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-Millie-

-eu já entendi. -falei estressada.

-mas eu quero aaner o por que você e a Sadie foram embora ontem, eu te chatiei? -Isabela perguntou.

-não! -respondi. -eu só estava cansada e ela quis ir embora, foi só isso.

-você sabe que a Sadie tem um probleminha, né? -franzi o rosto.

-que probleminha? -ela arregalou os olhos.

-nenhum amiga. -arrou a mochila nas costas. -eu preciso ir agora, minha aula começou. -deu as costas e saiu.

De que problema será que ela tá falando?

[...]

Não vi a Isabella o resto da manhã toda, o que me deixa intrigada por querer saber qual é o problema.

Por mais que eu não queira esse jeito, dessa menina, me deixa diferente, me sinto mexida.

Eu me prometi que não iria me relacionar com nenhuma mulher até ter a minha independência e estar bem longe daqui, mas ela me faz duvidar de tudo.

O caminho estava bem chato. Isa não estava aqui para conversar, então só fui metade do caminho chutando uma pedrinha e depois perdi ela.

Tô andando bem devagar, pra falar a verdade, não quero chegar em casa e ter o desprazer de ter que ficar com meu pai.

As piadinhas dele sobre eu arrumar logo um homem, são machistas e insuportáveis.

Decidi passar numa cafeteira e comer alguma coisa, pedi um pão com um recheio lá, uma fatia de bolo, e um café com chocolate.

Comi tudo, na mesma, devagar, depois fiquei no celular um pouco até a moça trazer a conta, paguei e sai dali.

Voltei para casa e assim que cheguei na esquina minha mãe estava saindo com o carro dela, agradeci a Deus, porque ela com certeza iria encher meus ouvidos sobre eu não ter vindo almoçar.

Abri a porta com a minha chave e subi, direto para o meu quarto, quando abri a porta chega pulei.

-caralho! -coloquei a mão no peito.

-oi,.princesa. -ficou sentada no meu sofá.

-o que você tá fazendo aqui? -ela gargalhou. -quem te deixou entrar?

-eu entrei pela janela. -deu de ombros. -esse livro aqui é bem bom. -me mostrou a capa. -safadinha você, bom saber...

-quem te deixou pular a minha janela? -gritei. -e larga o meu livro! -fui até ela e o puxei com força.

-por que docinho? -lamentou. -logo agora que a Ashley ia...

-cala a boca! -gritei.

-esse livro é seu? -perguntou.

-não é da sua conta. -tirei os sapatos.

-ah é sim... -fez cara de surpresa. -olha só Millie Brown, é uma escritora de histórias maduras... -riu.

-nao é da sua conta, já te disse que mão é meu, agora sai do meu quarto, ou melhor, da minha casa! -ela levantou.

-eu já vou... mas, foi bom te ver, docinho. -veio para perto de mim e passou o dedo no meu rosto, num carinho, dei um tapa na mão dela. -você é forte... -deu um risinho convencida.

-sai. -abri a porta e ela saiu, me certifiquei de observar ela fechar a porta e depois atravessar a rua entrando no carro dela.

Que mulherzinha viu. Quem deixou ela entrar aqui?
Porque eu não fui.

[...]

Abro meus olhos ouvindo um barulho na minha janela, fiquei com muito medo de olhar mas não tinha escolha.

-desculpa. -nem acreditei.

-que porra...

-fui expulsa de casa... posso ficar aqui? -arregalei os olhos.

-que? -levantei meio zonza.

-é só por agora, amanhã vou procurar uma casa. -ela estava inquieta.

-se minha mãe te ver aqui ela vai surtar. -tranquei a porta. -pode ficar no sofá, e sem gracinha.

-valeu, docinho, tá uma deli- interrompi.

-eu disse sem gracinha. -empurrei ela para o sofá. -fica aí quieta. -voltei para a minha cama.

Ela deu uma risadinha e eu acabei voltando a dormir, quando acordei foi com minha mãe quase arrombando a porta.

Aí lembrei, merda. A menina tá aqui, e agora?

-ei, acorda. -cutuquei ela.

-hm? -se assustou.

-shiu! -puxei ela pela mão. -fica aqui. -coloquei ela dentro do closet. -não sai.

-tá. -esfregou os olhos.

Fui correndo para a porta e abri, revelando o rosto da minha mãe, extremamente brava.

-por que trancou a porta? -cuspiu. -tá escondendo alguém aqui?

Ela me empurrou da frente dela, quase cai no chão, mas bati a cabeça na parede. Passou por mim indo direto para o banheiro, olhou dentro dele e passou direto para.o closet, nessa hora eu tremi.

Ela abriu a porta e entrou, não demorou e saiu, não achou nada.

-não tranque a porta. -passou bufando por mim.

-como vou saber se não trouxe algum amante aqui? -gritei enquanto ela descia as escadas. -não consegue nem respeitar seu marido! -bati a porta com força.

-oi... -apareceu na minha frente.

-oi, onde você estava quando ela entrou?

-dentro de um armário. -deu de ombros.

-acho que já vou. -olhou o relógio.

-espera, a minha mãe já vai sair. -sentei na beira da cama.

-com todo o prazer... -sentou do meu ladoe ficamos olhando para a parede sem dizer nada.




Amores de SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora