Capítulo 72

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• Isabella Leblanc Sanchez •

Abracei minha sogra e deixei um beijo carinhoso em sua barriga de oito meses.

- Não vejo a hora de ela nascer, queria tanto engravidar mas esqueci o quão difícil é estar grávida. - Ela disse suspirando e passou a mão na enorme barriga.

- Eu imagino, minha mãe sofreu muito na gravidez do Samuel e eu acabei acompanhando de perto, então quero adiar o máximo essa fase, mesmo que eu queira muito ser mãe. - Sorri de lado e ela me abraçou pelos ombros, andando comigo até a sala.

- Vamos aproveitar os quatro que estão pra chegar e então você pensa nisso. - Ela disse amorosa e beijou minha cabeça.

- Pode acreditar que sim. - Falei e ajudei ela a sentar.

- Meu Deus Luísa, cada vez que te vejo fico ainda mais impressionada com o tamanho dessa barriga. - Minha sogra disse e sentei ao seu lado, ouvindo minha mãe rir.

- Nem me fale, e eles começaram a chutar faz pouco tempo mas parece que estão numa uma rave quando o Felipe fala com eles. - Ela disse fazendo careta e levantou a blusa, mostrando a barriga.

- Eu bem imagino, a Helena é assim também, não pode ouvir a voz do Ricardo ou do Nicolas. - Minha sogra disse e rimos.

- Tu ficou com estria? - Minha cunhada pergunto e ela levantou a blusa.

- Poucas, mais no quadril na verdade, na do Nicolas também tive algumas. - Ela disse e levei minha mão até sua barriga, fazendo um carinho ali.

- Na gravidez dos gêmeos eu tive muitas, mas fiz um tratamento a laser depois que me ajudou muito, olhem. - Minha mãe se levantou e puxou a camiseta pra cima, mostrando sua cintura e barriga onde tinham leves marcas, quase imperceptíveis. - São marcas leves agora e tem umas que realmente sumiram.

- Nossa que saudade de ter uma barriga assim. - Minha sogra disse e eu sorri, sentindo a Helena chutar minha mão.

- Logo tu ganha ela e volta ao normal, te empresto a cinta maravilhosa que usei nos três pós partos. - Minha mãe sorriu e sentou novamente, indo paparicar a barriga da Luísa.

- Querem um suco? - Meu sogro perguntou da cozinha e olhamos pra ele.

- Sim. - Falamos todas juntas e ele sorriu, assentindo.

Não demorou muito e ele trouxe nossos sucos, então continuamos a conversar.

...

Me deitei na minha cama ao lado do Nicolas que mexia no celular.

Estávamos na minha casa.

Grudei nele e ele bloqueou o celular rapidamente mas consegui ver a foto daquela loira de novo.

Não surta Isabella.

Ele passou os braços pelo meu corpo e me aconcheguei nele.

O celular dele ascendeu a tela e engoli em seco vendo a notificação da mesma garota chegar.

Uma.

Duas.

Três.

Quatro vezes.

Quatro mensagens uma atrás da outra.

Ele pegou o celular e colocou embaixo do travesseiro.

Respirei fundo e fiz carinho na barba dele.

- Quem é Laís? - Perguntei novamente, com a voz tranquila mas o coração apertado de ciúmes.

- Ninguém de importante. - Ele disse tranquilo, fazendo carinho no meu cabelo.

- Por que ela tá te mandando mensagem as 1:30h da manhã? - Perguntei apoiando meu queixo em seu peito e ouvi ele suspirar.

- Por que só respondi ela agora. - Ele disse seco. - Tu não disse que confiava em mim?

- E eu confio mas tu ia gostar de ver eu trocando mensagem com um cara que você não conhece as 1:30h da manhã? - Me sentei ascendendo a luz do abajur, olhando diretamente pra ele.

- Pô morena não é ninguém de importante. - Ele disse passando a mão no cabelo.

- Onde você conheceu ela? - Perguntei tentando não explodir.

- Na empresa, ela é estagiária da secretária do meu pai. - Ele disse cruzando os braços sob o peito e olhando nos meus olhos.

- O que ela quer contigo? - Falei estranhando e joguei o cabelo pra trás do ombro.

- Não é nada demais Isabella, só tô ajudando a menina com uns assuntos da empresa. - Ela disse irritado e eu arqueei à sobrancelha.

- Ué mas ela não deveria tirar dúvidas com a chefe dela? Pelo que eu saiba você é estagiário de engenharia e ela de administração, então não tô entendendo. - Falei ainda calmamente.

- É pô mas ela me pediu ajuda e eu tô ajudando, qual a porra do problema nisso? - Perguntou aumentando o tom de voz e eu suspirei.

- Tô falando baixo contigo então faz o favor de se controlar, só tô perguntando por que não me senti confortável, mas beleza, que se foda também. - Deitei de novo na cama mas afastada dele.

- Pô amor, desculpa. - Ele disse baixo e tentou me abraçar por trás, mas me afastei.

- Não quero, me deixa. - Disse segurando as lágrimas, com mil merdas passando na mente.

Ele suspirou e respeitou meu espaço, deitando afastado de mim.

O Nicolas desligou o abajur e eu abracei meu travesseiro com força.

Eu confio no Nicolas pra caralho, mas meu lado inseguro me fode demais as vezes.

Eu sou uma mulher normal, 100% comum, como qualquer outra e isso me deixa insegura.

Fico insegura por pensar que tem várias mulheres loiras, de olhos claros, peitudas e cheias de fogo querendo meu namorado.

Acho que isso é um pensamento comum entre mulheres como eu.

Sempre tem uma ou duas ou várias que achamos melhores que nós e isso fode com nossa autoconfiança.

As vezes eu só queria ter nascido padrão, igual minha mãe e a família dela, mas daí eu vejo a felicidade do meu pai e meu avô por ter mais semelhanças com eles e esqueço essas merdas.

Mas são raros esses momentos.

Afundei o rosto no travesseiro e limpei as lágrimas que escorriam pelo meu rosto ali mesmo.

...

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