24.O legado continua

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Henri ficou por um tempo e me ajudou com alguma técnicas de palco, ainda mais com o nervosismo. Chegando perto de meu momento de entrada, ele se despediu e eu então fui para a parte de trás do palco, me colocando em posição. Atrás das cortinas eu podia as vozes do público ansioso para a entrada, e as luzes se apagando para que o foco ficasse em mim.

— Por favor senhor, me faça a maior estrela que esse mundo já conheceu... - Sussurro de olhos fechados. - Para que eu possa ir para bem longe daqui...! - Suspiro profundamente.

As cortinas então se abriram e eu simplesmente sai de mim, me doando totalmente para a dança.

{ Coreografia }

Tudo foi muito bem pensando, cada movimento criado por mim tinha o objetivo de transmitir a leveza e profundidade da música. O véu pendurado no teto me dava mais facilidade em demonstrar a delicadeza dos passos, me dando um certo controle e sensação de estar flutuando.

Aquela música havia sido atentamente escolhida e a sua letra mexia profundamente comigo, enquanto me balanço no véu inclino minha cabeça para baixo e passo meu olhar por todo o público. Os olhares estavam fixos em mim, e eu podia ter certeza de que a letra marcante da música estava os tocando. A letra remetia a intensidade do amor jovem, aquele fogo que queima em nosso peito.

"Você ainda irá me amar quando eu não for mais jovem e bela?" Esse era o ponto que mais me atingia, a insegurança de sempre ser vista apenas como o "o diamante" da temporada, como um acessório no belo cofre de alguém. Eu não tinha certeza se o amor existisse, mas caso ele exista, eu sei que é muito mais do que ver apenas o exterior do outro.

Assim que a música se encerrou, me mantive de joelhos no palco e fechei os olhos, suspirando fundo após tudo ter corrido como imaginei. Sou supreendida então pelos fortes aplausos que me fizeram abrir os olhos e levantar, com um sorriso de ponta a ponta eu agradeço o público que gritava e jogavam flores no palco e então me retiro.

As cortinas são fechadas e então ao lado do palco eu ouço mais algumas palmas, assim que olho vejo meu pai com os olhos marejados e um sorriso enorme no rosto. Não perdi tempo corri até ele, pulando em seu colo feito uma criança o agarrei.

 Não perdi tempo corri até ele, pulando em seu colo feito uma criança o agarrei

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— Você foi fantástica minha princesa! - Ele passa a mão em minha cabeça.

— Obrigada por estar aqui...! - Caio no choro, o abraçando fortemente.

— Eu sempre vou estar, não importa o que, eu sempre estarei ao seu lado...! - Segura meu rosto com as duas mãos.

Era tão bom ouvir aquelas palavras, aquele era o meu pai, o verdadeiro John Shelby que sempre era mais emoção do que razão. O seu abraço era como uma fortaleza, aonde eu sentia que nada poderia me machucar e eu só queria que aquele momento nunca acabasse.

Legados - Meu Eterno Shelby IIOnde histórias criam vida. Descubra agora