-Sadie-
Entramos na maternidade que escolhemos e eu estava carregando as bolsas enquanto ela era levada na cadeira de rodas até o elevador.
Fomos as pressas até a sala de triagem, para ver a dilatação dela e ver se ala já poderia ser internada. Avisamos que a bolsa dela rompeu é que a gravidez é delicada, mas não adiantou, ela teve que passar por aquilo.
Depois disseram que ela estava com oito centímetros de dilatação, e mandaram ela até a sala de parto, fiquei atordoada por irem tão rápido com ela.
Não foi nem cinco minutos e eu já estava vestindo aquele avental péssimo para acompanhante. Deixei todos os meus pertences em uma das bolsas que coloquei no quarto onde ela vai ficar e fui para a sala de parto.
A Ana já estava lá, ajudando a Millie a se preparar, colocou ela sentada em uma cadeira lá, que ela disse que serve para terminar de dilatar e para estourar a bolsa do outro bebê.
Fiquei do lado de Millie o tempo todo, a segurando quando uma das contrações mortais vinham e ela pedia para agachar, eu a segurava, para a coluna relaxar.
E logo vimos aquele líquido novamente. As enfermeiras entraram em pânico, o médico chegou e mandou a Millie deitar na maca, eu a tranquilizei.
Eles foram muito grossos, eu tive que fazer de tudo para ela não acabar nervosa e ter um parto complicado. Foi muito difícil.
Logo ele mandou ela empurrar, e era cada grito que não gosto nem de relatar, ela sofreu, sofreu demais, mas depois que o primeiro, que decidimos ser o Benjamin, saiu, ela tomou fôlego e expulsou o Miguel em um minuto, o chorinho deles foi uma coisa emocionante, lindo de se ouvir. Eu não consegui e deixei as lágrimas escaparem dos meus olhos, eram lindos enormes, bastante saudáveis, a cara da mãe. Ajudei cortando. O cordão umbilical, dos dois, foi um momento especial demais.
-obrigada, meu amor... -a olhei enquanto chorava, -são lindos, a sua cara, obrigado por isso.. -beijei o topo de sua cabeça.
-eu te amo. -beijou minha bochecha e falou com a voz fraca.
-aqui está mamãe. -a enfermeira colocou eles em cima dela, os dois choravam alto, berrando pelo quarto.
Enquanto isso o fotógrafo que a Ana contratou tirava inúmeras fotos de nós, eu estava até ccom vergonha, chorei igual a um bebê.
-pega ele, amor. -a Millie falou quando a moça os enrolou em um pano lá.
-que? Eu não sei pegar, melhor não. -neguei com medo.
-para com isso, mamãe, não é nenhum bicho de sete cabeças. -a enfermeira vinha com o Miguel no colo, já vestidinho, depois de pesar e fazer tudo que precisava com ele.
-meu Deus... -fui pegando ele toda desajeitada, mas confesso que sentir ele no meu colo, seu cheirinho, que ainda não era dos melhores, ouvir seu chorinho se acalmando por estar no meu colo, aquilo estava mexendo demais comigo.
-tão fofos. -começou a chorar.
-para, se não eu fico com vergonha. -gastei, fazendo ela rir.
-besta. -fez uma careta. -o que é isso? -encarou o médico.
-estou fazendo uma pequena costura. -avisou.
Logo eu tive que segurar os dois, OS DOIS. Eu estava louca, nervosa demais, se eu pudesse morrer aquela seria a hora. Eles limparam a Millie e fizeram ela levantar, o que eu achei estranho, pensei que ela não poderia levantar.
Colocaram uma calcinha fraldinha nela, nome que demos quando fomos comprar. E ela trocou a camisola, depois vieram buscá-la com uma maca e eu e a enfermeira levamos os bebês até o quarto que ela vai ficar por alguns dias.
Ajustaram ela na cama, e a Ana junto com a pediatra estavam a ensinando a fazer eles mamarem, os dois juntos porque a gritaria estava imensa.
Eu assisti a tudo, pegando todas as informações, vai saber se são úteis num futuro próximo. Quando eles pegaram o peito dela foi uma alegria enorme da pediatra, parece que eles não deram tanto trabalho, amém por isso.
Eles estavam mamando nos seios dela, a Ana, médica chata, toda hora tocava nela, não gosto disso, quer comer fala logo porra. Ouvi por alto que não sai nada dali, só um líquido transparente com um péssimo gosto e disseram que logo logo o leite dela chega.
Mas que era para ficar tranquila que eles não passam fome com isso. E DEIXARAM A SALA. ELA ACABOU DE PARIR DUAS CRIANÇAS, COMO DEIXAM ELA ASSIM SOZINHA DO NADA.
-precisa de ajuda? -perguntei depois do meu surto interno.
-ah sim, segura meus seios aqui. -riu.
-nossa, grossa. -falei séria.
-desculpa. -segurou o riso. -preciso só que pegue eles quando eles pararem. -deu de ombros.
-não tá sentindo dor não? Tá muito calma.
-não, está tudo muito bem agora. A não ser por a minha barriga parecer que está toda solta e espalhada. -gruniu.
-ah sim. -sentei na poltrona de frente para ela.
-vai ficar em cima de mim? -me olhou estranho.
-tá me dispensando? -perguntei ofendida.
-sim.