— Eu não sabia que você já tinha sido casado, ela era muito bonita. - Olho para o retrato novamente.
— Ela era sim. - Concorda com a cabeça.
— Me conte como se conheceram, adoro essas histórias clichês e impossíveis. - Ironizo.
— Clichês impossíveis. - Ele ri. - Você vai gostar da biblioteca que temos lá em cima.
— Vamos me conte! - Insisto curiosa.
— Bom, depois que voltei pra França eu estava completamente perdido, havia perdido o sentido da vida. - Explica. - Já se sentiu como se você estivesse em um lugar, mas o seu coração estivesse em outro?
— Já... - Digo pensativa.
— Era exatamente o que eu sentia, mas eu não podia voltar. - Suspira. - Então voltei pra minha antiga vida, voltei a cantar no antigo hotel de luxo onde trabalhei e foi lá que conheci Amélia. - Encosta as costas na poltrona.
— Foi amor a primeira vista? - Questiono, apoiando o queixo na mão.
— Não, isso só acontece uma vez na vida. - Ele ri em negação.
— Então já tinha acontecido. - Demonstro interesse.
— Sim, mas isso é história para outro dia. - Sorri de canto, amando me ver curiosa.
Ele era tão misterioso, aqueles olhos escondiam muita coisa e eu sabia disso. Tem pessoas que são como um livro aberto, mas Henri era aquele tipo de livro que nunca se sabe o que estará na próxima página.
— Amélia me viu cantando e com facilidade ela entrou no meu camarim no fim da noite. - Conta de forma nostálgica. - Me pediu para que cantasse em seu aniversário que aconteceria no domingo e foi aí que tudo começou.
— Quem se apaixonou primeiro? - Sorrio.
— Ela, com toda certeza. - Ele diz. - Mas com o tempo fui aprendendo a gostar dela, ela me devolveu a direção que eu precisava pra viver.
— Como um Porto Seguro? - Sugiro.
— A luz no fim do túnel. - Assente.
Ficamos conversando por algum tempo, enquanto tomávamos um café quente. As flores ainda não estavam prontas, então Henri decidiu me mostrar a sua gloriosa biblioteca e eu o acompanhei. Apesar de ter minhas duvidas sobre o amor, eu era uma secreta fã dos clichês e não conseguia negar isso.
Passeio em meio as diversas prateleiras, enquanto Henri apenas me observava de longe. O mesmo então vai até uma das cômodas e pega algo na última gaveta. Ele vem até mim e se encosta no peitoral da janela a direito, logo abrindo o pequeno caderno.
— O que é isso? - Pergunto.
— Lembra que eu disse que estava em um lugar, mas sentia que meu coração estava em outro? - Relembra e eu assinto. - Escrevi isso para a pessoa que estava com o meu coração em Londres, enquanto ainda estávamos "juntos".
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Legados - Meu Eterno Shelby II
Fanfiction{ 𝟐 𝐓𝐄𝐌𝐏 𝐃𝐄 "𝐌𝐄𝐔 𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐒𝐇𝐄𝐋𝐁𝐘" } Os anos podem passar, mas o legado de uma família sempre permanece. Hanna e John viveram sua grande história, e agora é a hora de passarem o seu legado e deixarem sua descendência escrever a su...