Capítulo 107

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• Isabella LeBlanc Sanchez Di Fiori •

Entrei no closet e me abaixei pra pegar uma calcinha na minha gaveta.

Tinha recém saído do banho e ia me arrumar pra ir na casa da Luísa e Felipe pra ver os bebês.

Franzi a testa quando senti algo escorrendo pelas minhas pernas e então arregalei os olhos.

Já estou de 42 semanas e nada da minha bebê querer nascer, bom, até agora.

- Nicolas! - Gritei e peguei uma toalha limpa no armário, começando a limpar minhas pernas.

- Que foi amor? - Entrou correndo assustado no closet e olhei pro mesmo.

- Tá na hora, pega as bolsas que vou me vestir. - Falei e respirei fundo, tentando manter a calma.

- Pera, deixa eu te ajudar. - Ele tentou vir até mim mas estiquei a mão e neguei com a cabeça, jogando a toalha na poça do chão.

- Eu tô bem, ainda não tá doendo. Vou só colocar um vestido. - Disse tranquila e peguei um vestido longo e soltinho.

Ele me olhou por mais alguns segundos e então saiu correndo do quarto.

Coloquei o vestido pela cabeça e então passei meu desodorante.

Respirei fundo apoiando a mão na parede e me curvei um pouco, sentindo uma leve dor no pé da barriga.

Esperei acalmar e então prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

- Pronto amor. - O Nicolas voltou com as duas bolsas no ombro e veio até mim.

Calcei meu chinelo e me virei pra ele.

- Fica calmo tá? Vai dar tudo certo neném. - Segurei sua mão que estava entendida pra mim e então ele colocou a mesma em seu braço.

- Vou tentar mas não te garanto nada. - Disse com a voz vacilando e então caminhamos juntos até a porta de entrada do apartamento. - Já mandei mensagem no grupo avisando todo mundo e também a doutora que por sorte está na maternidade hoje.

Assenti e respirei fundo entrando no elevador.

Coloquei a minha mão no pé da minha barriga e gemi baixinho, sentindo minha lombar doer junto dessa vez.

O Nicolas me olhava atento e assim que o elevador parou no térreo, ele segurou as portas abertas e fez sinal pras pessoas que estavam ali esperaram pra entrar.

Aos poucos a dor foi acalmando e sai com ele, agradecendo os moradores.

Caminhamos juntos até o carro e meu marido me ajudou a entrar no mesmo, colocando as bolsas no banco de trás em seguida.

- Me ajuda a empurrar o banco pra trás amor. - Pedi baixinho assim que ele entrou no lado do motorista.

Rapidamente ele se inclinou e empurrou meu assento pra trás, então passou meu cinto pelo meu corpo.

Levantei às pernas e apoiei os pés no painel do carro, respirando com calma.

O Nicolas deu partida no carro e saiu rapidamente da garagem, dirigindo com pressa mas também com cuidado.

Durante o trajeto tive mais uma contração e era como se meu quadril estivesse se expandindo, que dor dos infernos.

Assim que chegamos, com cuidado o Nicolas me acompanhou pra dentro da maternidade e me sentaram em uma cadeira de rodas.

Fomos até o quarto escolhido e troquei meu vestido por um top de academia, antes de me deitar na maca.

- Boa tarde mamãe, finalmente vamos conhecer o rostinho dessa princesa? - Minha obstetra entrou sorrindo e eu suspirei assentindo. - Vamos ver como estamos.

Ela se aproximou e a enfermeira puxou a máquina de ultrassom pra perto, então a doutora começou o exame rápido.

- Ela está bem, está encaixada e doida pra ver a mamãe. - Ela disse e eu sorri, com lágrimas nos olhos. - Vamos ver como está a dilatação.

Ela foi até o fim da maca e dobrou minhas pernas, fiz careta sentindo seu dedo deslizar pra dentro de mim.

- Olha, já estamos com três centímetros de dilatação. - Disse sorrindo e arregalei os olhos. - Já estourou a bolsa?

- Sim, eu acordei com dor hoje e achei que fosse só uma cólica por que não senti mais nada, mas agora tarde antes de virmos, a bolsa. estourou. - Falei calma e ela assentiu tirando as luvas.

- Então agora é esperar, caso sinta muita dor e queira fazer a analgesia avise a enfermeira que ela me chama. - A doutora disse e eu assenti.

Depois que ela saiu da sala, a enfermeira me ajudou a vestir um roupão e logo meus pais e sogros chegaram.

Não queria muita gente ali, então todos concordaram de ser só nossos pais.

Depois de receber um pouco do carinho deles, o Nicolas me ajudou e ir até a banheira.

Tirei o roupão e entrei sem calcinha mesmo e logo ele veio me fazer companhia.

Me apoiei nos meus joelhos e respirei fundo me inclinando pra frente na borda da banheira, sentindo outra contração vindo com força.

- Aí. - Choraminguei e senti as mãos do Nicolas na minha lombar, fazendo uma massagem de leve.

- Respira filha. - Minha mãe disse na minha frente e fez um carinho no meu cabelo enquanto eu tentava respirar com calma.

As contrações estavam próximas e cada vez mais fortes, cheguei a ficar tonta em algumas dessas vezes.

Fiz exercício na bola, andei pelo quarto, fiz agachamento com a enfermeira mas a única coisa que me aliviava um pouco aquela dor era ficar dentro da água.

A doutora veio após três horas e dentro da banheira mesmo ela verificou minha dilatação, confirmando que estava aumentando até que rápido.

Já estava com cinco centímetros.

O Nicolas ficou ali comigo o tempo todo, me fazendo carinho e dizendo o quanto eu era incrível.

Até o sexto centímetro de dilatação foram mais duas horas e eu já chorava em silêncio, completamente cansada de sentir aquela dor.

Mas aguentaria até o fim pela minha bebê.

Ela estava bem, forte e quietinha só esperando o momento certo pra vir ao mundo.

...

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