Capítulo 6.

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• Víbora •

Um mês depois...

Eu juro que eu tentava me fazer de sonsa, mas tava foda. Sabia que ele não tava pagando simpátia pro meu lado atoa, ele queria alguma coisa, e eu só não sabia o que.

KL: Pô, tá bem? — se pronunciou pela primeira vez desde que entrou aqui, a quase meia hora.

Víbora: Tô numa merda, e você?

KL: KL: Tô suave, bem na moralzinha.
— suspirou.

Kauã tava me tratando bem até demais nesse último mês, e eu sabia que logo mais ele pediria algo para mim.

Semana passada ele chegou aqui dizendo que os caras não me estuprariam mais, e porra, eu chorei de felicidade ao saber disso.

Eu não ficava com tanto medo dia e noite agora
sabendo que eles não podiam mais tocar em mim, mas eu sentia um receio em dormir, pensando que talvez eles podem entrar aqui, e me forçarem a transar novamente.

KL deu a ordem para não me tocarem, mas tem muito filho da puta que tá pouco se fudendo para as ordens, e mesmo assim tentam algo.

E caralho, agora eu tinha duas refeições por dia, e eles me traziam sempre com o almoço uma garrafa de 1 litro cheinha de água.

Eu realmente estava grata pelo o KL estar me ajudando, mesmo que não seja de coração, pois eu sei que no meio disso tudo, tem muita miseria ainda por vir.

Víbora: Vai mandar o papo limpo por que está me ajudando tanto? — ele me encarou.
— Sei que não está me ajudando por que tem "pena" de mim, por que isso eu sei que ninguém sente, ainda mais por mim. Tô ligada que isso tudo tá na base do interesse.

KL: Tu é espertona mermo, qualquer outra mina pensaria que tô ajudando ela por que no fundo tenho um coração bom, por que isso é mentira. — suspirou, passando a mão entre os cabelos. — Mas não vou te contar agora o por que de eu estar te ajudando, preciso resolver uma parada primeiro.

Víbora: Que parada?

KL: Interessa pra tu não, pô. — falou todo grosso, e eu fiz careta. — Ae, tô vazando já, amanhã eu colo aqui de novo, e se algum filho da puta encostar em tu na maldade tu me fala.

Balancei a cabeça e sorri de lado pra ele, que só fez sinal com a cabeça saindo dali.

Tava na cara que ele tava arranjando merda por ai, e que só estava aqui me ajudando, por que queria algo meu, ou até a minha ajuda em alguma parada.

Eu vacilei, e não faz sentido algum ele estar aqui me ajudando. Depois de quatro anos nessa, só agora ele vem querendo fazer algo pra me ajudar, do nada. Nunca falou comigo, ou se quer me tocou, e agora aparece assim, querendo me ajudar nos bagulhos tudo aqui dentro.

É, tem muita merda envolvida nas "paradas" dele.

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