. - A filha da puta se fingiu de morta pra todos, mas estava lá sendo fiel de rival, e depois que o GL morreu, ela voltou pra essa porra pra infernizar a vida de todo mundo.
Marcely: Mas ela não vai conseguir! Eu vou acabar com ela antes! Não vou deixar ela tentar matar meu pai, e muito menos você pra ficar com o comando. — Neguei com a cabeça, e ele sorriu agarrando minha cintura.
Tigrão: Mas tu pode ser útil pra caralho, fingindo que está do lado dela, pra saber de tudo o que ela vai aprontar e dizer pra nós, pra nos ajudar a acabar com aquela filha de uma puta de uma vez. — Sugeriu dando um sorrisinho, e eu sorri também.
Marcely: E a Vibora como a boba que sempre foi, vai cair nesse meu papinho de amante revoltada. — Dei risada, e ele foi junto. - Eu te amo, e tu sabe que eu faço tudo pra te ajudar...
Tigrão: É disso que eu gosto. — Pegou na minha nuca, e colou nossas bocas.
Eu amava o Tigrão, e não iria deixar ele pra cair no papinho mentiroso da Víbora, e me juntar a ela. Nunca!
Aquela lá eu tô ligada que sempre foi uma sonsa, ambiciosa e mentirosa! Sabia que ela ia acabar vacilando feio alguma hora, e eu não estava errada!
Se ela pensa que vai conseguir matar meu pai ou o Tigrão pra pegar o comando da facção, ela tá muito...muito enganada!Por que eu não vou deixar isso acontecer, jamais!
