-Sadie-
-amor... -falou manhosa. -eu não quero ver...
Atualizações, ontem fomos na farmácia de madrugada só para comprar o tal teste de gravidez. Eu estava muito ansiosa para ver e Millie estava com medo. Acabamos deixando para fazer no outro dia de manhã, e aqui estamos.
-vai logo! -a apressei e ela me olhou feio. -vidinha, se tiver uma criança aí a gente vai ter que descobrir. -falei agoniada eu só queria ver logo e ela ficava enrolando.
-você tá doida pra que dê positivo, né? -falou afastando o teste da minha mão enquanto eu tentava pegar.
-sim. -na mesma hora senti um tapa no meu braço.
-cria vergonha na cara, Sadie! -repreendeu.
-eu estou sendo sincera! -falei sem entender, ela só me olhou torto. -pra mim vai ser incrível ter um bebê parecido com você amor, você é linda, perfeita, o amor da minha vida...
-mas não temos um lar estável para uma criança tão pequena! -me interrompeu.
-e?
-e o que?
-e eu com isso... -gargalhei e ela me deu outro tapa.
-viu? É disso que estou falando! Somos jovens, já temos um filho, ainda estamos para nos casar. -falou daquela maneira dela chata.
-não tem nada não, se você tiver mesmo vamos poder fazer o que? Vai abortar?
-não...
-então pronto, olha logo essa merda de teste. -Fui ficar do lado dela de novo.
Aos poucos ela foi tirando a mão e eu só conseguia mentalizar que daria positivo, meu sonho estaria se realizando.
Quando finalmente vi os dois tracinhos quase chorei de emoção, já Millie não, ela chorou de desespero. A abracei tentando acalmá-la.
-você não queria né? -perguntei enquanto ela estava no meu abraço.
-eu queria... -lamentou. -mas é cedo...
-e quando vai ser a hora, meu amor? -interrompi. -tudo que acontece em nossa vida você diz que é cedo, em questão de filhos, você diz que é cedo, tudo é cedo! -segurei seu rosto com as duas mãos. -vamos viver a nossa vida no nosso tempo, não existe cedo ou tarde, não tem idade certa para nada, Millie! -limpei suas lágrimas com o meu polegar.
-eu não sei... -fungou. -eu queria transar agora... -falou do nada.
-por Deus, amor! -exclamei chocada. -estamos falando sobre um assunto sério!
-eu sei, mas você assim me dá tesão. -mordeu o lábio olhando meu corpo com desejo.
-sai! -me afastei dela, correndo antes que fosse tarde demais.
-vai amor, só uma rapidinha! -veio correndo atrás de mim, entrando no closet, como já dava para imaginar eu acabei ficando sem saída. -agora você não me escapa... -sorriu maliciosa e veio correndo para cima de mim, mas tinha uma porta atrás de mim, a porta do "quarto vermelho" como ela mesma apelidou. Abri a porta ás pressas e entrei, tentando fechar antes que ela chegasse mas não deu certo, ela conseguiu me alcançar. -isso mesmo que eu queria! Como adivinhou que eu iria te trazer para cá? -me agarrou, me mantendo em seu abraço.
-nada dessas brincadeiras que você tenta fazer! -alertei com medo. -eu não gosto de inverter os papéis, você mesma viu os rumos que isso toma, não dá certo! -ela ia beijando meu pescoço. -se você quer fazer algo vamos para o quarto, eu prefiro assim.