Capítulo Bônus

11.5K 751 68
                                    

• Samuel LeBlanc Sanchez •

Respirei fundo e me levantei ouvindo meu nome ser chamado no microfone.

Sorri de lado e caminhei até o reitor da universidade, o abraçando rapidamente e então peguei meu diploma de suas mãos.

Ri ouvindo meus amigos e familiares gritarem e tirei as fotos rapidamente antes de voltar pro meu lugar.

Com 23 anos, finalmente me formei em fonoaudiologia.

Foi um puta processo de adaptação pra mim mas finalmente conclui minha graduação.

Segurei a mão da minha namorada que estava sentada ao meu lado e ela sorriu pra mim.

Maria Ísis tem 25 anos e me conquistou desde nossa primeira troca de olhares quando entrei em nossa turma.

Ela entende e aceita muito bem o fato de eu ter autismo, nunca me forçou a nada e sou muito grato por isso.

Beijei sua mão e ela deitou a cabeça no meu ombro.

Por incrível que pareça, tivemos todas as nossas primeiras vezes juntos, primeiro vez andando de mãos dadas, primeiro beijo e primeira transa.

O que foi maravilhoso por que descobrimos muitas coisas juntos, temos uma sintonia fora do comum.

Fiquei fazendo carinho na mão dela até o final da cerimônia.

Então descemos juntos e fomos recebidos por nossas família com muito choro e carinho.

Meus pais estavam tão emocionados que mal conseguiam falar.

Meus irmãos ficaram me sacaneando e minha irmã só chorava e falava o quanto estava  orgulhosa de mim.

Abracei os trigêmeos que estavam quase do meu tamanho e então abracei meus outros sobrinhos também.

No total agora tenho 7 sobrinhos.

Por parte do meu irmão mais velho são os trigêmeos, Vitor, Kauan e Sophia com dezesseis anos, e a mais nova que é a Cecília com apenas quatro.

Por parte da Isabella tem a Heloise com quatorze anos, o Lorenzo com nove e o Lucca com apenas três.

O Henrique não tem filhos, não por enquanto, mas está noivo e sinto que não vai demorar muito pra vir um bebê.

Peguei as flores que meu pai segurava pra mim e caminhei até minha namorada.

- Amor! - Ela exclamou chorosa e segurou meu rosto entre as mãos.

- Te amo. - Sussurrei envergonhado e ela sorriu toda boba, selando nossos lábios.

Entreguei as flores pra ela e abracei apertado.

- Te amo meu gatinho. - Disse com a voz baixa no meu ouvido e beijei seu pescoço cheiroso.

Cumprimentei os pais dela e também seu irmão, antes de voltar a ficar agarrado na mesma.

- Vamos? - Minha mae chamou e todos concordamos.

Como eu não gosto de festa, vamos todos apenas jantarmos lá em casa.

Fui junto com meus sogros e namorada, que ficou me dando beijos o caminho todo.

Sim, ela é manhosa pra caramba, assim como eu.

O Rique diz que ver a gente juntos é diabetes na certa.

Passei a mão por sua bochecha e suspirei, olhando igual um bobo pro sorriso dela.

- Que foi neném? - Perguntou baixinho e roçou os lábios nos meus.

- Sou completamente apaixonado por você. - Falei e ela choramingou manhosa.

- Eu também sou apaixonada por você, muito mesmo. - Passou os braços pelo meu pescoço e me puxou para um abraço.

Afundei meu rosto em seu pescoço e cheirei aquela região.

Sou viciado nesse cheiro único que ela tem.

Assim que chegamos em minha casa, fomos para meu quarto trocar de roupa.

Ela já tinha deixado algumas coisas aqui, então só trocou o vestido longo por um mais curto.

Eu tirei aquela roupa social e coloquei uma bermuda jeans e uma camiseta qualquer.

Descemos juntos novamente e deixei um beijo em seu rosto, antes de ir ficar com meu pai e o restante dos homens perto da churrasqueira.

- Ah olha ai o nosso formando. - O Nicolas falou e me abraçou pelo pescoço. - Quando tu era pequeno vivia falando que ia virar doutor e olha pra ti agora.

Eles riram e eu sorri de lado.

- Orgulho do pai. - Meu velho disse e sorri ainda mais pra ele.

- Obrigado por me incentivarem e me ensinarem que não sou inválido só por ter autismo, bem pelo contrário, sempre me mostraram que meu espectro é mais uma qualidade do que um defeito como os outro imaginam ser. - Falei olhando pra cada um deles, até pro meu sogro.

O cara desde o primeiro momento, me tratou com respeito e procurou se informar sobre o que era realmente o autismo junto com minha sogra.

Estiveram lá pra me incentivar e me acolher sempre que precisei.

Suspirei indo abraçar meu pai e ele passou a mão no meu cabelo.

- Principalmente você, te amo pra caralho. - Falei baixo e ouvi ele fungar.

- Tudo por vocês. - Falou baixo e beijou minha cabeça.

Tudo pelos nossos sempre e pra sempre.

Fim.

Quando Você ChegouOnde histórias criam vida. Descubra agora