Capítulo:22

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Víbora

Quando o dia da reunião finalmente chegou, eu já acordei animada, pronta pra colocar aquela porra pra foder de uma vez.

Na quinta alguns caras foram me buscar lá em Ilha Grande, e desde entao eu estou em um hotel no centro de São Paulo.

Nessas noites que se passaram eu não consegui nem dormir direito de tão ansiosa que eu estou pra chegar naquele lugar.

Só de lembrar que daqui a algumas horas eu vou bater de frente com o Cascavel depois de anos, já me deixa toda tremendo de ansiedade.

Quero tanto ver a reação dele quando ele ver que não morri, e perceber que quem vai morrer ali é ele, véi, ninguém tem noção da felicidade que eu sinto ao pensar nisso.

Encontrar com ele depois de anos vai ser uma coisa estranha, por que eu jurava que nunca ia sair daquele galpão e se quer bater com ele outra vez.

A última vez que vi aquele filho da puta já faz uns 4 anos naquele hospital, quando eu consegui sobreviver aos tiros do GL.

Hoje seria um dia especial, o dia que eu finalmente começaria a minha vingança contra aqueles dois e todos que me fizeram mal nesses
anos.

Foi de sete da noite que eu comecei a me arrumar, enquanto ouvia música no celular que estava usando nesses dias.

Depois de tomar um banho, eu vesti um vestido vermelho longo com um corte aberto na coxa direita. Ele era bem justo na cintura, aberto nas costas, e com um decote em V, chegando um pouco mais abaixo dos seios. Calcei a sandália de salto alto preta e fui arrumar meus cabelos.

Como ele ainda estava na altura dos ombros, eu só passei uma chapinha e me maquiei ali no banheiro, passando um vermelho sangue nos lábios.

A anos eu não me arrumava assim, naquele galpão eu só tomava banho e trocava de roupa, mas agora, iria ser tudo diferente.

Nove da noite ligaram da recepção falando que tinha alguns caras lá embaixo me esperando.

Só peguei minha pistola colocando dentro da bolsinha e desci.

DR estava ali com o TK mais a Alice e alguns outros caras. Daniel ficou me olhando igual a um bobão e eu dei risada.

DR: Tu tá lindona, Ana. — Sorriu, e eu beijei a bochecha dele. - Esse aqui é o Marquinhos, um dos chefes do ADA, que vai fingir ser teu marido enquanto essa porra toda durar.

Olhei para o cara, e dei um sorrisinho de lado, após apertar a mão dele. O cara não era lá aquelas coisas, mas dava pro gasto.

Falei com o resto do povo que estava ali e partimos para a tal reunião.

Alice: Tu tem que chegar lá arrasando mana, nem precisa ter receio de nada, que os caras já estão preparados caso eles tentem algo contra ti.

Encostei minha cabeça no banco e sorri igual a uma maluca. Eu não sabia explicar o que eu estava sentindo agora, antes de chegar naquele local, era uma coisa louca, sabe?

Sempre sonhei com esse momento, e saber que está chegando me dá até um friozinho na barriga. Imagina quando eu for matar aqueles dois de vez? Caralho, vou surtar.

O carro logo parou no meio do mato, ao lado de um galpão enorme. Desci do carro arrumando meu vestido, e fui para o lado do Marquinhos.

Marquinhos: Pelo o que os caras falaram todos já estão lá dentro, inclusive o Cascavel.
Fica suave que eles não podem tentar nada contigo enquanto pensarem que tu é minha mulher, pô.

Víbora: Ok, tô nervosa. — Suspirei dando uma risadinha, e ele pegou na minha mão.

Não era mentira, eu estava nervosa pra caralho, e confesso que até com um pouco de medo de nada sair como o planejado.

Fomos entrando naquele lugar, e cada vez que a gente se aproximava da onde eles estavam meu coração batia mais forte.

Tinha uma escada com apenas cinco degraus no "salão" que todos estavam.

Parei ali em cima ainda de mãos dadas com o Marquinhos e passei meu olhar por aquele local todo, até ele parar nele! Naquele desgraçado que fodeu com a minha vida!

Meu coração acelerou na hora que ele também me olhou. Respirei fundo e desci aqueles degraus, ainda com o olhar cravado no dele, que me olhava sem reação alguma.

Fui para perto da mesa do DJ que estava ali e peguei o microfone da mão dele.

Olhei em volta daquele lugar e todos ali me olhavam também, a maioria assustados por ainda pensarem que eu estava morta. Suspirei alto voltando com o meu olhar no dele.

Víbora: Vocês não imaginam o prazer que é estar de volta...

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