• Nicolas Andrade Di Fiori •
Desci do carro e fui direto pra lanchonete com meu copo da faculdade da mão.
Vi a morena baixinha na fila e passei o braço pelo ombro dela, sorrindo.
- Bom dia morena. - Disse e meu sorriso morreu assim que ela levantou o olhar pra mim.
Os olhos dela estavam vermelhos e marejavam enquanto ela me olhava.
- Que isso morena? Oque houve? - Puxei ela pro meu peito e a abracei com força.
Deixei ela chorar no meu peito a vontade e fiquei fazendo um carinho no cabelo dela.
- Problemas em casa. - Ela sussurrou depois de um tempo e se afastou, limpando o rosto.
- Quer falar sobre? - Perguntei e peguei o copo dela, pedindo nossos cafés em seguida.
Ela me olhou por alguns segundos e baixou a cabeça, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
- Meu irmão de 15 anos tá viciado em jogos on-line, já faz um tempo que ele vem passando dos limites sabe, já desrespeitou nossa mãe de diversas formas e ontem meu pai decidiu que tava na hora de acabar com aquilo de uma vez por todas já que só conversar não tava adiantando, ele tirou o computador do quarto do meu irmão e ele tentou bater na minha mãe. - Ela falava baixinho, enquanto eu pegava o café e um brigadeiro.
- Aqui. - Dei o brigadeiro pra ela que sorriu de leve pra mim. - Eu não posso nem imaginar o quão difícil deve ser isso mas tô aqui se tu ou o Felipe precisarem de alguma ajuda. - Dizia enquanto ela olhava nos meus olhos.
- Obrigada, de verdade. - Ela sorriu e coloquei o copo na mesa, adoçamos eles e caminhamos juntos até o pessoal, enquanto ela comi o brigadeiro, um pouco mais feliz e calma.
Chegamos onde sempre ficávamos e ela se encolheu nos braços do irmão que tinha os olhos vermelhos também.
Bebi meu café e olhei pra todos que estavam pensativos, sabia que também ficaram sabendo da merda toda.
Quando deu o horário, acenei pra eles e sai andando com o Davi.
- Hoje ainda quero ir ver minha dinda, conhecendo ela sei que deve estar arrasada e ainda tem o pequeno Samuca pra cuidar. - O Davi falou do nada e olhei pra ele.
- Ela parece ser uma pessoa incrível pelo que vi aquele dia na resenha na casa deles, espero realmente que esse moleque mude ou eu mesmo faço questão de ir dar uns cascudos nele. - Disse sério e o Davi riu.
- Te ajudo irmão, te ajudo. - Ele sorriu pra mim e bateu no meu ombro, logo entramos na sala.
...
Senti a cabeça da morena no meu ombro e olhei pra mesma, que estava sentada ao meu lado no almoço.
Ela suspirou cansada e fechou os olhos.
Deslizei minha mão no braço dela que estava em seu colo, com cuidado e disfarçadamente, então comecei a fazer um carinho de leve na mão dela com as pontas dos meus dedos.
Vi um sorriso de lado no rosto dela e segurei o meu que queria escapar, não queria dar suspeita.
Ela deslizou a mão pela minha e brincou com meus dedos, notei ela olhando pra baixo, exatamente onde nossas mãos estavam.
Ela entrelaçou nossos dedos e passou o polegar pelo meu, em uma carícia de leve.
Umedeci os lábios e olhei pra frente, vendo o olhar da Luísa em nós.
Ela sorriu de canto e voltou a prestar atenção no que o Felipe falava.
Olhei pra Isabella de novo e ela tinha levantado a cabeça pra me olhar, deixando nossos rostos bem próximos.
Deixei meu olhar correr por todo o rosto dela e admirei cada traço que ela tinha, antes de focar na boca dela que umedecia os lábios com um sorrisinho de lado.
- Tu é gata demais, tá doido Isabella. - Ri desconcertado e desviei o olhar, passando a mão na cabeça.
- Nicolas! - Ela riu e continuou me olhando na mesma posição.
Voltei meu olhar pra ela e sorri de lado.
- Vai treinar hoje? - Perguntei e umedeci os lábios, vendo ela acompanhar o movimento da minha língua com o olhar.
- Não. - Disse baixinho e voltou a olhar nos meus olhos.
- Bora tomar um açaí depois da aula? - Olhei pra boca dela e respirei fundo.
Muita tentação.
- Eu e você? Ou eu, você e o pessoal? - Ela perguntou e apertou minha mão de leve.
- Só eu e tu. - Sorri pra ela que sorriu de volta.
- Bora mas que horas tu sair hoje? - Ela soltou minha mão e começou a brincar com meus dedos, passando a palma da mão na minha bem devagar.
- As 15h e tu? - Falei sem desviar o olhar do dela.
- Também, te encontro na frente do teu carro. - Ela sorriu e se inclinou, gelei achando que ela ia me beijar na boca mas ela desviou no último segundo e beijou minha bochecha.
- Ôh vamo para com essa putaria aí. - Ouvi a voz do Felipe e olhei pra ele que tava sério.
- Iih, só tu pode pegar minhas amigas? Nem tô fazendo nada demais Felipe. - Ela disse brava e apertei a mão dela, entrelaçando nossos dedos de novo.
- Relaxa irmão, somos amigos e também não sou qualquer um pra tu vir querer meter marra. - Disse sério também e ele ficou quieto me olhando.
Ouvi a Isabella bufar e olhei pra ela, que levantou soltando minha mão e pegou a mochila, antes de andar pra longe.
Respirei fundo e levantei pegando minha mochila e fui atrás dela, ouvindo a Luísa repreender o Felipe.
- Morena. - Chamei ela que já tava andando pelo campus e segurei sua mão com cuidado, puxando ela pra mim.
- Me deixa Nicolas. - Disse brava e virou pra sair andando de novo.
- Deixo nada. - Puxei ela prelo braço e encostei ela na árvore que tinha ao nosso lado, prendendo ela com meu corpo.
- Nicolas! - Disse nervosa e tentou me empurrar, agarrei os pulsos dela e me abaixei, deslizando o nariz pelo pescoço cheiroso da mesma.
Vi ela se arrepiar inteira e ofegar, parando de tentar me empurrar.
- Não liga pra ele, é só ciúme bobo de irmão. - Deslizei os lábios pelo pescoço dela e inspirei mais do seu cheiro gostoso, ouvindo a respiração dela no meu ouvido vacilar.
Ela deslizou as mãos pras minhas e se soltou, agarrando os lados da minha blusa com força, em seguida.
- 15h na frente do meu carro. - Disse baixinho com os lábios roçando na orelha dela e deixei um beijo embaixo da mesma. - Te espero.
Me afastei e pisquei pra ela, que me olhava ofegante.
Caminhei pro meu prédio com um sorriso de lado e com as mãos no bolso da frente da calça.
...
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Quando Você Chegou
RomanceEspecial de "Destino Traçado". Não é preciso ler a outra história pra entender essa, mas a experiência fica melhor se o fizer. Eu não sei o que deu na gente, um lance quente Vamo sem medo de se apegar Agora tá na minha mente, seu jeito carente (...)...