34.Isso não é amor

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Após resolver tudo nas dorcas, pegamos o carro e voltamos para o hotel sem Anthony, já que o mesmo havia desaparecido com a garota misteriosa. Enquanto folheio um livro de poesia, me pegando pensando em quem era a tal garota que fez meu irmão correr daquele jeito, ela deveria ser especial, eu tinha certeza. Anthony nunca foi muito fã de romance, sempre que saia com uma garota enjoava em semanas e trocava.

Mas a ruiva parecia ter algo de diferente, até pela sua simplicidade, me lembro de a ver no The empire e ela era linda, mas claramente estava se sentindo deslocada. Anthony andava bem mais misterioso que o normal, e estava claro que tinha tudo a ver com ela. Enquanto tento ler o livro, observo os carros passando na rua e a lua ficar alta no horizonte. A porta então é aberta por Anthony, fingindo estar distraída eu o olho de canto.

— Pode parar de fingir que ta lendo. - Se joga na cama.

— Vai me contar quem é ela? - Abaixo o livro.

Ele ficou alguns segundos em silêncio olhando para o teto, com os braços abertos sobre a cama.

— Anne. - Suspira.

— Aonde a conheceu? - Pergunto curiosa.

— A tia dela tem um pub, ela trabalha como garçonete lá. - Explica.

— Eu não a conheço, mas a vi no The Empire naquele dia, ela parece ser adorável. - Sorrio.

— Ela é...muito. - Sorri fraco, e se senta na cama. - Eu nunca pensei que teria outra amiga mulher a não ser você.

— Não me diga que vocês são só amigos? - Falo surpresa.

— Pois é, tudo começou quando a saia dela estava presa na porta e quando eu fui ajudar ela me deu uma cadernada no rosto. - Ele ri.

— Ela pensou que você estava tentando ver a calcinha dela! - Caio na risada.

— E quando ela percebeu que eu estava tentando ajudar ficou desesperada pedindo desculpas, por fim ganhei uma bolsa de gelo no olho. - Ele assente enquanto ri.

— E depois daquilo você começou a voltar lá frequentemente... - Suspiro o olhando.

— Quando vi já haviamos nos tornado bons amigos. - Apoia os braços na cama.

— Só amigos? - Charles diz entrando no cômodo.

— VOCÊS ESTAVAM ATRÁS DA PORTA? - Ele grita. - MERDA!

— Vamos Anthony continue nos contando da sua linda história com a garçonete. - Jason se senta ao meu lado.

— Enfim, ela não é como as garotas que nós estamos acostumados. - Fala seriamente. - Ela é simples e humilde, eu só quero ser um cara legal e ajudar ela no que eu puder.

— Quem diria, o mais anti romance da Inglaterra de repente se tornou um principe encantado querendo salvar a princesa plebeia. - Charles brinca.

— Cala boca! - Joga o sapato em Charles. - É sério somos só amigos, é melhor assim.

— Ela deve ter ficado assustada com o que viu hoje. - Comento.

— Ela sabe que eu sou um Shelby e eu apenas tento manter esse meu outro lado longe quando estamos juntos. - Desvia o olhar. - Ela entende.

— Ela faz ele ficar mansinho... - Provoco.

— Tudo bem chega, vocês já estão sabendo demais! - Se levanta sem paciência. - E isso morre aqui.

— Prometemos. - Falamos em conjunto.

Ficamos por um tempo ali conversando até que o jantar chegasse no quarto, como o quarto dos meninos era o único com mesa nos reunimos lá. A noite estava perfeita, o trabalho cumprido e os meus garotos comigo rindo e brincando como de costume, quando eu estava com eles eu podia ser eu mesma. Ouço o telefone do meu quarto tocar e coloco a taça de vinho em cima da mesa, logo indo até lá.

Legados - Meu Eterno Shelby IIOnde histórias criam vida. Descubra agora