Capítulo 86

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• Felipe LeBlanc Sanchez •

- Amor. - Ouvi minha mulher me chamando alto e fui até o quarto onde ela estava deitada.

Encontrei a mesma sentada na cama, chorando.

- O que houve vida? - Corri até ela e me abaixei em sua frente, com as mãos em seus joelhos.

- Tá na hora. - Ela disse e gemeu de dor, arqueando as costas com a mão na barriga grande.

A gestação tinha recém entrado na trigésima semana e a doutora disse que a qualquer momento poderiam querer nascer, pois já estavam bem apertados.

- Vou pegar um vestido, espera aí. - Respirei fundo pra me manter calmo e corri até o closet, peguei um dos vestidos novos dela e voltei pro quarto.

Ajudei ela a tirar o shorts que usava e como já estava sem blusa, juntos colocamos o vestido em seu corpo.

Ele era longo e bem solto.

Beijei sua testa e a sentei de volta na cama.

- Fica aqui que vou pegar as bolsas e chamar minha irmã com o Nicolas, já volto. - Falei e ela assentiu.

Sai correndo do quarto e fui até o apartamento ao lado, toquei a campainha desesperado e não demorou muito pra minha irmã atender.

- Tá nascendo, me ajudem com as coisas, preciso levar ela. - Disse rápido e ela arregalou os olhos, o Nicolas levantou correndo do sofá e calçou o chinelo.

Ele pegou a chave do carro e ambos correram comigo pra dentro do meu apartamento.

Eles foram pro quarto dos bebês e eu fui até minha mulher que chorava de dor.

- Vem amor. - Com cuidado a peguei no colo e ela escondeu o rosto no meu pescoço.

É claro que ela está mais pesada por conta da gravidez, mas nesse momento nem sinto nada de tanta adrenalina que correm pelas minhas veias.

Sai do quarto encontrando minha irmã e cunhado e saímos juntos do AP.

Eles fecharam a porta e seguimos pro elevador.

- Respira amiga, com calma. Se desesperar só vai deixar eles agitados. - Minha irmã disse e a Luísa logo começou a inspirar com força e soltar o ar devagar.

Sai do elevador com eles e entrei no banco de trás de seu carro, deixando minha mulher em meu colo.

Ela se contorceu quando outra contração veio e cravou as unhas no meu braço.

Passei a mão em seu rosto e suspirei.

- Vai dar tudo certo né? - Perguntou chorosa e eu assenti.

- Vai sim vida. - Beijei seu nariz e peguei meu celular no bolso, o entregando pra Isabella. - Liga pra Doutora Camila e avisa que estamos indo pra maternidade.

Ela assentiu e assim fez.

...

O caminho todo pareceu ser uma eternidade com minha mulher chorando e tentando manter a calma, mas logo que chegamos já fomos encaminhados pra preparação da cesárea.

Vesti a roupa hospitalar obrigatória e ajudei minha mulher, a segurando contra meu peito enquanto tomava a anestesia nas costas.

Logo que o medicamento fez efeito, ela suspirou aliviada e eu fiz um carinho em seu cabelo.

A equipe médica já estava toda por aqui, por ser um caso de trigêmeos, ficaram todos sob aviso assim que a gestação bateu 29 semanas.

A doutora checou nossos bebês e nos garantiu que estavam bem e só então nós levaram até a sala onde seria feito o parto.

Por ser uma cirurgia mais delicada e invasiva, não poderia ter família assistindo, apenas eu de acompanhante.

Segurei a mão da minha mulher e olhei em seus olhos que estavam marejados em quanto ouvíamos a movimentação do outro lado do pano.

Respirei fundo absorvendo o som do primeiro choro e beijei a testa na Luísa com amor, então levei meu olhar pra enfermeira que auxiliava a doutora.

Ela enrolou meu filho em uma manta azul e trouxe pra perto, sorri bobo olhando ele que estava bravo chorando.

Logo a enfermeira levou ele pra pediatra e suspirei pesado.

Por serem prematuros e trigêmeos, todo cuidado é pouco, então exames primeiro e mimos depois.

Logo outro choro foi ouvido e limpei a lágrima que escorreu pela minha bochecha, vi mais um dos meus filhos enrolado em uma manta azul e sorri de lado quando a Luísa beijou sua cabecinha também.

Ele foi levado pra junto do irmão e passei a mão no cabelo da minha mulher que chorava com um sorriso no rosto.

Se pra mim já está sendo um momento mágico, imagina pra ela.

Fechei os olhos ouvindo o choro da minha filha e logo ela estava ali, enrolada em uma manta rosa.

A Luísa beijou sua cabeça e sorriu boba, e assim que ela foi levada pra perto dos irmãos, me abaixei e beijei seus lábios.

- Te amo amor, te amo pra caralho. - Falei e ela suspirou chorosa.

- Te amo vida, obrigado por tudo isso. - Sussurrou e esfregou o nariz no meu. - Vai ficar com nossos bebês, te vejo no quarto.

Olhei nos olhos dela e então me afastei, olhei pra obstetra e passei a mão no cabelo.

- Tudo certo aí? - Perguntei preocupado e ela assentiu sorrindo.

- Sim, pode ficar tranquilo que o parto foi perfeito, já estou fazendo a limpeza pra fechar. - Falou concentrada no que fazia e eu olhei pra minha mulher de novo que assentiu pra mim.

Beijei sua testa e fui pra junto dos meus filhos, que agora já estavam mais calmos.

- Tudo certo? - Perguntei pra pediatra que sorriu.

- Pelo meu ver sim, vamos limpar eles agora e esperar o resultado do exame de sangue. Enquanto não sai, vamos deixar eles aquecidos na incubadora. - Ela disse e entregou minha princesa para uma enfermeira.

Segui eles pra fora da sala e fiquei no vidro assistindo as enfermeiras limparem meus filhos com todo o cuidado do mundo.

Caralho, eu sou pai e sou pai de três bebês lindos.

...

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