• Isabella Leblanc Sanchez •
A primeira semana com o restaurante aberto passou voando e quando vi o natal estava chegando.
Esse mês saiu a decisão no meu processo contra a Raquel também, ela iria prestar serviço comunitário por seis meses.
Ontem aproveitei que era segunda feira e fui comprar os presentes das crianças e do nosso amigo secreto.
Íamos fazer um amigo secreto em família no natal na chácara e outro só entre amigos.
Na semana entre os dias 24 de dezembro e 2 de janeiro não iríamos abrir o restaurante.
Os funcionários ficaram preocupados por causa do pagamento mas os tranquilizamos falando receberiam normalmente por aqueles dias, e também ganhariam um bônus de natal.
Suspirei sentindo meu estômago embrulhado e levei a xícara de café a boca.
Dei um gole longo e me encostei no banco da sacada, olhando pro mar.
Eram 6h da manhã e eu acordei passando mal, vomitei e vim sentar aqui.
Ontem foi a mesma coisa e só se passava uma coisa pela minha cabeça.
Gravidez.
- Amor? - Ouvi a voz de sono do Nicolas e olhei pra porta da sacada, vendo ele ali coçando os olhos. - O que houve?
- Tá cedo amor, vai dormir. - Sorri fraco pra ele e o mesmo se aproximou.
- Tá se sentindo bem? - Perguntou preocupado e olhei de novo pro mar.
Não conseguiria mentir pra ele e nem esconder aquilo.
Meus olhos encheram de lágrimas e vi ele se abaixando na minha frente, com as mãos nos meus joelhos.
- Fala comigo morena. - Ele disse e fez um carinho nas minhas coxas, visivelmente preocupado.
- Eu acho que tô grávida. - Sussurrei e limpei uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.
- Eita porra. - O Nicolas disse e caiu pra trás, de bunda no chão.
Eu ri e coloquei a xícara de lado, então ajudei o mesmo a se levantar.
- Só tu mesmo pra me fazer rir num momento desses. - Falei rindo e ele veio sentar do meu lado.
- Vem cá. - Ele me puxou pro seu colo e eu fui, me encolhendo ali. - Me conta essa história melhor.
- Ontem eu acordei me sentindo mal, hoje de novo, vomitei e tudo. - Suspirei e afundei o rosto em seu pescoço. - E meus peitinhos estão doendo.
Ele riu e beijou minha bochecha.
- Quer que eu vá comprar um teste? - Perguntou e passou a mão no meu cabelo.
- Quero amor, preciso tirar nessa dúvida antes que eu surte. - Choraminguei e beijei seu pescoço.
- Então me dá um beijo que dai vou lá. - Ele disse todo dengoso e eu ri.
Me afastei do seu pescoço e segurei seu rosto em minhas mãos, juntando nossos lábios em um beijo lento.
Ele suspirou na minha boca quando nossas línguas se encontraram e entraram em uma disputa calma, em um ritmo perfeito.
Finalizamos o beijo com alguns selinhos e eu me levantei.
- Vai amor. - Sorri de lado pra ele.
O Nicolas levantou e deixou um beijo na minha testa, antes de entrar de volta em casa e ir se trocar.
Me sentei ali e fiquei olhando o mar.
Ouvi a porta batendo alguns minutos depois e soube que ele tinha saído.
O que me assusta nisso tudo é sermos tão jovens, recém ficamos noivos e recém abri meu restaurante e porra ainda tem a faculdade.
Puxei as pernas contra o peito e escondi o rosto entre os joelhos.
Sei que temos uma família incrível como uma rede de apoio, mas é uma criança.
Uma criança é muito responsabilidade e é pro resto da vida.
Agora imagina se vier três igual aconteceu com meu irmão.
Eu surto.
Deitei a bochecha no meu joelhos e olhei novamente pro mar.
Fiquei ali até a porta bater de novo, me levantei e fui pra sala.
- Bora lá minha gata. - O Nicolas disse e estendeu a mão livre pra mim.
Caminhei até ele em silêncio e segurei sua mão, deixando ele me levar até o banheiro do nosso quarto.
Entramos juntos e fiquei ao seu lado enquanto ele pegava os testes da sacola.
Tinham três.
Suspirei e ouvi ele explicar como que fazia, então abrimos os três testes e fui até o vaso sanitário.
Tirei a calcinha e ergui a blusa até os seios, me sentei e peguei os testes que meu noivo segurava pra mim.
Respirei fundo e posicionei eles, fazendo xixi nos mesmos.
Fiz careta de nojo sentindo minha mão molhar e assim que terminei dei os testes pro Nicolas.
Ele pegou e tapou a ponta de novo.
Me limpei e fui lavar as mãos, ele fez o mesmo.
Deitei a cabeça em seu peito e o abracei pela cintura, fixando meus olhos nos testes que carregavam.
Ficamos em silêncio ali, só esperando o resultado.
E assim que saiu, minhas pernas quase cederam.
Grávida.
O Nicolas me segurou firme e me levou até a cama.
- Calma amor. - Ele me sentou em seu colo e respirei fundo tentando manter a calma mas não deu certo.
- Amor. - Choraminguei e olhei em seus olhos.
- Vai dar tudo certo minha preta, vamos fazer dar certo. - Ele sorriu bobo e deslizou as costas da mão por minha bochecha.
- E se for três? - Perguntei já entrando em pânico.
- Vida, até se for quatro, vamos dar um jeito. - Ele disse confiante e me abraçou apertado.
Me encolhi ali em seu peito e fiquei sentindo seu cheiro, aos poucos consegui ir me acalmando.
...
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Quando Você Chegou
RomanceEspecial de "Destino Traçado". Não é preciso ler a outra história pra entender essa, mas a experiência fica melhor se o fizer. Eu não sei o que deu na gente, um lance quente Vamo sem medo de se apegar Agora tá na minha mente, seu jeito carente (...)...