Capítulo 18.

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                               • Cascavel

Quando os caras mandaram o papo que tinham botado fogo no galpão que a Analice estava, fiquei puto, na boa mermo.

Não sabia se ela estava lá dentro, mas tava pedindo que sim.

Aquela filha da puta não podia estar viva, se não, a parada toda ia começar a foder, por que tava ligado que ela iria vir atrás de vingança.

Aquela garota é maluca, papo reto mesmo. Se ela vir, eu tô ligado que ela vem com tudo.

Tigrão: Mandei uma tropa ir lá, ver se tem corpos dentro do galpão. — Sentou na cadeira em minha frente. - Espero que aquela filha da puta tenha queimado junto.

Cascavel: Sei não, pô. Isso tudo ai tá estranhão. — Coçei meu queixo, olhando para o teto fixamente. - Cadê o KL?

Na mesma hora ele entrou ali assobiando, e se sentou ao lado do Tigrão. A cara do mano era de satisfação com algo, isso dava pra perceber de longe.

Cascavel: Qual foi? Tá felizinho? — Cruzei os braços, e ele ficou sério, parando de assobiar.

KL: To na boa, os lucros lá da Brasilândia tão crescendo pra caralho, e isso é bom demais.

Encarei ele bem sério mermo, tentando achar algum rastro de mentira, mas do mesmo jeito que ele estava sério, ficou assim me olhando.

Cascavel: Ficou sabendo que botaram fogo no galpão onde a Analice estava?

KL: lih pô, sem migué mermo? — Balancei a cabeça e ee fez careta. - Ela tava lá dentro?

Tigrão: A gente não sabe ainda. — Suspirou.
- Aquela filha da puta tem que ter morrido, se não nós tá fodido.

KL balançou a cabeça e ficou calado na dele. Sei não, pô, faz cota que o KL tá estranhão, e a confiança que eu sentia por ele, tá cada vez mais sumindo.

O celular do Tigrão começou a tocar, e eu desviei o olhar do KL, para o celular. O cara pegou, e atendeu, falando que era os manos que ele mandou lá. Pedi pra ele colocar no viva voz, e prestei a atenção nos caras.

📲 Ligação ON

- Pô, nós chegou aqui e os manos que ficavam na ronda da casa tão tudo mortos, e lá dentro só tinha um corpo de uma mulher.
Acho que é a Analice mermo.

📲 Ligação OFF

Olhei pro Tigrão, que deu de ombros, desligando a chamada.

Tigrão: E ai? O que tu acha?

Cascavel: Vou pedir pra fazer aquela parada pra ver se realmente é ela.

Olhei para o KL, que continuava do mesmo jeito que antes, e neguei com a cabeça.

KL: Pô, eu acho que é ela sim, não teria como ela fugir daquela porra, só se alguém foi muito filho da puta e ajudou ela a sair de lá. — Falou, e me olhou também. - Se o resultado dessa porra que tu quer fazer mostrar que não é ela, nós vai ter que ir atrás.

Tigrão: Se não ela vai querer dar uma de maluca e vir com a merda da vingançinha dela.

KL: Isso pô. Se ela tiver viva, nós tem que estar a dois passos na frente dela, por que quando ela ainda estiver indo com a vingança, nós já vai estar voltando com o plano todo pra acabar com ela de uma vez.

Balancei a cabeça concordando, e me encostei na cadeira. Acendi outro cigarro, e fiquei na brisa ali com os dois.

Eu fui burro demais, deveria ter matado aquela filha de uma puta quando tive a chance, mas preferi ver ela sofrendo, e agora nós só vai ter que ficar pedindo para aquele corpo realmente ser dela.

Por que se não for, eu tô ligado que nós tá fodido. Treinei aquela garota desde quando ela fez 4 anos.

Ela sabe dos bagulhos tudo, de cada parada que nós faz, e é isso que fode tudo mermo.

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