Capítulo 13

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• Nicolas Andrade Di Fiori •

Olhei novamente pra Isabella que nem olhou na minha cara depois que a Raquel grudou no meu pescoço.

Estávamos todos conversando de boa e do nada a garota chegou e sentou no meu colo.

Eu não ia tirar ela né? Fiquei mó sem jeito de fazer isso na frente de todos.

Olhei pro Davi que me olhou de relance e negou com a cabeça.

- Gatinho, vou pra aula, mais tarde a gente se vê no treino. - Raquel disse e me deu um selinho.

Fiquei completamente sem reação, só vendo ela se afastar.

Todos levantaram e eu acompanhei o Davi pro nosso prédio.

- Tá vacilando cara, ninguém suporta a Raquel, ela já fez muito mal pra Isa. - Ele disse e olhei pra ele na mesma hora.

- O que ela fez? - Perguntei engolindo em seco.

- Vou te contar por que sei que ela não vai falar contigo. - Ele respirou fundo e parou na porta da nossa sala, me puxando mais pro lado. - Ano passado quando a Isa entrou na faculdade, eu ficava com a Raquel e tu sabe que eu e a Isa temos uma amizade bem chegada, assim como todos nós na verdade. - Ele respirou fundo e cruzou os braços no peito. - A Raquel surtou achando que a Isa tava dando em cima de mim, mesmo eu falando que ela era minha prima. Ela começou a xingar e rebaixar a Isa, falando que nunca que alguém iria preferir uma pessoa com a cor de pele da Isa em vez da dela. Mandava mensagem anônima pra ela no instagram chamando ela de vagabunda gorda. Fez um garoto que na época tava ficando com a Isa, dar um pé na bunda dela falando que ela era feia e gorda e só tava com ela por que ela transava gostosinho. Entre várias outras coisas. - Ele passou a mão no cabelo e eu ja tava abismado com tudo aquilo. - Quando a antiga capitã do time delas se formou, elas iam fazer o teste pra assumir o lugar vago e a Raquel trancou ela dentro do vestiário. Nos achamos estranho ela não aparecer no teste e o Felipe foi atrás, encontrando ela lá. Foi quando ela cansada de passar por tudo aquilo sozinha, contou pra gente e eu terminei meu rolo com a Raquel no mesmo dia.

- Caralho irmão, não fazia ideia disso. Ela só tinha me dito que não suportava a Raquel mas nunca pensei que essa garota chegaria a isso por rola. - Passei a mão na cabeça frustrado.

- Antes de falar com a Isa, manda essa garota pra merda. - Ele disse a bateu no meu ombro, entrando na sala em seguida.

Respirei fundo e segui ele.

...

A merda toda não saia da minha cabeça e decidi acabar com aquela palhaçada antes do treino dela, então mandei mensagem pra Raquel e me encostei na frente do meu carro.

Logo ela apareceu e veio querendo me beijar, afastei ela com cuidado.

- Que foi gatinho? - Ela perguntou passando as unhas pelo meu peito.

- Não gostei do que tu fez hoje na hora do almoço, quero que tu pare de me procurar e mandar mensagem. Isso aqui na vai rolar. - Fui direto e apontei pra ela e pra mim, mostrando que eu e ela não existe.

- Como assim Nicolas? Do nada essa merda? - Ela perguntou bufando e jogou o cabelo longo pra trás.

- Não tenho que te dar explicação nenhuma, só some da minha frente e esquece que eu existo. - Virei as costas pra ela e entrei no carro, vendo ela me fuzilar com os olhos e então sair andando batendo o pé.

Respirei fundo e passei as mãos no rosto, antes de dirigir pra casa.

Entrei em casa e sorri vendo as malas na sala.

- Mãe? Pai? - Perguntei alto e logo vi minha baixinha correndo, com os cabelos loiros voando.

- Amor da mamãe. - Ela me abraçou apertado e retribui, beijando o a bochecha dela todinha. - Aí que saudade do meu bebê.

- Também tava mãe. - Me afastei pra olhar pro rosto dela e então abracei meu pai.

- Ficou bem sozinho? - Ele perguntou e passou a mão no meu cabelo.

- Sim, foi de boa. Só fiquei com saudade dos meus velhos. - Ri da cara que eles fizeram.

- Me respeita menino. - Minha mãe bateu no meu braço e me puxou pra cozinha.

- Vem que a mamãe fez bolo pra você. - Ela me fez sentar na mesa da cozinha e colocou um pedaço de bolo no prato da minha frente.

- Pô mãe, tudo que eu precisava. - Sorri pra ela e a abracei, beijando sua barriga.

Vi que ela arregalou os olhou e olhou pro meu pai.

- Ih que foi? - Cruzei os braços olhando pra ambos.

- Tua mãe tá grávida. - Meu pai disse do nada e minha mãe bateu no braço dele.

- Porra Ricardo, te falei que queria contar com calma. - Ela dizia enquanto batia nele e eu tava com os olhos arregalados.

- Mãe, sei que a senhora é nova ainda mas não é perigoso? - Perguntei me acalmando do susto mas ainda preocupado com ela.

- Filho, você sabe que quando engravidei de ti, foi um susto enorme, eu tinha só 18 anos na época e namorava com teu pai a apenas 1 mês. Tínhamos recém começado a faculdade e com ajuda dos teus avós, conseguimos cuidar de ti e te criar. - Ela sentou na cadeira do meu lado e passou a mão no meu cabelo. - Faziam anos que eu estava tentando engravidar mas só aconteceu agora. Eu tenho 41 anos e a doutora  que me atendeu lá em Fortaleza disse que tá tudo bem, que minha saúde tá perfeita e o bebê está bem também. - Ela disse e eu abracei dela, beijando sua cabeça.

- Quanto tempo? - Perguntei e olhei pro meu pai que se aproximava.

- Tô de 10 semanas já, dois meses. - Ela sorriu boba e sorri de volta, colocando minha mão na barriga dela.

- Vou ter um irmão ou uma irmã então? - Senti meus olhos encherem de lágrimas e ela assentiu, me olhando toda boba. - Caralho.

Abracei ela e meu pai abraçou a gente apertado, passando a mão no meu cabelo.

- O melhor de tudo é que estamos aposentados e vamos poder cuidar da saúde da mamãe do jeito certo. - Meu pai disse e eu assenti.

- Amo vocês pra caralho. - Disse e eles beijaram minha cabeça.

- Amamos você filho. - Disseram juntos.

...

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