-Millie-
Destranco a porta da minha casa, a abrindo e entrando derrotada, estou cansada, eles tiraram tudo que puderam de mim essa tarde, já passam das nove, e acabei de voltar de um café com a Dona, ela estava encantada comigo, e parecia não querer me deixar ir.
Coloco minha bolsa em cima do aparador branco, com um lindo jarro da mesma cor e flores vermelhas e amarelo em cima dele. Retiro meus sapatos, com muito esforço e os deixo no armário de casacos, saio do Hall indo para a cozinha, passando pela sala, peguei im copo d'água na geladeira e me assustei com a Cleonice aqui.
-o que está fazendo aqui tão tarde? -perguntei dando um gole na água.
-estava limpando o quarto de visitas e acabei ficando presa nele, só consegui abrir agora. -rimos. -mas já estou indo, marido deve estar preocupado. -pegou a bolsa em cima da bancada. -obrigada Senhora, até amanhã.
-tire o dia de folga, não precisa vir amanhã, e pode aproveitar as férias que meu pai te negou, amanhã mesmo irei depositar em sua conta o dinheiro para custear uma viagem para a sua família. -falei acompanhando ela até a porta.
-não posso aceitar isso senhora. -negou rapidamente.
-não estou te dando nenhuma acréscimo. -falei mas era mentira. -é tudo seu por direto. -expliquei. -não se preocupe, só aproveite. -levei ela até a porta, ela agradeceu muito e foi embora, tranquei a porta e subi para o meu quarto.
Tomei um banho rápido, vesti um pijama soltinho e deitei na cama, não senti mais nada, só dormi.
[...]
Acordo com meu celular tocando no andar de baixo, e sim, eu escutei. Levantei, me espreguiçando, estou toda dolorida, dormi de mal geito. Abria porta do meu quarto sendo recebida pela luz do sol, meus olhos ardem então os fecho. Depois abro apenas uma brecha para poder enxergar onde estou pisando, desci as escadas e fui até a minha bolsa, pegando o celular no último toque e atendendo.
-alô? -ouvi um burburinho agitado no fundo.
-Millie, sou eu Ana Paula. -falou.
-olá, Ana, o que aconteceu?
-seu pai está te processando por roubo, venha me encontrar no café de costume. -comunicou.
-certo, estou indo. -desliguei o telefone enquanto calçava meus sapatos.
Subi escovando meus dentes e peguei um vestido qualquer vestindo compressa e desci pegando a chave do carro, tranquei toda a casa e entrei no carro, seguindo rumo à o café.
Estacionei o carro saindo dele e pegando minha bolsa no banco de trás. Conferi se trouxe todas as minhas coisas, incluindo meu celular, abri a porta do local e procurei com o olhar a minha advogada.
A avistei sentada numa mesa no canto, fui até ela à passos rapidos, puxei uma cadeira e me senteicolocando a bolsa na outra. Ela ficou me observando enquanto revisava alguns papeis que estavam sobre a mesa.
-bom dia. -limpei a garganta e ela me encarou.
-bom dia, como te disse na ligação, seu pai está te processando, e disse que você o roubou e causou danos morais contra ele e a esposa. -virou um papel para mim.
-isso é ridículo! -li o papel que estava escrito a mesma coisa que ela me disse. -eles quem me causaram danos. A minha vida inteira, mão sou eu quem mereço ser processada. -contestei.
-e eu entendo, porém, ele alega ter sido expulso de sua própria casa...
-mas eu paguei por ela! -interrompi. -eles roubaram de mim.
-terá que comparecer na audiência com o Juiz na quarta-feira, desta semana. -comunicou. -eu sei que são seus, por direito, Millie. -tocou minha mão. -mas teremos que comprovar, irei ligar para o banco pedindo todas as movimentações feitas na última década e se eu achar, e irei, vou comprovar que a casa é sua e dependendo da decisão do Jui, ele pode até mesmo ser preso, e aí você abre um processo.por calúnia e roubo. -disse.
-e o que eu faço enquanto isso? -franzi o cenho.
-você não vai falar nada com eles, por menor que seja o contato, não deve haver. -instruiu. -e qualquer coisa me liguei, também recomendo que saia da casa apor enquanto, por sua segurança, não sabemos do que aquele homem é capaz. -chegaram dois cafés na mesa. -obrigada. -dispensou a garçonete.
-certo, vou procurar hoje mesmo outra casa, e tem as outras casas que também paguei, se puder gostaria de comprovar que foram pagas pelo meu dinheiro, vou vendê-las, não quero que eles lucram nas minhas costas, já basta! -peguei minha xícara bebendo um pouco.
-certo, irei ver isso também, só por favor, é bem capaz qire ele te procure, então é mais seguro que saia da casa ainda hoje. -fez o mesmo.
-certo, hoje mesmo estarei fora de lá. -meu celular tocou.
Peguei vendo que era Sadie, abri um meio sorriso e dispensei o celular.
-não vai atender? -perguntou me encarando.
-não depois ligo de volta. -continuamos conversando.
