• Isabella Leblanc Sanchez •
Abracei minha sogra e deixei um beijo carinhoso em sua barriga de oito meses.
- Não vejo a hora de ela nascer, queria tanto engravidar mas esqueci o quão difícil é estar grávida. - Ela disse suspirando e passou a mão na enorme barriga.
- Eu imagino, minha mãe sofreu muito na gravidez do Samuel e eu acabei acompanhando de perto, então quero adiar o máximo essa fase, mesmo que eu queira muito ser mãe. - Sorri de lado e ela me abraçou pelos ombros, andando comigo até a sala.
- Vamos aproveitar os quatro que estão pra chegar e então você pensa nisso. - Ela disse amorosa e beijou minha cabeça.
- Pode acreditar que sim. - Falei e ajudei ela a sentar.
- Meu Deus Luísa, cada vez que te vejo fico ainda mais impressionada com o tamanho dessa barriga. - Minha sogra disse e sentei ao seu lado, ouvindo minha mãe rir.
- Nem me fale, e eles começaram a chutar faz pouco tempo mas parece que estão numa uma rave quando o Felipe fala com eles. - Ela disse fazendo careta e levantou a blusa, mostrando a barriga.
- Eu bem imagino, a Helena é assim também, não pode ouvir a voz do Ricardo ou do Nicolas. - Minha sogra disse e rimos.
- Tu ficou com estria? - Minha cunhada pergunto e ela levantou a blusa.
- Poucas, mais no quadril na verdade, na do Nicolas também tive algumas. - Ela disse e levei minha mão até sua barriga, fazendo um carinho ali.
- Na gravidez dos gêmeos eu tive muitas, mas fiz um tratamento a laser depois que me ajudou muito, olhem. - Minha mãe se levantou e puxou a camiseta pra cima, mostrando sua cintura e barriga onde tinham leves marcas, quase imperceptíveis. - São marcas leves agora e tem umas que realmente sumiram.
- Nossa que saudade de ter uma barriga assim. - Minha sogra disse e eu sorri, sentindo a Helena chutar minha mão.
- Logo tu ganha ela e volta ao normal, te empresto a cinta maravilhosa que usei nos três pós partos. - Minha mãe sorriu e sentou novamente, indo paparicar a barriga da Luísa.
- Querem um suco? - Meu sogro perguntou da cozinha e olhamos pra ele.
- Sim. - Falamos todas juntas e ele sorriu, assentindo.
Não demorou muito e ele trouxe nossos sucos, então continuamos a conversar.
...
Me deitei na minha cama ao lado do Nicolas que mexia no celular.
Estávamos na minha casa.
Grudei nele e ele bloqueou o celular rapidamente mas consegui ver a foto daquela loira de novo.
Não surta Isabella.
Ele passou os braços pelo meu corpo e me aconcheguei nele.
O celular dele ascendeu a tela e engoli em seco vendo a notificação da mesma garota chegar.
Uma.
Duas.
Três.
Quatro vezes.
Quatro mensagens uma atrás da outra.
Ele pegou o celular e colocou embaixo do travesseiro.
Respirei fundo e fiz carinho na barba dele.
- Quem é Laís? - Perguntei novamente, com a voz tranquila mas o coração apertado de ciúmes.
- Ninguém de importante. - Ele disse tranquilo, fazendo carinho no meu cabelo.
- Por que ela tá te mandando mensagem as 1:30h da manhã? - Perguntei apoiando meu queixo em seu peito e ouvi ele suspirar.
- Por que só respondi ela agora. - Ele disse seco. - Tu não disse que confiava em mim?
- E eu confio mas tu ia gostar de ver eu trocando mensagem com um cara que você não conhece as 1:30h da manhã? - Me sentei ascendendo a luz do abajur, olhando diretamente pra ele.
- Pô morena não é ninguém de importante. - Ele disse passando a mão no cabelo.
- Onde você conheceu ela? - Perguntei tentando não explodir.
- Na empresa, ela é estagiária da secretária do meu pai. - Ele disse cruzando os braços sob o peito e olhando nos meus olhos.
- O que ela quer contigo? - Falei estranhando e joguei o cabelo pra trás do ombro.
- Não é nada demais Isabella, só tô ajudando a menina com uns assuntos da empresa. - Ela disse irritado e eu arqueei à sobrancelha.
- Ué mas ela não deveria tirar dúvidas com a chefe dela? Pelo que eu saiba você é estagiário de engenharia e ela de administração, então não tô entendendo. - Falei ainda calmamente.
- É pô mas ela me pediu ajuda e eu tô ajudando, qual a porra do problema nisso? - Perguntou aumentando o tom de voz e eu suspirei.
- Tô falando baixo contigo então faz o favor de se controlar, só tô perguntando por que não me senti confortável, mas beleza, que se foda também. - Deitei de novo na cama mas afastada dele.
- Pô amor, desculpa. - Ele disse baixo e tentou me abraçar por trás, mas me afastei.
- Não quero, me deixa. - Disse segurando as lágrimas, com mil merdas passando na mente.
Ele suspirou e respeitou meu espaço, deitando afastado de mim.
O Nicolas desligou o abajur e eu abracei meu travesseiro com força.
Eu confio no Nicolas pra caralho, mas meu lado inseguro me fode demais as vezes.
Eu sou uma mulher normal, 100% comum, como qualquer outra e isso me deixa insegura.
Fico insegura por pensar que tem várias mulheres loiras, de olhos claros, peitudas e cheias de fogo querendo meu namorado.
Acho que isso é um pensamento comum entre mulheres como eu.
Sempre tem uma ou duas ou várias que achamos melhores que nós e isso fode com nossa autoconfiança.
As vezes eu só queria ter nascido padrão, igual minha mãe e a família dela, mas daí eu vejo a felicidade do meu pai e meu avô por ter mais semelhanças com eles e esqueço essas merdas.
Mas são raros esses momentos.
Afundei o rosto no travesseiro e limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto ali mesmo.
...
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Quando Você Chegou
RomanceEspecial de "Destino Traçado". Não é preciso ler a outra história pra entender essa, mas a experiência fica melhor se o fizer. Eu não sei o que deu na gente, um lance quente Vamo sem medo de se apegar Agora tá na minha mente, seu jeito carente (...)...