Capítulo 44.

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• Víbora •

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Dias depois, o peso da culpa pela morte de Marcely havia diminuído, substituído por um rancor profundo. O que antes era um fardo de culpa, agora era uma chama de ódio.

DR e KL tinham me ajudado a enxergar quem ela realmente era.

Eles me contaram coisas horríveis que ela havia dito sobre mim enquanto eu estava presa no galpão, e o pior de tudo era que ela sabia que eu estava lá, vivendo aquele pesadelo.

Quando descobri isso, parecia que meu mundo havia desmoronado completamente. Fiquei paralisada, e a partir daquele momento, minha raiva por ela se intensificou.

Sentia um ódio tão profundo que me consumia. Ela havia se feito de sonsa, fingido ser uma aliada, enquanto na verdade estava ao lado de Tigrão. Isso foi o golpe final que me
despedaçou.

A confiança que eu tinha nela se desfez como uma ilusão. Eu sempre imaginei que, juntas, nós acabaríamos com Cascavel, mas a realidade era que ela estava do lado dos inimigos.

Era uma traidora filha da puta, e o pior era que eu havia acreditado nela por anos. A verdade era que minha irmã não era nada do que eu pensava. Ela sempre foi uma Piranha, mentirosa, cínica e falsa. Confiei nela para, no final, descobrir que ela sempre esteve contra mim.

Mas, pelo menos, com a ajuda de KL, consegui acabar com Tigrão e Marcely. Eles morreram queimando e, agora, estão condenados a arder no inferno.

DR: Sua mãe ficou de boa quando tu disse que tinha matado aquela porra lá? — Perguntou, cruzando os braços.

Víbora: Ela não era mãe de sangue da Marcely, mas tinha uma consideração por ela. No fim, aceitou o que aconteceu — Respondi, olhando para DR.

DR: Sua irmã era uma filha do capeta, e que Deus me perdoe por dizer isso, mas ela mereceu o que teve — Disse, suspirando e passando a mão em meus cabelos.

Eu estava deitada em suas pernas no sofá da sala, assistindo TV enquanto Luiza e Letícia dormiam lá em cima. A pestinha havia passado quase uma hora gritando pela casa antes de finalmente dormir.

Após algumas horas, me despedi de DR e das meninas e voltei para o meu hotel.

No caminho, encontrei Cascavel, que sabia que eu tinha matado Marcely. KL me contou que, ao saber como eu havia matado Tigrão e Marcely, Cascavel ficou surpreso.

Parecia já estar imaginando o pior para quando chegasse a sua vez, que não tardaria a chegar.

Eu mal podia esperar para acabar com ele e sentir a paz que isso traria.

Cheguei ao hotel e, ao entrar no meu quarto, vi KL sentado na cama, olhando fixamente para o chão. Seu comportamento estranho me deixou desconfortável. Olhei para ele, confusa.

Víbora: O que foi? Rolou alguma coisa?
— Perguntei, preocupada.

KL não respondeu de imediato, apenas continuou olhando para o chão, passando a mão pela nuca. Isso só aumentava minha inquietação.

Víbora: KL, o que foi? Caralho... — Perguntei novamente, frustrada.

Ele finalmente se virou para mim e, com uma expressão séria, disse:

KL: Relaxa, pô, tô aqui por nada mesmo. Rolou nada não, fica na paz. — Seus olhos se
encontraram com os meus, e eu revirei os olhos, me jogando na poltrona ao lado.

Víbora: Então, o que você quer aqui?
— Perguntei, mais uma vez, tentando entender sua presença.

KL não respondeu e, em vez disso, se levantou da cama e veio em minha direção. Meu coração acelerou e uma sensação de confusão tomou conta de mim. Ele me puxou pelo braço com força, fazendo-me levantar da poltrona.

Eu olhei para ele, confusa e assustada, enquanto ele ainda segurava meu braço, olhando diretamente nos meus olhos e, ocasionalmente, para minha boca.

KL: Eu quero você, pô... — Murmurou, suas palavras baixas e carregadas de uma intensidade inesperada.

Senti um frio na espinha e uma mistura de emoções conflitantes. Fechei os olhos, respirando fundo, enquanto ele se aproximava mais.

Minha mente gritava para eu me afastar, para mandar ele embora, mas meu corpo estava paralisado.

Quando seus lábios finalmente tocaram os meus, um turbilhão de sentimentos me envolveu, e a confusão se tornou quase insuportável.

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