Capítulo 17

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                               •  Víbora

O dia da minha fuga finalmente tinha chegado, e eu ficava igual maluca contando os minutos até a hora que eu felizmente iria sair daqui

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O dia da minha fuga finalmente tinha chegado, e eu ficava igual maluca contando os minutos até a hora que eu felizmente iria sair daqui.

Fiquei a semana toda pensando nesse "grande" dia, e nos riscos que eu iria correr também. Mas se desse tudo certo, tudo iria ter valido a pena no final. O importante era eu sair daqui!

KL já tinha vindo aqui mais cedo, repassar o plano mais algumas vezes. Desde quando ele foi embora, eu estou passando e repassando tudo na minha cabeça, pra nada dar errado, até por que não podia dar errado, se não, eu morria de vez, e o povo todo ia junto.

O plano era o seguinte:
Alguns parceiros das antigas ai do KL, na época que ele estava preso iriam vir com tudo, e arraniariam um tiroteio contra os homens do Cascavel, que ficavam rondando a casa, e enquanto isso alguém iria vir até mim, e me ajudaria a fugir.

Parecia fácil, mas na hora é um medo da desgraça de tudo dar errado.

Já estava anoitecendo, e minha ansiedade crescendo cada vez mais. Estava nervosa, e com um pouco de friozinho na barriga.

A porta ali se abriu, e alguns caras entraram, com as barras de ferro na mão. Suspirei alto segurando o choro que veio com tudo.

Eu só fiquei de olhos fechados, lembrando que daqui a pouco eu iria sair daqui, e logo mais me vingaria desses filhos da puta!

Já fazia acho que algumas horas que o sol se pôs. Vesti as roupas que o KL tinha trago pra mim, uma calça de couro preta, e um top também preto. A alguns dias atrás eu tinha implorado pra ele me trazer aquelas botas cano alto, pra eu sair daqui arrasando, e ele acabou trazendo.

As botas vinham até a metade das minha coxas, e tinha um salto fino bem alto.

Desde quando os caras tinham saído daqui, depois de me baterem, eu estava no banheiro me arrumando, e cara, pela primeira vez depois de muito tempo eu estava me sentindo linda.

Quando estava saindo do banheiro, eu ouvi o barulho de bomba. Dei um sorrisinho de lado, e me joguei no colchão.

Os primeiros tiros vieram, e eu só sorria mais, como uma maluca.

O som daqueles tiros, pra mim era música, pois por causa deles, eu iria me livrar do inferno.

Passei a mão por meus cabelos, e suspirei alto. A porta ali do galpão se abriu com tudo, e um cara com uma mascara entrou, vindo direto na minha direção.

- Analice, né?

Víbora: Vulgo Vibora. — Me levantei, ficando na frente dele.

- Satisfação, TK. — Balançou a cabeça.

Fiz careta e tentei lembrar da onde eu conhecia esse vulgo, mas logo tive que deixar isso de lado quando ele me entregou uma fuzil, e um colete.

Vesti o colete, e ajeitei a fuzil, destravando a mesma. Saímos daquele galpão, e eu já mirei em alguns carinhas do Cascavel, que corriam. Atirei sem dó, e cada homem que eu acertava, o meu sorriso crescia, e o prazer de estar matando eles subia junto.

TK fez sinal pra mim, e eu balancei a cabeça concordando.

Quando todos os filhos da puta estavam mortos, alguns caras começaram a jogar gasolina naquele galpão.

Eu só ficava observando tudo, com um sorriso enorme no rosto.

Quando eles molharam uma grande parte do galpão com a gasolina, o TK veio até mim, e me deu um esqueiro.

TK: Bota esse inferno pra queimar de uma vez. — Ele deu uma risada baixa, e eu acendi o esqueiro.

Joguei na gasolina e o fogo já subiu. Suspirei alto, e fiquei vendo aquela porra queimar.

Estava sentindo um bagulho tão bom no peito, uma felicidade enorme.

É, finalmente essa porra acabou, mas a minha vingança ainda iria vir, e o inferno deles estava prestes a começar.

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