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-Sadie-

Depois que Millie chegou passamos praticamente o dia inteiro coladas uma na outra. Eu estava morrendo de saudades dela e ela de mim. Claro que não ficamos só no beijo e abraço, transamos bastante também, mas nada daquilo que estamos acostumadas, foi mais amoroso e normal, um sexo baunilha.

E foi tão maravilhoso e longo que acabamos dormindo depois disso. Millie estava deitada com a cabeça no meu peito enquanto eu estava somente a admirando, minha vista preciosa. 

Quando de repente escuto o Simba latir desesperado, ele estava fora do normal e eu me assustei, claro. Ele estava preso, porque ele vem tendo dificuldade para dormir na casinha dele e Simba é mais meu cão de guarda, ele tem que ficar guardando a casa durante a noite.

Millie ouviu seus latidos também, e assim que abriu os olhos me perguntou o que foi. Meu coração já estava saltando de medo mas eu não tenho escolha, como vou mandar a minha princesa para olhar o que tem lá fora que está assustando o cachorro? Não posso, tenho que ir.

-eu vou olhar o que ele quer, tá bom? -ela assentiu preocupada. -volta a dormir amor, não é nada.

-tá maluca? Como que eu vou dormir com você nesse perigo? -falou se levantando. -vamos juntas. -pegou na minha mão e começou a me arrastar até a porta.

-pelo menos fique atrás de mim. -me enfiei na frente dela.

-tá, vai logo! -segurou nos meus ombros, me mantendo perto dela.

-estou indo. -falei abrindo a porta devagar.

Acendi as luzes e como previsto não tinha ninguém, minha casa não tem como ser invadida à noite, eu sempre tranco tudo. Fui descendo devagar e acendendo todas ad luzes por onde passava e cheguei até a sala, não tinha nada lá.

-vou pegar uma faca. -falei indo com Millie até a cozinha.

-vai logo, amor, eu tô com medo. -soltou meus ombros e agarrou minha cintura.

-não precisa ter medo. -falei enquanto era presenteada com mais latidos do Simba.

-uhum! -falou me apertando mais e enfiando a cara no meu ombro.

Eu senti vontade de rir mas ela me mataria se eu fizesse isso. Saí de casa devagar, procurando por algo e não tinha nada. Pelo menos eu achava, quando virei o rosto para o outro lado cheguei a pular de susto.

Tinha um garotinho, pequeno, parado, eu não sabia quem era, nem muito menos o que ele estava fazendo ali.

-é só um garoto. -falei com Millie e cutuquei seu braço.

-an? -tirou o roto do meu ombro e encarou o garotinho.

-ei! -tentei chamar sua atenção. -ei, menino! -ele me olhou.

-o que está fazendo aqui? -Millie perguntou.

-mama xo ti! -ergueu as mãos ao lado do rosto em sinal de não sei.

-o que? -Millie perguntou a mim.

-acho que é mamãe deixou aqui. -sussurrei para ela. -sua mamãe te deixou aqui? -perguntei em um tom alto, para ele me ouvir. Ele apenas assentiu. -ela te deu alguma coisa?

-ese pel. -me mostrou um papel, na hora por instinto caminhei até ele, largando Millie para trás.

-qual seu nome? -perguntei enquanto me aproximava.

-oah.

-Noah? -ele concordou. -posso olhar o seu papel, Noah?

-ode. -esticou o bracinho para eu pegar.

-Noah, você pode ir até lá com a minha esposa Millie? -perguntei para ele que concordou. -amor, entra com ele, já estou indo.

-tem certeza? -me olhou desconfiada.

-sim, por favor. -ela estreitou os olhos e sorriu para o menino parado perto dela. -vai fazer o que?

-vou acalmar o Simba. -ela concordou e segurou na mão do menino.

-vamos entrar, Noah? -brincou com ele. -vou te dar bolo, você quer? -foi entrando com ele.

Fui até Simba que estava agoniado, se mexendo, tentando se soltar a qualquer custo. Me abaixei em sua altura e fiz um carinho nele até que ele se acalmasse para eu conseguir soltar sua coleira.

Demorou um pouco para isso acontecer. Quando finalmente o soltei ele correu para a porta de casa tentando entrar.

-hoje não amigão, você vai tomar conta da casa! -fiz um carinho nele.

Olhei o papel que estava na minha outra mão e senti vontade de ler, e não vou me segurar, preciso saber quem é esse menino, não posso enfiar ele na minha cada assim.

Quando abri o papel estava exrito exatamente assim:

Oi, faz um tempo que venho observando vocês. Sei que são boas pessoas e que posso confiar.
Descobri recentemente que estou com câncer, e no meu último dia de vida, até então Noah estava com a vizinha. Mas ela não pode mais ficar com ele.
Então hoje, estou usando das minhas últimas palavras para pedir que cuidem do meu filho.
Ele é pequeno, não vai se lembrar de mim, podem adotá-lo e o chamar de filho.
Eu poderia insistir mas não me resta nada, apenas quero morrer em paz sabendo que meu filho está bem e com pessoas que podem amá-lo.
Ele tem três anos.
Se chama Noah e nasceu no dia 11/03/2016.
Ele gosta de bichinhos e de colorir.
Ele tem que fazer acompanhamento fonoaudiólogo, Noah tem autismo, e usa óculos.

Q

uando li isso meu coração se despedaçou, como que pode, uma criança desse tamanho já está sofrendo assim, sem a mãe...

Não há dúvidas, vamos ter que ficar com ele, e se Millie não concordar não posso fazer nada, a amo mas ele é apenas uma criança e ela tem que ser compreensiva.

Entrei com cuidado por causa do cachorro, não quero que ele entre porque pode ter alguém aqui e se tiver ele vai alertar e chamaremos a polícia.

-Amor? -Millie me chamou da cozinha.

-estou indo. -falei trancando a porta e colocando a chave em cima da mesinha que tem ao lado.

Depois caminhei até a cozinha e quando fui passar por Millie entreguei sorrateiramente o papel a ela e fui conversar com o garotinho enquanto ela lia.

Observei de canto de olho ela se virando para a pia. Minha noiva é muito emotiva, eu já sabia que quando ela lesse isso ela iria acabar chorando, o que me dói mais é não poder a consolar, não quero mostrar ao menino que tem algo de errado.

-Noah, o que acha de deitar na cama um pouquinho? -sugeri como se fosse divertido.

-eu tô com sono... -falou coçando os olhinhos.

-ótimo, vamos dormir então. -falei indo até ele. -tudo bem se eu te pegar no colo?

Ele assentiu então o peguei. Na mesma hora ele deitou a cabeça no meu ombro, passei por Millie e deixei um beijo em suas costas. Não gosto de ver ela chorar.

Fui até um dos quartos de visita e o coloquei deitado na cama, ele deitou e fechou os olhos. Fiquei o observando por bastante tempo até ter certeza que ele estava dormindo.

♡♡♡

Acho que vou me concentrar em atualizar mais essa fic aqui, mas acho pq eu falo as coisas mas eu sempre mudo, que ódio.

E se tiver erro ortográfico (que eu sei que tem) é porque eu escrevo rápido e com os dedo deitado, por causa da unha.

Amores de SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora