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-Sadie-

-não acha melhor tomar um banho, amor? -me aproximo sorrateiramente dela.

-sai! -gritou com raiva.

Agora ela estava tendo uma crise, acredito que dever ser por causa da tpm, mas também ela está querendo me matar pelo o que eu não sei. O que aconteceu aqui, foi que acabou vazando e ela ficou muito estressada por eu ter visto.

-calma, são coisas normais, Millie! -respondi. -eu também sou mulher, sofro do mesmo mal, não precisa morrer eu tenho a mesma coisa que você.

Ela me olha de cara feia e daí eu tiro a conclusão de que se eu não sair agora mesmo isso pode acabar arriscado para o meu lado, levanto as mãos em rendição e saio dali, fechando a porta.

Já que ela quer que eu saia, não posso fazer nada. Eu só não queria sair pela Cleonice mesmo, me sinto inferior e constrangida perto dela, não me faz bem.

Mas já que ela me expulsou, eu vou ficar na sala esperando ela sair, ou eu vou embora?

Agora fica a dúvida cruel, mas acho que deve ser melhor deixar ela sozinha por um tempo, é o que eu iria querer se fosse comigo. Então comuniquei a moça, para avisar ela e saí, já que o bonitinho do Simba está ameaçado no quesito banho, ele parece que advinha, se eu pegar a coleira ele sai correndo, um absurdo.

[...]

-vamos amiga por favor... -Mary implorou.

-desculpe amiga mas acho que a Millie não vai querer ir. -falei pela terceira vez.

-me passa o número dela, ou o indereço, tanto faz. -revirou os olhos.

-ela não vai gostar.

-porra, qual a dificuldade de você chamar a minha amiga e sua namorada para ir na festa da minha família hoje? -reclamou.

-e por que você não chama ela já que ela é sua amiga?

-porque eu troquei de celular e perdi o número dela, por favor Sadie, não me abandone naquele local cheio de gente chata e velha, que vai ficar o tempo todo falando como eu cresci. -implorou.

-vou falar com ela, mas não te prometo nada. -revirei os olhos.

-tchau amiga, não esqueça de me mandar o número dela! -desliguei a ligação.

Abri o WhatsApp e selecionei o contato da Millie mandando para a Mary, depois liguei para ela, demorou para a tender mas aconteceu.

-oi... -falou praticamente gritando.

-por que você tá irritada comigo? -perguntei usando toda a paciência que existe dentro de mim, ela fica calada. -não tem um motivo não é?

-voce não deveria ter visto! -protestou.

-é, mas eu vi, e agora? -arquiei uma sobrancelha.

-por que você me ligou?

-pra saber se já está tudo bem com você e também para te dizer que a Mary está enchendo o meu saco para irmos a uma festa da família dela. -ela revirou os olhos.

-isso é necessário?

-depende, você quer ir? -dei ênfase.

-tudo bem, já tomei um remédio, até de noite estarei melhor . -levantou da cama.

-começa às sete, vou ver se tem horário no salão, já que você não quer me ver. -ela riu.

-foi um estresse momentâneo, se você tivesse esperado eu teria descarregado tudo em cima de você. -confessou. -me desculpa.

-tudo bem, eu entendo.

-tá bom amor, vou fazer um negócio aqui agora, mais tarde vou aí te buscar. -ri.

-tchau, te amo. -soltei um beijo e ela acenou de volta.

[...]

Acabei não conseguindo o horário no salão, tive que fazer as unhas em casa mesmo, na verdade eu só cortei mesmo, agora eu terminei de me arrumar e estou esperando Millie vir me buscar, como ela mesma disse.

Eu acabei me lembrando agora de que precisamos de um contrato, que vou providenciar logo, vou falar com meu advogado amanhã, ele vai providenciar o documento e vou entregar para a Millie ler e assinar, já que ela está de acordo.

Na verdade não conversamos muito sobre isso, o fogo só tem aumentado desde o dia que apresentei as primeiras coisas a ela, está a cada dia querendo mais, anteontem mesmo ela veio passar o dia aqui comigo, já que ela estava de folga e assim que eu abri a porta ela já veio me agarrando e empurrando para o quarto, tem como dizer não? Não.

Nos já transavamos muitas vezes antes, só que agora ela só quer mais e mais, não reclamando, eu adoro, só que o problema é que quando ocorrer alguma viagem de trabalho eu vou sentir muita falta, mas também nao quero que pare.

Ouvi ela bater à porta e fui abrir, o Simba estava lá fora, e eu pude ouvir ele berrar a cada passo que eu dava até a porta, ele é outro manteiga, não pode nem ver ela que já fica todo derretido, tô vendo a hora dele ir morar com ela e me abandonar, ela já até perdeu o medo, daqui a pouco chama de filho, ou se casa com ele logo.

-filho, deixe a Millie em paz. -protesto abrindo a porta.

-ele me adora. -falou rindo e se aproximando. -oi, meu amor. -demos um selinho demorado.

-oi, amor... -a analisei, vestido longo, volante, de tecido que não sei qual, mas reluz um pouco, com um decote incrível e pelo visto sem sutiã, o cabelo solto com uns cachos uma bolsinha dourada na mão e os sapatos não tem como ver, e claro, de maquiagem, o perfume exalando, incrível. -não faz isso comigo não... -coloquei a mão no peito fazendo falso infarto.

-besta! -riu. -se eu pudesse te batia agora. -estalou a língua e cruzou os braços.

-não sou eu quem vem querendo isso. -epa me encarou seria.

-pare viu, se não vai ficar sem. -sai andando em direção ao carro, estressada.

-eu já estou sem. -provoquei.

-pois agora vai ficar um mês. -destravei o carro.

-nem fudendo. -neguei vendo ela entrar.

-vamo fazer o teste, bonitinha. -sentou no banco com uma cara desafiadora.

-voce não aguenta ficar sem mim. -sentei no banco.

-vamos ver, Sadie, me aguarde. -cruzou as pernas e agora eu sei que ela estava falando sério.

-você é muito engraçada. -dei partida.

Amores de SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora