Capítulo 95

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• Isabella Leblanc Sanchez •

A primeira semana com o restaurante aberto passou voando e quando vi o natal estava chegando.

Esse mês saiu a decisão no meu processo contra a Raquel também, ela iria prestar serviço comunitário por seis meses.

Ontem aproveitei que era segunda feira e fui comprar os presentes das crianças e do nosso amigo secreto.

Íamos fazer um amigo secreto em família no natal na chácara e outro só entre amigos.

Na semana entre os dias 24 de dezembro e 2 de janeiro não iríamos abrir o restaurante.

Os funcionários ficaram preocupados por causa do pagamento mas os tranquilizamos falando receberiam normalmente por aqueles dias, e também ganhariam um bônus de natal.

Suspirei sentindo meu estômago embrulhado e levei a xícara de café a boca.

Dei um gole longo e me encostei no banco da sacada, olhando pro mar.

Eram 6h da manhã e eu acordei passando mal, vomitei e vim sentar aqui.

Ontem foi a mesma coisa e só se passava uma coisa pela minha cabeça.

Gravidez.

- Amor? - Ouvi a voz de sono do Nicolas e olhei pra porta da sacada, vendo ele ali coçando os olhos. - O que houve?

- Tá cedo amor, vai dormir. - Sorri fraco pra ele e o mesmo se aproximou.

- Tá se sentindo bem? - Perguntou preocupado e olhei de novo pro mar.

Não conseguiria mentir pra ele e nem esconder aquilo.

Meus olhos encheram de lágrimas e vi ele se abaixando na minha frente, com as mãos nos meus joelhos.

- Fala comigo morena. - Ele disse e fez um carinho nas minhas coxas, visivelmente preocupado.

- Eu acho que tô grávida. - Sussurrei e limpei uma lágrima que escorreu pelo meu rosto.

- Eita porra. - O Nicolas disse e caiu pra trás, de bunda no chão.

Eu ri e coloquei a xícara de lado, então ajudei o mesmo a se levantar.

- Só tu mesmo pra me fazer rir num momento desses. - Falei rindo e ele veio sentar do meu lado.

- Vem cá. - Ele me puxou pro seu colo e eu fui, me encolhendo ali. - Me conta essa história melhor.

- Ontem eu acordei me sentindo mal, hoje de novo, vomitei e tudo. - Suspirei e afundei o rosto em seu pescoço. - E meus peitinhos estão doendo.

Ele riu e beijou minha bochecha.

- Quer que eu vá comprar um teste? - Perguntou e passou a mão no meu cabelo.

- Quero amor, preciso tirar nessa dúvida antes que eu surte. - Choraminguei e beijei seu pescoço.

- Então me dá um beijo que dai vou lá. - Ele disse todo dengoso e eu ri.

Me afastei do seu pescoço e segurei seu rosto em minhas mãos, juntando nossos lábios em um beijo lento.

Ele suspirou na minha boca quando nossas línguas se encontraram e entraram em uma disputa calma, em um ritmo perfeito.

Finalizamos o beijo com alguns selinhos e eu me levantei.

- Vai amor. - Sorri de lado pra ele.

O Nicolas levantou e deixou um beijo na minha testa, antes de entrar de volta em casa e ir se trocar.

Me sentei ali e fiquei olhando o mar.

Ouvi a porta batendo alguns minutos depois e soube que ele tinha saído.

O que me assusta nisso tudo é sermos tão jovens, recém ficamos noivos e recém abri meu restaurante e porra ainda tem a faculdade.

Puxei as pernas contra o peito e escondi o rosto entre os joelhos.

Sei que temos uma família incrível como uma rede de apoio, mas é uma criança.

Uma criança é muito responsabilidade e é pro resto da vida.

Agora imagina se vier três igual aconteceu com meu irmão.

Eu surto.

Deitei a bochecha no meu joelhos e olhei novamente pro mar.

Fiquei ali até a porta bater de novo, me levantei e fui pra sala.

- Bora lá minha gata. - O Nicolas disse e estendeu a mão livre pra mim.

Caminhei até ele em silêncio e segurei sua mão, deixando ele me levar até o banheiro do nosso quarto.

Entramos juntos e fiquei ao seu lado enquanto ele pegava os testes da sacola.

Tinham três.

Suspirei e ouvi ele explicar como que fazia, então abrimos os três testes e fui até o vaso sanitário.

Tirei a calcinha e ergui a blusa até os seios, me sentei e peguei os testes que meu noivo segurava pra mim.

Respirei fundo e posicionei eles, fazendo xixi nos mesmos.

Fiz careta de nojo sentindo minha mão molhar e assim que terminei dei os testes pro Nicolas.

Ele pegou e tapou a ponta de novo.

Me limpei e fui lavar as mãos, ele fez o mesmo.

Deitei a cabeça em seu peito e o abracei pela cintura, fixando meus olhos nos testes que carregavam.

Ficamos em silêncio ali, só esperando o resultado.

E assim que saiu, minhas pernas quase cederam.

Grávida.

O Nicolas me segurou firme e me levou até a cama.

- Calma amor. - Ele me sentou em seu colo e respirei fundo tentando manter a calma mas não deu certo.

- Amor. - Choraminguei e olhei em seus olhos.

- Vai dar tudo certo minha preta, vamos fazer dar certo. - Ele sorriu bobo e deslizou as costas da mão por minha bochecha.

- E se for três? - Perguntei já entrando em pânico.

- Vida, até se for quatro, vamos dar um jeito. - Ele disse confiante e me abraçou apertado.

Me encolhi ali em seu peito e fiquei sentindo seu cheiro, aos poucos consegui ir me acalmando.

...

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