08.Diamante negro

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Após um tempo ali eu acabo me recompondo, o show tinha que continuar e o plateia chamava por mim. Dou uma última olhada no espelho, respirando fundo e logo saio do camarim, indo em direção ao palco e subindo as escadas de fundo. Me posiciono atrás das cortinas e dou um sinal para que as luzes fossem abaixadas e a banda começasse.

Assim que a música se iniciou, as cortinas foram abertas, me revelando ao grande público que ali estava. Me concentrando fielmente na melodia que guiava meus passos, eu elevo meus olhos para o alto e me deixo levar.

{ Coreografia }

Eu amava dançar enquanto refletia a letra da música, era como se um filme se passasse em minha cabeça, o que fazia os movimentos ficarem mais intensos. A música era literalmente uma carta, uma carta para um alguém que se foi, que um dia foi tudo, mas que tomou outro caminho. É, me parecia que o amor nem sempre era algo doce e bom, ele podia ser doloroso, podia machucar como nunca antes, eu tinha certeza disso.

Assim que a música se encerrou e eu finalizo, todos se põem de pé e começam a aplaudir. Com um sorriso no rosto eu levanto a cabeça para olhar para o público, e de longe pude ver Michael encostado em uma pilantra, com aquele seu sorriso de Judas o mesmo me encarava e aplaudia. Assim como Henri que estava na primeira fileira, assim que percebe meu olhar o mesmo assobia alto, me fazendo rir.

Agradeço a todos com mais algumas reverências e então me retiro do palco. Fui até o camarim e me sentei um pouco, o balé em si requer muita energia e esforço, e juntando com a dança contemporânea era mais puxado ainda. Fiquei ali por um tempo, sentada enquanto bebia sozinha um copo de uísque apenas para refrescar e comemorar o " sucesso" da noite.

Me troquei e então voltei ao salão, que estava lotado e bem barulhento. A primeira coisa que fiz foi procurar por Charles em todos os lugares, eu tinha esperança dele ainda estar em algum lugar por ali.

— Você está belíssima. - Henri se aproxima.

— Ah, obrigada! - Sorrio, me virando para ele. - Cadê você Charles... - Resmungo passando meu olhar pelo local.

— Procurando por alguém? - Ele pergunta. - Quem é o sortudo?

— Não é nenhum amante. - Rio. - Meu primo, Charles.

— Eu o vi a um tempo atrás, estava indo em direção a saída. - Ele aponta. - Antes de você subir ao palco.

— Obrigada Henri, preciso falar com ele. - Agradeço passando a mão em seu braço.

Logo me despedi do mesmo de forma apressada e fui para o lado de fora. Pego meu carro e começo a dirigir em direção a nossa casa, na melhor das hipóteses Charles teria ido pra lá.

[...]

Assim que chego, sai do carro às pressas e comecei a procurar pela enorme casa. Charles parecia não estar em lugar nenhum e isso começou a me assustar, eu o conhecia bem.

— CHARLES! - Entro em seu quarto.

E mais uma vez nada, saio do quarto as pressas e ando pelo corredor abrindo todas as portas. Procurei por toda a casa e nem sinal do mesmo, passo então pelo jardim e sigo para o estábulo, foi então que escutei um barulho de garrafa vindo de lá de dentro. De imediato entrei e corri para onde o barulho estava, foi então que encontrei Charles nitidamente bêbado, dando alguns chuta-pés na parede.

Legados - Meu Eterno Shelby IIOnde histórias criam vida. Descubra agora