Capítulo 76

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• Isabella LeBlanc Sanchez •

Parei na fila da lanchonete com meu copo em mãos e logo senti um corpo atrás do meu.

Me arrepiei com o beijo que foi depositado no meu pescoço e me afastei.

- Sai. - Disse cruzando os braços e evitando olhar pro Nicolas.

- Só um cheiro vai minha gata. - Ele me abraçou por trás e tentei sair de seus braços mas ele me apertou e cheirou meu pescoço com vontade.

Só então me soltou, me virei e fuzilei ele com o olhar.

Ele umedeceu os lábios e deslizou o olhar pelo meu corpo todo.

- Não me olha assim. - Apontei o dedo pra ele e me virei de novo, logo sentindo seu corpo encostado atrás do meu.

- Mó ruim dormir sem você. - Ele disse baixinho do pra mim e senti sua mão brincando com as pontas do meu cabelo.

- Fazer o que né?! - Dei de ombros e sorri pra moça do café, entregando meu copo pra ela.

O Nicolas entregou o dele também e pagou, logo depois fomos adoçar os mesmos.

Sai da lanchonete com ele atrás de mim e tomei um gole, indo até nosso grupo.

Meu irmão olhou sério pro Nicolas e voltou a prestar atenção na Luísa que fazia carinho na barriga e estava sentada no banco.

- Bom dia. - O Pedro disse pra ele que sorriu de lado e cumprimentou todos.

Peguei minha mochila no chão e coloquei no ombro, arrumei o solitário da minha aliança que foi parar pro lado, entre meus dedos e bebi mais do meu café.

- Acho que vou começar a fazer aulas de casa. - A Luísa disse e suspirou, levantando com dificuldade. - Tô com muita dor nas costas, vou na reitoria e ir embora.

Todos concordamos e vimos o casal se afastar com calma.

- Vamos? - Chamei a Sarah e ela deu um beijo no Davi.

Bebi mais um gole do meu café e segurei a mão dela caminhando pra longe.

- Ele te explicou o que aconteceu? - Ela perguntou e eu assenti, contando tudo pra ela seguida.

Entramos no prédio e fomos pra sala, nos sentamos lado a lado e ela tinha a boca aberta em choque.

- Meu Deus, que sem noção essa menina e olha amiga você tem todo o direito e está super certa em dar esse gelo nele. Também está certa de estar se dando um tempo pra absorver tudo. Relacionamento não é fácil mas tomar decisão de cabeça quente é foda, você tá sendo bem madura pra sua idade. - Ela disse e eu sorri de lado.

- Ao mesmo tempo que me sinto idiota por dar essa chance pra ele mudar, me sinto bem em saber que ele realmente não quer desistir de nós. - Dei de ombros e brinquei com minha aliança. - Minha mãe disse que homem só aprende quando leva um tranco, quando tá no limite, com meu pai foi assim. E como realmente preciso desse tempo pra não surtar por ele ter me escondido coisa e ter me tratado mal, deixo ele também absorver tudo que fez e aprender, dando um susto pra ele ver como seria ter que viver sem mim. - Sorri da lado pra ela que riu de leve.

- Certíssima amiga, aproveita pra se cuidar agora. - Ela beijou meu rosto e viramos pra frente, com a entrada da professora na sala de aula.

...

Parei em frente à entrada do estacionamento e olhei pro lado vendo que meu uber estava perto.

- Morena? Ta fazendo o que aí? - Ouvi a voz do Nicolas e olhei em sua direção.

- Esperando o uber.  Falei simples e vi no celular que o carro se aproximava.

- Eu te levo, não precisa de uber. - Ele chegou mais perto e eu neguei com a cabeça.

- Se cuida. - Pisquei pra ele e caminhei até o carro que parava em minha frente.

Entrei no banco de trás mesmo, cumprimentando o motorista e coloquei a mochila de lado.

Hoje tenho estágio, são três vezes por semana.

Tô cumprindo minhas horas em um restaurante de comida vegana, é simples, pequeno, mas tô adorando.

Não levou muito tempo e eu cheguei, agradeci o motorista e pulei pra fora do carro com minha mochila.

Entrei pela porta lateral e fui direto pro banheiro dos funcionários me trocar.

Coloquei meu uniforme e guardei a mochila no armário.

Só então fui até a cozinha e sorri cumprimentando todo mundo.

Dali em diante minha chefe não me deu descanso, fiz de tudo um pouco, cortei tempero, fiz molho, cuidei forno, ajudei com s sobremesa, abri massa caseira de marcarão, lavei louça, cuidei a grelha..

Foi uma correria, mesmo sendo um lugar simples, tem muito pedido do ifood, então realmente não tem um minuto pra parar e respirar.

Quando sai do restaurante já eram 22h passadas.

Meu pai me esperava na frente do mesmo e assim que entrei no carro, respirei fundo.

Beijei o rosto dele e peguei meu celular, respondi o Nicolas rapidamente que perguntava se já estava indo pra casa e guardei o celular de novo na mochila.

- Tá gostando filha? - Meu pai perguntou e eu sorri.

- Muito, mesmo que seja bem cansativo, me sinto realizada. - Deitei a cabeça no banco e fiquei olhando pra ele, que agora tinha um sorriso orgulhoso no rosto.

- Quando você era pequena, eu sabia que você ia querer trabalhar com isso. Vivia ajudando sua mãe a cozinhar. - Ele disse e rimos juntos.

- Sou apaixonada nesse mundo culinário. - Suspirei feliz e ele me olhou rapidamente.

- Fico feliz que esteja realizando seu sonho então princesa, nada me deixa mais feliz do que ver meus filhos felizes. - Ele disse e eu sorri boba.

- Um paizinho desses, ainda bem que é só meu mesmo. - Fiz carinho nos cachinhos dele que sorriu todo manhoso.

É um grande homem? É sim, mas é um dengoso.

Minha mãe que ama esse grude dele.

...

Bom dia <3

Quando Você ChegouOnde histórias criam vida. Descubra agora