Três meses depois.
-Sadie-
Acabamos de sair do hospital e já estamos em casa, as nenéns tiveram que ficar na incubadora por uma semana, foi muito chato, mas finalmente isso acabou.
Foi muito emocionante a nossa chegada em casa, os meninos ficaram ansiosos para conhecer as irmãs deles.
Tiramos até uma foto, o Noah não quis tirar foto e respeitamos isso dele. Raramente ele aceita as fotografias de família.
Mas agora estamos no sofá, os meus pais estão abrindo os presentes que compraram para elas e para os meninos também, para eles não se sentirem excluídos. A Millie está amamentando e eu estou fazendo um cafuné nela e com o Ben no meu colo.
Era cada coisa fofa que eles compraram tinha até um boddy de bailarina, uma fofura.
Eu estive observando o Noah e acho que ele seja trans, ele detesta cortar o cabelo, as roupas que ele gosta de usar são mais rosa e com estampas delicadas, eu diria que o estilo dele é gay, só que eu reparei que ele está usando as maquiagens minha e da Millie escondido.
Notei isso quando encontrei minha esponjinha cheia de base em cima da minha penteadeira e esses dias encontrei o batom da Millie no meio dos brinquedos dele..
claro que estamos atentas a isso, mesmo ele sendo pequeno, crianças dão sinais.
-amor, leva elas para o quartinho. -Millie pediu.
Esse parto foi cesário, teve algumas complicações mas deu tudo certo no final. Então agora ela tem mais restrições, subir as escadas ela não pode, então eu levo as meninas e busco.
Na hora de dormir veremos qual vai ser a surra que vou tomar.Elas nasceram no dia 14 dezembro de 2022, são a cara do Miguel e do Ben, lindas.
Quando voltei para a sala os meninos também estavam dormindo, meus pais deram tchau e eu fui leva-los até a porta.
-cuide dela viu, Sadie. -minha mãe alertou.
-pode deixar. -ri. -tchau pai, até logo! -acenei para ele que já estava longe.
Fechei a porta e quando olho para a escada vejo dona Millie subindo as escadas, só pode estar de brincadeira mesmo.
-onde vai querida? -a fiz parar.
-estou com muito sono.
-deixe que eu te levo, não pode subir escadas ainda, já se esqueceu? -fui até ela.
-entao vou ter que ficar no sofá. -disse estressada.
-se acalme amor, deixe que eu te carrego.
-eu engordei, estou pesada. -fez careta.
-eu te carreguei grávida, não tem problema. -muito cuidado a peguei no colo e fui subindo os degraus.
Ela tinha razão, realmente foi difícil, mas foi melhor do que deixar ela subir e acabar acontecendo algo de ruim com ela.
-prontinho, docinho. -deixei ela em pé.
-la vem você com esses apelidos. -riu.
-nao lembra que eu te chamava assim antes? -perguntei a seguindo até o nosso quarto.
-claro que lembro, amor. -entramos no nosso quarto.
-eu posso dormir agarradinha com você? -pedi.
-pode, mas sem muita agonia porque está calor. -concordei.
[...]
Acordei três da tarde com a Millie me chamando. Ela queria um bolo, então tive que ir buscar. Depois voltei para o quarto e ela comeu enquanto amamentava. Depois sentiu sede, eu tive que ir buscar.
E quando o Noah acordou eu fui brincar com ele um pouco no quarto dele. Ficamos lá até tarde brincando, os meninos se juntaram a nós também.
-amor, vamos jantar. -chamei Millie.
-agora tenho que colocar as meninas parar dormir. -suspirou.
-quer que eu traga aqui no quarto? -sugeri.
-sim, por favor. -assenti e ela me puxou para um beijo.
Desci para jantar com os meninos e já pedi para a Cléo levar o jantar da Millie lá no nosso quarto. Meus pequenos já comem só, ainda bem.
-mamãe. -o Miguel me chamou.
-o que foi?
-eu quero brincar com o Simba.
-depois que você almoçar e descansar você pode.
-mas eu não quero mais. -olhei para o prato dele.
-ainda está cheio, Miguel, coma a comida. -pedi.
-nao! -comecou a querer fazer birra.
-certo, vai, mas se sentir fome daqui a pouco já sabe que não vai comer. -falei calma enquanto terminava de comer.
-chata. - sussurrou.
É isso, é isso que ganhamos depois de anos de esforços para criar com todo o amor essas coisas. É isso aí, ser chamada de chata, de isso e de aquilo.
-termine de comer e você vai ficar de castigo. -mantive minha calma.
Ele continuou esperando então apenas me levantei e peguei ele pela mão com cuidado e fui o puxando para o quarto de visitas que é o único lugar onde não tem o que va distrair ele.
Até que levei um tapa, aquilo me encheu de raiva, a minha única atitude foi devolver. Um pouco mais forte, para ficar marcado.
Óbvio que ele começou a gritar e me bater morder e fazer tudo o que ele queria, então apenas juntei suas mãos nas costas como um prisioneiro e o levei até o lugar do castigo.
-voce vai ficar aí no quarto, e eu e seus irmãos vamos brincar lá fora e você não vem, você sabe o porquê?
-ME SOLTA! -gritou.
-eu te conto, porque você me desrespeitou e eu não gostei e fiquei muito triste com isso, não vai sair daqui até me pedir desculpas. -ele estava gritando e tentando me chutar.
O sentei na cama e soltei seus braços. Sai do quarto com ele me agarrando e me puxando pela roupa. Consegui o deixar dentro do quarto e tranquei a porta.
-quando você me pedir desculpas eu te tiro daqui. -disse antes de sair.
-sua chata! -gritou.
-certo.
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