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-Sadie-

Estou chegando em casa agora, depois de levar o Noah na terapia com a Maria e a Ellen. Aproveitei e passei no mercado.para comprar algumas coisinhas que estavam faltando. Mentira, só comprei besteira.

-mãe? -perguntou quando estacionei o carro.

-oi. -olhei para ele.

-por que a Mamãe não vem com a gente? -perguntou enquanto eu descia do carro.

-porque ela está cuidando dos seus irmãos. -respondi.

-mas eu não posso mais brincar com ela? -abri a porta do fundo para tirar ele da cadeirinha.

-claro que pode, é só que a mamãe está ocupada esses dias, por causa dos nenéns serem pequenos. -expliquei.

-ah. -ficou calado.

-olha só, logo ela vai poder brincar com você, e você vai ver, vai ser muito legal. -ele balançou a cabeça. -vamos fazer assim, eu vou falar com ela, e você vai tirar um dia inteiro de folga com a mamãe. Só voce e ela. -peguei as sacolas na mala enquanto ele me acompanhava.

-vai mesmo mamãe? -perguntou.

-vou, amor, você vai ver. -estendi uma sacola pequena e leve para ele. -leva pra mãe? -ele concordou.

-mas vai ser logo né? -perguntou enquanto eu trancava o carro.

-claro que vai, filho. -abri a porta de casa.

-eu posso brincar com o Simba? -perguntou.

-a mamãe vai colocar ele lá na frente de casa, e vice pode ir sozinho, mas lá atrás não, por causa da piscina. -expliquei.

-tá bom, mãe. -me entregou a sacola que estava na mão dele, quando chegamos na cozinha.

-vou ver a mamãe. -correu.

-tá... -respondi, mas já estava sozinha mesmo.

-Boa tarde, Sadie. -Cleo me cumprimentou.

-Boa tarde, Cleo. -dei um meio sorriso.

-Não fica assim, logo isso vai passar e eles vão ligar para você também. -Respondeu enquanto ralava uma cenoura.

-Mas ele nem liga pra mim. -me sentei em um banco. -Ele só liga para a "mamãe" -respirei fundo.

-Acontece. -sorriu.

-Obrigada, vou lá...ver qualquer coisa, não sei... -dei de ombros. -Até logo, Cleo. -fui até o jardim, que está no fundo de casa e apenas me sentei no meio das flores e passei o resto da tarde escondida ali.

Não que eu esteja descontente ou com ciúmes disso, é só que eu estou sobrando, quando ele está com a Millie é como se eu não existisse e eu sinto que ela nem tem tempo para me amar mais.

[...]

-onde esteve? -perguntou andando de um lado para o outro.

-eu só... -me interrompeu.

-aqui estava uma baderna, eu precisava de você e advinha só? Você não estava! -falou alterada. -sinceramente, Sadie, isso já está ficando difícil, do que adianta ter tantos filhos se eu crio sozinha, assim não dá... -falava e falava mais um pouco.

-eles só ligam para você. -falei baixo.

-é o que que disse? -perguntou ignorante.

-eles só ligam para você, como acha que eu me sinto? Sou tão rejeitada pelo Noah que chega a ser chato. -transbordei. -sabe o que ele me disse hoje? Que quer um momento com a "mamãe", mesmo ele passando todos os dias e os momentos vom você, você tem o apelido mais fofo, você recebe mais carinho, você tem mais importância, tudo é só com você, então não vem dar chiliques porque eu não tenho nada a ver com o seu estresse e eu já entendi que não pertenço a está família de quatro pessoas. -terminei.

-você não sabe do que está falando. Ele passa mais tempo com você e os meninos não param de me sugar, é o tempo inteiro. -brigou.

-que tempo ele passa comigo? Quando o levo na terapia e ele não para de falar de você por nem um segundo sequer? -questionei.

-voce só pode estar ficando muito louca mesmo. -saiu andando em direção à escada.

-sim, estou louca, me desculpa por falar isso, você tem razão. -me detestei por estar fazendo isso, engolindo tudo o que consegui confessar e que estava guardado em mim, só para manter a paz.

-tá. -continuou subindo, não me encarando.

-ei, eu te amo, me perdoe. -segurei sua mão.

-me deixa respirar. -respondeu séria. -não quero brigar na frente do Noah.

-tá bom. -concordei.

Desci tudo que eu tinha subido e me deitei em um cantinho de almofadas que fiz atrás do sofá, onde ninguém consegue me ver e fiquei quieta, enquanto chorava, me sentindo um lixo por ter causado tudo isso sem necessidade.

As horas foram se passando, o jantar passou e eu continuei ali, até que deu oito horas da noite e me levantei para dar banho no Noah e ajudar a Millie com os gêmeos.

-onde estava? -perguntou quando sentiu minha presença no quarto dos bebês.

-eu estava na sala. -dei de ombros.

-o que está acontecendo com você, amor? -veio até mim.

-não esta acontecendo nada, tá bom? -sorri.

-está, está acontecendo sim, por favor me fala o que há de errado, não quero te ver assim... -me abraçou apertado.

-está tudo bem, já disse. -a abracei de volta.

-voce está mal, posso ver isso, você sabe que eu te amo, me desculpa se foi algo que eu te fiz. -neguei.

-está tudo bem, vamos deixar isso de lado, está na hora de colocar eles para dormir. -lhe dei um beijo.

Amores de SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora