Capítulo 4

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• Nicolas Andrade Di Fiori •

- Tá bom mãe, também te amo, se cuidem aí. - Sorri pra imagem dos meus pais no celular.

- Você se cuida também, tô confiando em ti meu bem. - Ela disse e mandou um beijo, então desligamos.

Meus pais tem uma empresa de construção, trabalharam como engenheiros a vida toda e agora se aposentaram.

No começo eles não queriam ir viajar por medo de me deixarem sozinho, mas convenci eles.

Agora estão mais de boa sabendo que fiz amizades e foi por isso que liguei pra eles, pra falar da resenha do final de semana.

Peguei o engradado de cerveja gelada que tinha combinado de levar e fui pro carro, tenho um Audi Q3 preto, meu filho pô.

Acelerei até o endereço dos gêmeos e parei na portaria, entreguei minha CNH pro segurança e ele foi até a cabine.

Esperei alguns minutos e logo ele voltou.

- Tá liberado, desce reto e na última rua vira à direita, casa número 1343. - Ele disse e assenti.

Entrei com o carro no portão e esperei ele fechar atrás de mim, ficando em uma espécie de gaiola, antes de abrir o da frente e eu poder entrar no condomínio.

E essa segurança? Os pais deles são políticos?

Segui o caminho como me foi explicado e estacionei atrás de outro carro que acho ser do Pedro.

Peguei a cerveja e andei até a porta da casa, bati de leve e logo uma mulher, baixinha e loira abriu a porta com um sorriso.

- Oi meu bem, você deve ser o Nicolas, eles estão lá trás. - Ela abriu espaço pra eu entrar e assim fiz, olhei pra sala e vi um homem enorme me olhando com cara de poucos amigos.

Tá, eles são traficantes.

- Boa noite. - Ele disse e levantou, vindo até mim. Me estendeu a mão e abraçou a mulher pela cintura. - Você eu não conheço, sou Miguel, pai dos gêmeos.

- Prazer, sou Nicolas, recém me mudei pra cá. Faço Engenharia com o Davi e conheci o pessoal dele faz nem uma semana. - Apertei a mão dele e sorri de canto.

- Pai! Não acredito que já tá interrogando o menino. - Ouvi a voz da Isabella e olhei pra ela, umedeci os lábios.

- Só me apresentando. - A marra do homem caiu por terra, por que ele tava olhando pra ela com um sorriso bobo, igual meus pais me olham.

- Tá tudo bem, relaxa. - Ela beijou o rosto dele e pegou minha mão. - Vem, já tá todo mundo aqui.

Ouvi o pai dela resmungando e segui ela pra área de trás da casa, vendo todo mundo sentado ali.

- Aleluia, achei que não viria mais. - O Davi falou e cumprimentei ele.

- Tava falando com meus pais antes de vir, minha mãe fez um interrogatório. - Ri e entreguei a cerveja pra ele que se afastou.

Cumprimentei o resto dos caras com um aperto de mão e as meninas com um beijo no rosto.

Olhei em volta e vi a baixinha em frente a pia, me aproximei dela por trás.

- Nem te dei oi. - Disse no ouvido dela que se assustou e deixei um beijo no seu rosto.

- Oi. - Ela disse sorrindo de lado e virou o rosto pra me olhar, umedeci os lábios e apertei a cintura dela antes de me afastar.

- Bora jogar com nós. - Pedro me chamou e sentei na cadeira livre ao lado dele.

Vi que estavam jogando uno.

- Bora. - Peguei a cerveja que o Davi me entregou e olhei de relance pra Isabella, vendo ela me olhar no mesmo instante.

Sorri de lado e peguei minhas cartas, começando a partida.

...

- Pô que isso, tá muito bom cara. - Disse e comi mais um pouco do escondidinho.

A Isa tinha feito o escondidinho, a Luísa fez uma empadão e a Sarah disse que tinha feito pudim e uma torta de limão.

Além dos acompanhamentos que eram arroz, salada e batata frita.

- Caralho Lu, arrasou demais. - O Pedro disse e encheu a boca de empadão.

Rimos dele e olhei pras meninas que tinham um sorriso feliz no rosto.

Bebi um pouco da minha coca e levantei, pegando mais um pouco de cada coisa. Voltei a me sentar e vi o Felipe sorrindo pra mim.

- Minha irmã disse que meu pai te interrogou na sala. - Ele disse e ri negando com a cabeça.

- Que nada, ele só disse que não me conhecia e me apresentei por livre e espontânea pressão. Achei que ele ia me matar só com o olhar. - Falei e eles riram.

- Não liga não, ele só é super protetor. - Isa disse e assenti.

- Se não for perguntar demais, com o que ele trabalha? - Perguntei meio receoso e eles se olharam.

- Policial Federal, junto com o pai do Davi. Estão pra se aposentar já. - Felipe respondeu e arregalei os olhos.

- Caralho irmão, que foda. - Ri pra ele que me olhou sorrindo de canto.

Deixamos o assunto de lado e voltamos a comer.

Logo depois que as meninas colocaram a gente pra lavar tudo, elas serviram a sobremesa.

E irmão, comi igual um boi.

Me joguei na cadeira, levantando a camiseta e passei a mão na minha barriga que além dos gominhos, agora tava inchada de tanto que comi.

- Caralho, segunda vou voltar com força pros treinos. - Olhei pro Davi e assenti.

- Treina faz muito tempo? - Perguntei.

- Pô, desde os 15. Sempre gostei de acompanhar meu pai e o dindo Miguel, aí peguei gosto e logo comecei com a supervisão deles. - Ele disse e mostrou o bíceps.

- Pra ser desse tamanho, tem que ser. - Ri com ele e abaixei minha camisa.

- Amanhã tem Cabelinho. - Isa dançou na cadeira e demos risada.

- Amanhã meu pai tem mais um infarto. - Felipe disse e arqueei a sobrancelha.

- Ué, porque? - Perguntei cruzando os braços.

- Amanhã tu vai ver. - Riu de lado e olhei pra baixinha.

Umedeci os lábios vendo o sorriso safado dela e nossos olhares se encontraram.

Acho que entendi, vira uma diaba de gostosa.

...

Próximo só quando bater os 50 seguidores e 10k de views em "Destino Traçado".
Falta pouco então bora.

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