• Víbora •
Cheguei em Porto Alegre na madrugada de sexta pra sábado. O voo foi tranquilo, dormi o tempo todo e já tava de boa. O Marcos tava comigo porque o KL tava atolado de problemas em São Paulo. Tava ansiosa pra encontrar a Luana e resolver tudo de uma vez.
Assim que chegamos no hotel, mandei uma DM pra ela no Instagram, marcando um local perto do hotel às três da tarde. Ela confirmou, disse que estaria lá.
Marcos me acompanharia, mas ficaria um pouco afastado pra não levantar suspeitas. Eu não fazia ideia de como ela iria reagir quando descobrisse que a entrevista era uma farsa, mas estava pronta pra qualquer merda.
Quando saí do hotel, caminhei até o ponto combinado. Marcos ficou longe, esperando pra não aparecer junto. Cheguei no restaurante, falei com o segurança que tinha uma pessoa me esperando e ele me deixou passar.
Olhei ao redor procurando a Luana e, quando a vi, sorri de lado. Ela estava em uma mesa mais afastada, mexendo no celular.
Fui me aproximando e, antes mesmo de me sentar, ela levantou e me abraçou meio desajeitada. Dei um sorrisinho e me sentei, respirando fundo.
Víbora: Eu não vou mais te enrolar, vou ser sincera contigo. — Falei baixo. Ela me olhou confusa.
Tirei a pistola da cintura e coloquei em cima da minha coxa. Os olhos dela se arregalaram, ela engoliu em seco e, na hora, o Marcos apareceu, sentando ao lado dela.
Luana: Marcos? O que... o que tá
acontecendo? — Perguntou baixinho, visivelmente desesperada.Víbora: Nada demais, só quero que você não faça nenhum escândalo e me escute, não vou te machucar. — Suspirei, guardando a arma de volta.
Coloquei a bolsa em cima da mesa e encarei Luana. Ela estava com a respiração acelerada, já bem nervosa.
Víbora: Eu sou a Analice, vulgo Víbora, e infelizmente filha de um dos líderes principais do PCC, o Cascavel... — Disse, e ela fechou os olhos, engolindo em seco. - Eu sei que você, Luana, também é filha de um dos líderes, e preciso da sua ajuda.
Luana: Minha ajuda no quê? Eu nem sou envolvida com nada do que meu pai faz, eu juro!
Víbora: Sabemos disso! Mas preciso da sua ajuda e do seu pai pra acabar com o Cascavel...
Comecei a contar tudo pra ela, sem entrar em detalhes muito pesados. Ela ficou em silêncio, ouvindo e às vezes respirando fundo quando eu falava dos meus momentos mais cruéis no galpão dos infernos.
Falei sobre o Tigrão e do plano pra derrubar o Cascavel, e que precisava da ajuda dela pra trazer o pai dela pro meu lado.
Quando terminei, Luana estava quase chorando, abatida com tudo que eu contei.
Luana: Eu já tinha ouvido falar de você, da sua suposta morte, mas não sabia que isso tudo tinha rolado. Sinto muito! — Me olhou com compaixão.
Víbora: Tá tudo bem já, e quase ninguém do comando sabe do que passei, só algumas pessoas. — Suspirei e sorri levemente. - Agora, só preciso saber se você vai me ajudar...
Luana: Eu vou te ajudar no que for preciso, mas... não posso ajudar com relação ao meu pai.
Víbora: Por quê?
Luana: Porque eu nunca vi ele na minha vida! Não conheço ele, e tenho pouco contato. Às vezes ele manda uma carta, dizendo que tá bem e me manda dinheiro, mas é só isso! — Fez careta.
Bufei, colocando as mãos no rosto.
Víbora: Puta que pariu!
Marquinhos: Mas tua mãe deve saber como ele é, né? — Falou pela primeira vez. — Pelo que eu sei, eles ficaram anos juntos, então é bem provável que ela saiba onde ele possa estar.
Olhei pra Luana, que engoliu em seco, fazendo outra careta.
Luana: Eu vou dar um jeito de descobrir algo com a minha mãe pra ajudar vocês, mas... não prometo nada!
Suspirei, sorrindo pra ela. Mesmo não sabendo muito sobre o pai dela, isso poderia ser um começo se a mãe dela ajudasse. Pelo menos não precisava me desesperar com essa merda toda.
Mas a pergunta que não saía da minha cabeça era: O que mais estava escondido por trás desse mistério da família da Luana?
Conto com vocês 😉
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PCC - Primeiro Comando da Capital.
Fanfiction"Foi no meio de tanto ódio, que eu nasci, e lá eu aprendi que se você não mata, é tu que morre. Que se você não pisar no outro, tu não acaba chegando ao topo. E o bagulho sempre vai ser você por você, por que se depender dos outros, tu nunca irá sai...