-Sadie-
-você está bem? -perguntei depois que ela desceu.
Depois de transar ela acabou tirando um cochilinho, e eu deixei ela descansar um pouco, vim fazer um lanche para a gente, enquanto ela dormia.
-sim. -puxou a cadeira se sentando e me observando.
-eu achei melhor não te acordar. -terminei de montar os sanduíches. -fiz para você. -entreguei o prato a ela.
-tudo bem, obrigada. -sorriu. -eu tomei um banho, e fechei lá a porta. -assenti.
-certo. -me sentei também.
-eu gostei bastante... respondendo a sua pergunta... -falou meio constrangida.
-obrigado por me contar, eu estava ficando louca. -ri fraco.
-depois você me explica mais sobre? -concordei.
-claro, amor. -ela sorriu.
-então, como foi o trabalho? -mudou de assunto dando uma.mordida no sanduíche.
-foi bem legal, eu acabei fazendo mais coisa, já tenho km contrato fechado com uma loja de grife para a semana que vem. -comentei. -só as pessoas lá que eram bem chatas, mas aí era só eu ignorar.
-chatas como? -pergu tou alisando a minha perna.
-as outras modelos, não queria conversar comigo, elas são muito esnobes, sorte a delas que os desfiles precisam de beleza não de caráter. -ela riu.
-você é terrível!
-mas é verdade, nunca mais eu aceito esse tipo de trabalho. -fiz uma careta. -e mo mês que vem, fomos convidadas para a festa de noivado do gringo. -ele acabou de fazer o pedido, e me ligou comunicando da festa.
-me fala mais. -continuou comendo.
-ele conheceu uma mulher, diz ser a morena dona do coração dele. -riu. -ele decidiu fazer uma festa para comemorar a nova conquista, e me ligou falando que vai enviar os convites. -ela franziu o cenho.
-mas como ele falou?
-foi por facetime, ele fez os sinais. -expliquei.
-não consigo entender como você sabe fazer isso. -deu risada.
-eu aprendi com ele, ele me conheceu e me obrigou a fazer um curso para poder conversar com ele, fomos os primeiros do grupo, depois entrou a Mary, a Helena...
-ele parece ser muito simpático, acho que ué vou fazer um curso futuramente. -ri.
-já que eu voltei, vou levar o Simba no parque, você quer ir? -falei depois de um tempo.
-agora não, tenho que fazer algumas coisas, depois eu te encontro lá, se der tempo, se não der eu venho ou você vai ficar comigo quando voltar. -sugeriu.
-tá bom, amor. -dei um beijo na testa dela. -vou tomar um banho, e vestir uma roupa descente. -ela assentiu e me beijou.
-eu já vou indo, antes que a Cleo ache que eu demorei muito. -riu me provocando.
-vou.passar um ano sem ir na sua casa. -falei subindo a escada.
Fui direto para o meu quarto, entrando no banheiro e separando meu shampoo para lavar o cabelo, depois peguei um short preto e uma camisa de manga longa, e gola alta, também preta.
Separei meu tênis, deixando no pé da cama e fui tomar o meu banho, depois saí e vesti a roupa, passei perfume, arrumei o cabelo e desci já chamando o Simba.
Coloquei ele na coleira e sai, percebi que ele já esta ficando com um cheiro de cachorro sujo, vou marcar o horário no pet.
Dois dias depois...
-vem para cá por favor! -implorou enrolada nos lençóis.
-por que você não quer vir? -perguntei entediada.
-minha menstruação desceu, não me sinto confortável em sair de casa apor pelo menos dois dias. -apelou.
-a sua empregada está aí! -falei agoniada.
-Sadie, isso já passou, no outro dia você não quis vir, já brigamos por isso, vai começar de novo? -fez cara de tédio. -preciso de um carinho e do seu pudim. -fez biquinho.
-interesseira! -protestei.
-vai vir?
-o que eu não faço por você, sério. -estalei a língua.
-estou te esperando com sua série favorita! -virou a tela do celular para a televisão. -tá bem na parte que a mãe da Meave volta. -chantageou.
-já vou, minha princesa. -soltei um beijo.
Parece que ela tinha adivinhado que eu fiz o tal pudim, só que eu queria ela aqui, não queria ter que passar pelo constrangimento de ver a Empregada dela me julgando.
Peguei o refratário com o pudim e atravessei a rua, entrando pelos fundos da casa dela, a porta na cerca, recém adicionada, fazendo me sentir importante.
Abri a porta já que sempre estava aberta, eu até tenho a cópia da chave só que eu sempre esqueço de usar, então fica pendurada dentro de casa.
Entrei sendo recebida assustadoramente pela empregada, que tanto temi ver, todos esses dias, ela fica me encarando, o olhar quase julgador, sinto meu rosto arder de vergonha, então ela acena.
-olá Senhora, Sadie. -pegou o pudim da minha mão.
-oi, Cleonice. -pigarreei. -poderíamos conversar rápido? -ela assentiu caminhando para a cozinha. -então. -vou indo atrás dela. -percebi que você tem me olhado, meio que julgando, e eu acredito que seja pelo incidente de um tempo atrás. -ela me encarou nervosa. -eu gostaria de saber se existe algum problema entre eu e você por isso? -sondei.
-não, Senhora, da minha parte não, a Senhora Millie conversou comigo e eu tratei de esquecer tudo. -falou assustada.
-entao não precisa me olhar com esse olhar julgador certo? -ela arregalou os olhos. -voce é jovem, e com certeza também tem uma vida sexual, então por favor não haja com uma velha chata e pare com isso.
-me desculpe Senhora, não vai mais acontecer. -eu assenti.
-obrigada. -agradeci de coração. -pode deixar que eu vou servir isso aqui e levo lá no quarto. -ela assentiu deixando sobre a bancada.
Coloquei uma boa parte em um prato, para nós duas, mas acho que eu vou acabar não comendo. Depois peguei uma colher e subi para o quarto dela, sendo recebida por uma bagunça, a única luz ali era a da televisão ligada na seria que ela me disse e ela estava enrolada em uns dez cobertores. Chego perto vendo seus olhos fechados, ela estava dormindo a coisa mais linda, a chamo e ela desperta com uma careta.
-você demorou. -fala arrastado. -cadê o meu doce? -dei um beijo nela. -o pudim. -me fiz de ofendida.
-você não quer mais os meus beijos? -fingi ressentimento.
-não, eu quero o meu pudim. -esticou as mãos para pegar o prato. -pode ir agora. -gargalhei sentando do lado dela.
-que interesseira, vou pensar melhor em te dar sempre o que quer. -maliciei.
-você acaba sempre me dando. -maliciou também.
-não gostei disso, tá se saindo uma menina muito ousada. -reclamei.
