• Felipe LeBlanc Sanchez •
- Amor. - Ouvi minha mulher me chamando alto e fui até o quarto onde ela estava deitada.
Encontrei a mesma sentada na cama, chorando.
- O que houve vida? - Corri até ela e me abaixei em sua frente, com as mãos em seus joelhos.
- Tá na hora. - Ela disse e gemeu de dor, arqueando as costas com a mão na barriga grande.
A gestação tinha recém entrado na trigésima semana e a doutora disse que a qualquer momento poderiam querer nascer, pois já estavam bem apertados.
- Vou pegar um vestido, espera aí. - Respirei fundo pra me manter calmo e corri até o closet, peguei um dos vestidos novos dela e voltei pro quarto.
Ajudei ela a tirar o shorts que usava e como já estava sem blusa, juntos colocamos o vestido em seu corpo.
Ele era longo e bem solto.
Beijei sua testa e a sentei de volta na cama.
- Fica aqui que vou pegar as bolsas e chamar minha irmã com o Nicolas, já volto. - Falei e ela assentiu.
Sai correndo do quarto e fui até o apartamento ao lado, toquei a campainha desesperado e não demorou muito pra minha irmã atender.
- Tá nascendo, me ajudem com as coisas, preciso levar ela. - Disse rápido e ela arregalou os olhos, o Nicolas levantou correndo do sofá e calçou o chinelo.
Ele pegou a chave do carro e ambos correram comigo pra dentro do meu apartamento.
Eles foram pro quarto dos bebês e eu fui até minha mulher que chorava de dor.
- Vem amor. - Com cuidado a peguei no colo e ela escondeu o rosto no meu pescoço.
É claro que ela está mais pesada por conta da gravidez, mas nesse momento nem sinto nada de tanta adrenalina que correm pelas minhas veias.
Sai do quarto encontrando minha irmã e cunhado e saímos juntos do AP.
Eles fecharam a porta e seguimos pro elevador.
- Respira amiga, com calma. Se desesperar só vai deixar eles agitados. - Minha irmã disse e a Luísa logo começou a inspirar com força e soltar o ar devagar.
Sai do elevador com eles e entrei no banco de trás de seu carro, deixando minha mulher em meu colo.
Ela se contorceu quando outra contração veio e cravou as unhas no meu braço.
Passei a mão em seu rosto e suspirei.
- Vai dar tudo certo né? - Perguntou chorosa e eu assenti.
- Vai sim vida. - Beijei seu nariz e peguei meu celular no bolso, o entregando pra Isabella. - Liga pra Doutora Camila e avisa que estamos indo pra maternidade.
Ela assentiu e assim fez.
...
O caminho todo pareceu ser uma eternidade com minha mulher chorando e tentando manter a calma, mas logo que chegamos já fomos encaminhados pra preparação da cesárea.
Vesti a roupa hospitalar obrigatória e ajudei minha mulher, a segurando contra meu peito enquanto tomava a anestesia nas costas.
Logo que o medicamento fez efeito, ela suspirou aliviada e eu fiz um carinho em seu cabelo.
A equipe médica já estava toda por aqui, por ser um caso de trigêmeos, ficaram todos sob aviso assim que a gestação bateu 29 semanas.
A doutora checou nossos bebês e nos garantiu que estavam bem e só então nós levaram até a sala onde seria feito o parto.
Por ser uma cirurgia mais delicada e invasiva, não poderia ter família assistindo, apenas eu de acompanhante.
Segurei a mão da minha mulher e olhei em seus olhos que estavam marejados em quanto ouvíamos a movimentação do outro lado do pano.
Respirei fundo absorvendo o som do primeiro choro e beijei a testa na Luísa com amor, então levei meu olhar pra enfermeira que auxiliava a doutora.
Ela enrolou meu filho em uma manta azul e trouxe pra perto, sorri bobo olhando ele que estava bravo chorando.
Logo a enfermeira levou ele pra pediatra e suspirei pesado.
Por serem prematuros e trigêmeos, todo cuidado é pouco, então exames primeiro e mimos depois.
Logo outro choro foi ouvido e limpei a lágrima que escorreu pela minha bochecha, vi mais um dos meus filhos enrolado em uma manta azul e sorri de lado quando a Luísa beijou sua cabecinha também.
Ele foi levado pra junto do irmão e passei a mão no cabelo da minha mulher que chorava com um sorriso no rosto.
Se pra mim já está sendo um momento mágico, imagina pra ela.
Fechei os olhos ouvindo o choro da minha filha e logo ela estava ali, enrolada em uma manta rosa.
A Luísa beijou sua cabeça e sorriu boba, e assim que ela foi levada pra perto dos irmãos, me abaixei e beijei seus lábios.
- Te amo amor, te amo pra caralho. - Falei e ela suspirou chorosa.
- Te amo vida, obrigado por tudo isso. - Sussurrou e esfregou o nariz no meu. - Vai ficar com nossos bebês, te vejo no quarto.
Olhei nos olhos dela e então me afastei, olhei pra obstetra e passei a mão no cabelo.
- Tudo certo aí? - Perguntei preocupado e ela assentiu sorrindo.
- Sim, pode ficar tranquilo que o parto foi perfeito, já estou fazendo a limpeza pra fechar. - Falou concentrada no que fazia e eu olhei pra minha mulher de novo que assentiu pra mim.
Beijei sua testa e fui pra junto dos meus filhos, que agora já estavam mais calmos.
- Tudo certo? - Perguntei pra pediatra que sorriu.
- Pelo meu ver sim, vamos limpar eles agora e esperar o resultado do exame de sangue. Enquanto não sai, vamos deixar eles aquecidos na incubadora. - Ela disse e entregou minha princesa para uma enfermeira.
Segui eles pra fora da sala e fiquei no vidro assistindo as enfermeiras limparem meus filhos com todo o cuidado do mundo.
Caralho, eu sou pai e sou pai de três bebês lindos.
...
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Quando Você Chegou
RomanceEspecial de "Destino Traçado". Não é preciso ler a outra história pra entender essa, mas a experiência fica melhor se o fizer. Eu não sei o que deu na gente, um lance quente Vamo sem medo de se apegar Agora tá na minha mente, seu jeito carente (...)...