49.O príncipe sem emoçõoes

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— Eu não sabia que você já tinha sido casado, ela era muito bonita. - Olho para o retrato novamente.

— Ela era sim. - Concorda com a cabeça.

— Me conte como se conheceram, adoro essas histórias clichês e impossíveis. - Ironizo.

— Clichês impossíveis. - Ele ri. - Você vai gostar da biblioteca que temos lá em cima.

— Vamos me conte! - Insisto curiosa

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— Vamos me conte! - Insisto curiosa.

— Bom, depois que voltei pra França eu estava completamente perdido, havia perdido o sentido da vida. - Explica. - Já se sentiu como se você estivesse em um lugar, mas o seu coração estivesse em outro?

— Já... - Digo pensativa.

— Era exatamente o que eu sentia, mas eu não podia voltar. - Suspira. - Então voltei pra minha antiga vida, voltei a cantar no antigo hotel de luxo onde trabalhei e foi lá que conheci Amélia. - Encosta as costas na poltrona.

— Foi amor a primeira vista? - Questiono, apoiando o queixo na mão.

— Não, isso só acontece uma vez na vida. - Ele ri em negação.

— Então já tinha acontecido. - Demonstro interesse.

— Sim, mas isso é história para outro dia. - Sorri de canto, amando me ver curiosa.

Ele era tão misterioso, aqueles olhos escondiam muita coisa e eu sabia disso. Tem pessoas que são como um livro aberto, mas Henri era aquele tipo de livro que nunca se sabe o que estará na próxima página.

— Amélia me viu cantando e com facilidade ela entrou no meu camarim no fim da noite. - Conta de forma nostálgica. - Me pediu para que cantasse em seu aniversário que aconteceria no domingo e foi aí que tudo começou.

— Quem se apaixonou primeiro? - Sorrio.

— Ela, com toda certeza. - Ele diz. - Mas com o tempo fui aprendendo a gostar dela, ela me devolveu a direção que eu precisava pra viver.

— Como um Porto Seguro? - Sugiro.

— A luz no fim do túnel. - Assente.

Ficamos conversando por algum tempo, enquanto tomávamos um café quente. As flores ainda não estavam prontas, então Henri decidiu me mostrar a sua gloriosa biblioteca e eu o acompanhei. Apesar de ter minhas duvidas sobre o amor, eu era uma secreta fã dos clichês e não conseguia negar isso.

Passeio em meio as diversas prateleiras, enquanto Henri apenas me observava de longe. O mesmo então vai até uma das cômodas e pega algo na última gaveta. Ele vem até mim e se encosta no peitoral da janela a direito, logo abrindo o pequeno caderno.

— O que é isso? - Pergunto.

— Lembra que eu disse que estava em um lugar, mas sentia que meu coração estava em outro? - Relembra e eu assinto. - Escrevi isso para a pessoa que estava com o meu coração em Londres, enquanto ainda estávamos "juntos".

Legados - Meu Eterno Shelby IIOnde histórias criam vida. Descubra agora