Capítulo 9.

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KL

Eu tava ligado que a Analice não era boba, desde que comecei a "ajudar" ela naquele galpão, ela já ficou ligada que eu queria algum bagulho.

E eu quero mermo, pô. Tava com umas paradas ai na cabeça, e queria ela pra me ajudar.

Aquela menina odeia o Cascavel, e sei que quando eu mandar o papo pra ela do que eu quero fazer, ela vai aceitar na hora, pô.

Mas nem ia contar pra ela, por agora. Vou enrolar mais algumas semanas, e só ai iria mandar o papo pra ela.

Cascavel foi um vacilão em ter jogado a mina lá, devia ter matado. Eu já teria matado, mas como ele foi burro, vai se foder bonito.

Quando eu olho pra Natália, eu vejo no olhar dela que ela realmente odeia o pai, e que sua maior vontade é matar ele da pior forma, e isso só me faz ter mais certeza que ela irá me ajudar pra caralho nas paradas.

É pô, o bagulho só vai ser sucesso!

Sai da minha brisa, assim que um vapor meu mandou o papo que o Cascavel tava ai, e queria trocar um papo comigo, mandei ele entrar, e já meti postura.

O cara entrou posturado, e chein de marra. Fiz um toque com ele, e já fui bolar um baseado.

KL: Manda ai, pô, qual foi da fita? — encarei ele, acendendo meu cigarro.

Cascavel: Qual é das ideias que me mandaran, tá ajudando a Natália por que? Esqueceu que ela traiu a facção, porra?

KL: Nem tô ajudando ela, só tô fazendo ela pegar confiança em mim, pra eu conseguir tirar um bagulho dela. — menti, mas uma parte dessa mentira era verdade. Só uma parte mermo. — Ela foi lá no Rio atrás do Gael, e pode ter descoberto algum bagulho, por isso ele pode ter atirado nela também pô, não só por causa da cria.

Ele ficou me olhando por um tempo, acho que procurando algum rastto de mentira, mas continuei ali sério fumando meu cigarro numa boa.

Cascavel: Tá mentindo pra mim não né, KL? — cruzou os braços.

KL: Claro que não, pô, tenho nem motivo pra isso. — suspirei, soltando a fumaça. —Pode confiar, carai.

Cascavel: Se souber de algum bagulho, tu me avisa.

Nem demorou muito pra ele vazar dali, batendo a porta.

Dei uma risada baixa, percebendo o quão burro esse cara é. Vai cair facinho, pô.

Nem quero saber de nada do que aquela garota fez lá no Rio, só quero a ajuda dela pra acabar com o Cascavel de uma vez.

O bagulho é conseguir a "confiança" dela, e fazer ela se juntar comigo, pra acabar com o Cascavel e com o Tigrão, assim o comando do PCC fica só comigo.

Mas tem muito bagulho envolvido. Tenho que reunir uma tropa maneira pra me ajudar nessas paradas ai. Tenho que ficar mais forte, pô. Por mais que eu também seja um dos chefes, Tigrão e Cascavel tem mais poder, e muito mais gente do lado deles.

Ai fica foda, mas vai tudo dar certo pro pai aqui, e eu vou conseguir o comando todo pra mim. Só crescer!

Aqui não tem bagulho de irmandade ou parceiragem não, é cada um por si e o resto que se foda. Tu tem que matar, pra poder sobreviver, tem que pisar no outro pra poder crescer, se não tu fica lá embaixo, e não cresce nunca.

Ambição pelo poder te cega, e faz tu fazer coisas na maior filha da putagem, pô.

Mas é o jeito. Se tu não pisa no outro, tu é pisado!

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