Mais uma vez ele aparecia como a luz no fim do túnel, como nas noites de chuva em que eu contava histórias para que eu conseguisse dormir. Meu pai não hesitou nem por um segundo em passar correndo no meio da multidão e vir até mim, com um sorriso enorme no rosto e os olhos cheios de lágrimas, eu seguro sua mão.
— Você chegou. - Sorrio em êxtase.
— Eu prometi, não prometi?. - Sorri com os olhos marejados.
A música então se iniciou o começamos a dançar, eu não fazia a mínima ideia de que Anthony trocaria de lugar com meu pai na hora da dança. O mais supreendente era que mesmo não tendo participado de nenhum ensaio, ele sabia cada passo de cór.
— Você ensaiou? - Digo surpresa.
— Agradeça a sua tia Ada, ela teve muita paciência comigo. - Gargalha.
Sua risada alta fez todo aquele ambiente hostil de iluminar, por uma fração de segundo me senti em casa. Ele não era o melhor pai do mundo, tinha muitas falhas, as vezes eu achava que ele ainda estava aprendendo a ser pai, a deixar o velho John de lado. Mas de uma coisa eu sabia, ele tentava, tentava além do seu limite ser bom pra nós, e o seu amor por mim e Anthony era real. A música foi ficando mais animada e ele não média esforços pra me divertir no meio daquela cerimônia toda.
Entre os pais ali presentes, meu pai parecia ser o mais jovem e descontraído. Não nos importamos com os olhares e dançamos da nossa forma, eu não conseguia parar de rir enquanto meu pai me girava diversas vezes.
— Estão todos olhando pra nós. - Sussurro.
— Estão com inveja do nosso talento! - Me gira mais uma vez.
Literalmente brincávamos com os passos, sem nos importar se estavam olhando ou não. Aquele foi o melhor momento da noite, estaria marcado em minha memória para sempre!
— Eles estão fascinados por você. - Ele comenta. - Nunca deixe que isso mude quem você é! - Olha em meus olhos.
— Sempre uma Shelby, não importa onde eu esteja! - Afirmo.
— Sua mãe estaria orgulhosa. - Sorri com os olhos.
— Ela estaria mais ainda de você. - O olho nos olhos. - Sei que não está sendo fácil ficar em Londres, mas você está aqui.
— Vale a pena por vocês. - Segura as lágrimas.
— Não chora pai!!! - Dou risada.
— Desculpa!!! Quando se trata de vocês eu não consigo me segurar. - Limpa os olhos, rindo sem parar.
— O que o antigo John diria se visse essa cena? - Brinco.
— Ele não acreditaria que eu estou dançando em uma festa como essa. - Ele ri. - Mas assim que soubesse que é a minha parceira, ele entenderia tudo.
Sempre escutei muitas histórias de meu pai quando era mais jovem, o temido John Shelby que não tinha medo de ninguém. E o que mais deixava curiosa é que diziam que as únicas coisas que conseguiram mudá-lo foram, eu, Anthony e minha mãe. Tio Tommy dizia que depois de nós ele se tornou mais cauteloso, tinha medo de morrer, agora ele tinha algo a perder. Mas aquele John ainda estava ali, quando estava com a gente ele era o John pai, mais longe voltava ser um maldito Peaky Blinder. E era por isso que diziam que um Shelby nunca abre mão de sua natureza.
Cada Shelby tinha um talento diferente, tio Tommy tinha a mente calculista, tio Arthur possuía a brutalidade, meu pai era o rei do sarcasmo, conseguia entrar na mente de qualquer um fácil. Tia Polly tinha sua autoridade, tia Ada conseguia entrar em qualquer lugar despercebida e tio Finn era bom em convencer as pessoas, com aquela carinha de bom moço.
E então tínhamos nós, o legado, a nova geração de Shelby's. Charles tinha a mente de seu pai, mas também possuía a destreza de sua mãe, Anthony tinha o mesmo sangue nos olhos que meu pai, lutava até o fim pelo o que amava.
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Legados - Meu Eterno Shelby II
Fanfiction{ 𝟐 𝐓𝐄𝐌𝐏 𝐃𝐄 "𝐌𝐄𝐔 𝐄𝐓𝐄𝐑𝐍𝐎 𝐒𝐇𝐄𝐋𝐁𝐘" } Os anos podem passar, mas o legado de uma família sempre permanece. Hanna e John viveram sua grande história, e agora é a hora de passarem o seu legado e deixarem sua descendência escrever a su...