Capítulo 45.

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• Víbora •

Conto com vocês
Votem e comentem 💗

KL já veio agarrando meus cabelos, apertando minha bunda, e mesmo ainda meio assim, retribuí o beijo. Ah, qual foi? Sei a merda que ele me fez, mas só queria uns beijos mesmo.

Mas quando percebi que já estava com outras intenções, apenas empurrei ele, me afastando. O cara me olhou estranho, sem entender nada.

KL: Qual foi, Víbora? — Fez careta.

Víbora: Olha só, KL... Eu não sou trouxa, tá? Muito menos burra, cara! - Já aumentei meu tom de voz. - Você acha mesmo que depois de tudo aquilo que você falou, jogou na minha cara, eu vou ficar rendendo pra você? Ah, me poupe!

KL: Ih, Analice, caô pô, falei aquilo tudo na hora da raiva mesmo. Não era pra levar pro coração, não. - Não levei pro coração, levei pra minha mente, que é muito mais esperta que essa porra aqui. — Coloquei minha mão em cima do meu peito.

Cruzei os braços, me sentando na ponta da cama, e ele coçou a nuca, negando com a cabeça. Ficou maior silêncio ali entre nós dois, e na moral? Nem sabia que papo trocar com esse cara.

Não queria mesmo ficar com ele, não agora! As merdas que ele disse pra mim naquele dia, virando as costas pra me ajudar, eu não esqueci, muito menos vou deixar passar.

Ele tá achando mesmo que sou tonta igual a minha irmã? Que é levada facilmente por macho que não vale porra nenhuma? Se ele acha isso, sinto muito, mas o cara vai se ferrar bonito.

Cresci tendo na cabeça que eu nunca precisaria de macho algum pra conseguir o que eu queria. KL só me ajudou a sair daquele galpão, e eu tô fazendo o resto, praticamente sozinha! Mas eu até que gosto de depois olhar pra trás, vendo as coisas que estou conquistando e saber que aquilo tudo ali... foi esforço meu!

Víbora: Não quero mais você tocando em mim, do nada! Sem minha permissão! Tá achando que sou qualquer uma?

KL: Aí Víbora, na moral... menos! Foi só um beijo, caralho! — Bufou, negando com a cabeça. - Mas ó, tô partindo...

Víbora: Não! Calma aí. — Me levantei, segurando o braço dele. - Me diz uma coisa só... pra finalmente matar o Cascavel, preciso fazer mais o que?

KL: Ter a permissão.

Víbora: Como assim outros chefes? — Arqueei uma sobrancelha, e ele suspirou alto. - Pensei que o comando era só meu pai, Tigrão e você que comandava... — Na mesma hora que eu disse, ele deu uma risada irônica, olhando para o teto.

KL: Tu acha mesmo que uma facção grande e poderosa como o PCC só teria 3 comandantes? Se liga, pô.

Víbora: Quem... quem são os outros?

KL: Só conheço três, os outros nove, não faço a mínima ideia de quem seja. Deve ser dono de empresa, político, delegado e pá... esses caras poderosos por aí. Mas talvez seja um fazendeiro, cara que nem morar por aqui, mora.

Víbora: Que merda! Essa porra fode com meu plano inteiro, véi. Que ódio! Como que eu nunca pensei nessa porra antes? Era óbvio que meu pai e os dois não eram os únicos da facção, senão, o PCC já estava quebrado!

KL: Seu pai só é o cara que tem mais poder ali, ele junto com o Morte e agora o PW, já que o Tigrão morreu!

Víbora: Se eu conseguir que os outros comandantes venham para meu lado, consigo matar o Cascavel? — Soltei o braço dele, me sentando na cama novamente.

KL: Provável pô. Mas vai ser uma treta do caralho pra você conseguir trazer eles para o teu lado. Tá achando que é só chegar neles e pá? Ih, pô, nada! Maior parada mesmo!

Víbora: É melhor eu tentar do que ficar esperando a vontade do Cascavel de morrer pra eu conseguir o poder dele na facção. — Fiz careta, e ele bufou outra vez. - Tô sabendo que nesse final de semana tem reunião do comando... esses três comandantes que você disse que conhece, vão estar?

Ele balançou a cabeça concordando, e eu apenas sorri de lado, já montando diversos planos em minha cabeça para tentar convencê-los de ficarem do meu lado contra o Cascavel.

Cascavel tem o poder maior na facção, mas se a maioria dos caras ficarem do meu lado, inclusive esse tal de Morte e PW, minha vingança já está garantida!

O que KL não sabe é que eu tenho uma carta na manga, um segredo que pode virar o jogo de uma vez por todas.

Vou arriscar tudo nessa reunião, porque se eu falhar... bem, essa será a última chance que terei para me vingar. A cada minuto que passa, sinto o peso da decisão se aproximando.

Será que conseguirei convencê-los? Ou serei engolida pelo próprio veneno que venho cultivando?

Um movimento errado e posso perder mais do que minha vingança. Posso perder minha vida.

Mas uma coisa é certa: estou disposta a apostar tudo. E quando a noite da reunião finalmente chegar, estarei pronta para mostrar a eles quem realmente comanda.

PCC - Primeiro Comando da Capital.Onde histórias criam vida. Descubra agora