• Isabella LeBlanc Sanchez Di Fiori •
Entrei no closet e me abaixei pra pegar uma calcinha na minha gaveta.
Tinha recém saído do banho e ia me arrumar pra ir na casa da Luísa e Felipe pra ver os bebês.
Franzi a testa quando senti algo escorrendo pelas minhas pernas e então arregalei os olhos.
Já estou de 42 semanas e nada da minha bebê querer nascer, bom, até agora.
- Nicolas! - Gritei e peguei uma toalha limpa no armário, começando a limpar minhas pernas.
- Que foi amor? - Entrou correndo assustado no closet e olhei pro mesmo.
- Tá na hora, pega as bolsas que vou me vestir. - Falei e respirei fundo, tentando manter a calma.
- Pera, deixa eu te ajudar. - Ele tentou vir até mim mas estiquei a mão e neguei com a cabeça, jogando a toalha na poça do chão.
- Eu tô bem, ainda não tá doendo. Vou só colocar um vestido. - Disse tranquila e peguei um vestido longo e soltinho.
Ele me olhou por mais alguns segundos e então saiu correndo do quarto.
Coloquei o vestido pela cabeça e então passei meu desodorante.
Respirei fundo apoiando a mão na parede e me curvei um pouco, sentindo uma leve dor no pé da barriga.
Esperei acalmar e então prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.
- Pronto amor. - O Nicolas voltou com as duas bolsas no ombro e veio até mim.
Calcei meu chinelo e me virei pra ele.
- Fica calmo tá? Vai dar tudo certo neném. - Segurei sua mão que estava entendida pra mim e então ele colocou a mesma em seu braço.
- Vou tentar mas não te garanto nada. - Disse com a voz vacilando e então caminhamos juntos até a porta de entrada do apartamento. - Já mandei mensagem no grupo avisando todo mundo e também a doutora que por sorte está na maternidade hoje.
Assenti e respirei fundo entrando no elevador.
Coloquei a minha mão no pé da minha barriga e gemi baixinho, sentindo minha lombar doer junto dessa vez.
O Nicolas me olhava atento e assim que o elevador parou no térreo, ele segurou as portas abertas e fez sinal pras pessoas que estavam ali esperaram pra entrar.
Aos poucos a dor foi acalmando e sai com ele, agradecendo os moradores.
Caminhamos juntos até o carro e meu marido me ajudou a entrar no mesmo, colocando as bolsas no banco de trás em seguida.
- Me ajuda a empurrar o banco pra trás amor. - Pedi baixinho assim que ele entrou no lado do motorista.
Rapidamente ele se inclinou e empurrou meu assento pra trás, então passou meu cinto pelo meu corpo.
Levantei às pernas e apoiei os pés no painel do carro, respirando com calma.
O Nicolas deu partida no carro e saiu rapidamente da garagem, dirigindo com pressa mas também com cuidado.
Durante o trajeto tive mais uma contração e era como se meu quadril estivesse se expandindo, que dor dos infernos.
Assim que chegamos, com cuidado o Nicolas me acompanhou pra dentro da maternidade e me sentaram em uma cadeira de rodas.
Fomos até o quarto escolhido e troquei meu vestido por um top de academia, antes de me deitar na maca.
- Boa tarde mamãe, finalmente vamos conhecer o rostinho dessa princesa? - Minha obstetra entrou sorrindo e eu suspirei assentindo. - Vamos ver como estamos.
Ela se aproximou e a enfermeira puxou a máquina de ultrassom pra perto, então a doutora começou o exame rápido.
- Ela está bem, está encaixada e doida pra ver a mamãe. - Ela disse e eu sorri, com lágrimas nos olhos. - Vamos ver como está a dilatação.
Ela foi até o fim da maca e dobrou minhas pernas, fiz careta sentindo seu dedo deslizar pra dentro de mim.
- Olha, já estamos com três centímetros de dilatação. - Disse sorrindo e arregalei os olhos. - Já estourou a bolsa?
- Sim, eu acordei com dor hoje e achei que fosse só uma cólica por que não senti mais nada, mas agora tarde antes de virmos, a bolsa. estourou. - Falei calma e ela assentiu tirando as luvas.
- Então agora é esperar, caso sinta muita dor e queira fazer a analgesia avise a enfermeira que ela me chama. - A doutora disse e eu assenti.
Depois que ela saiu da sala, a enfermeira me ajudou a vestir um roupão e logo meus pais e sogros chegaram.
Não queria muita gente ali, então todos concordaram de ser só nossos pais.
Depois de receber um pouco do carinho deles, o Nicolas me ajudou e ir até a banheira.
Tirei o roupão e entrei sem calcinha mesmo e logo ele veio me fazer companhia.
Me apoiei nos meus joelhos e respirei fundo me inclinando pra frente na borda da banheira, sentindo outra contração vindo com força.
- Aí. - Choraminguei e senti as mãos do Nicolas na minha lombar, fazendo uma massagem de leve.
- Respira filha. - Minha mãe disse na minha frente e fez um carinho no meu cabelo enquanto eu tentava respirar com calma.
As contrações estavam próximas e cada vez mais fortes, cheguei a ficar tonta em algumas dessas vezes.
Fiz exercício na bola, andei pelo quarto, fiz agachamento com a enfermeira mas a única coisa que me aliviava um pouco aquela dor era ficar dentro da água.
A doutora veio após três horas e dentro da banheira mesmo ela verificou minha dilatação, confirmando que estava aumentando até que rápido.
Já estava com cinco centímetros.
O Nicolas ficou ali comigo o tempo todo, me fazendo carinho e dizendo o quanto eu era incrível.
Até o sexto centímetro de dilatação foram mais duas horas e eu já chorava em silêncio, completamente cansada de sentir aquela dor.
Mas aguentaria até o fim pela minha bebê.
Ela estava bem, forte e quietinha só esperando o momento certo pra vir ao mundo.
...
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Quando Você Chegou
RomanceEspecial de "Destino Traçado". Não é preciso ler a outra história pra entender essa, mas a experiência fica melhor se o fizer. Eu não sei o que deu na gente, um lance quente Vamo sem medo de se apegar Agora tá na minha mente, seu jeito carente (...)...