Capítulo 14

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• Isabella LeBlanc Sanchez •

Parei na fila da lanchonete e passei a mão no meu cabelo.

- Podemos conversar? - Ouvi a voz do Nicolas atrás de mim e me virei pra ele, assentindo.

Ele apontou pra frente e me virei de novo, fazendo meu pedido de café e dando meu copo pra moça arrumar ele.

Paguei e fiquei mais ao lado adoçando o mesmo, esperando o Nicolas.

Quando ele terminou de colocar o açúcar no café dele, saímos juntos da lanchonete.

Me apoiei numa árvore e fiquei de frente pra ele.

- Sei que fiz cagada deixando aquela garota se aproximar. Tu já tinha me dito que não suportava ela e acabei errando feio contigo. Foi mal mesmo morena, não vai acontecer de novo. Prefiro mil vezes nossa amizade do que uma foda qualquer. - Ele disse olhando nos meus olhos e eu suspirei.

- Tu pode ficar com quem tu quiser Nicolas, só não quero aquela garota perto de mim. - Disse com firmeza e passei a mão no cabelo. - Ela já me fez muito mal, eu até já quis desistir do meu sonho da Gastronomia por conta das merdas que ela me fez e falou. Não só pra mim mas pro campus inteiro ela espalhou mentiras. - Engoli em seco e segurei as lágrimas.

- Eu sei, o Davi me contou ontem. - Ele disse e não fiquei surpresa, sei que ele e meu irmão fariam o possível e impossível pra manter essa garota longe de mim. - Só espero que nossa amizade possa voltar a ser como era antes.

- Isso eu não posso te afirmar agora, por que olha, eu tava bem afim de ti e agora eu só quero socar tua cara por toda essa merda. - Cruzei os braços e fiz bico.

Ele riu e se aproximou, senti as mãos dele na minha cintura e umedeci os lábios, olhando naqueles olhos azuis.

- Tava afim de mim é? Não tá mais? - Ele aproximou mais o rosto do meu.

- Não tô. - Disse sustentando seu olhar mas meus olhos se fecharam quando ele se abaixou e cheirou meu pescoço, me fazendo ficar de pernas bambas.

Corpo traidor do caralho.

- Tá arrepiada por que então morena? - Sussurrou rouco no meu ouvido e eu respirei fundo, descruzando os braços e deslizando as mãos pelo peito e barriga dele.

- Seu filho da puta. - Disse baixinho, deitando a cabeça pro lado enquanto ele roçava os lábios pelo meu pescoço e começava a dar leves beijos por ali.

- Cheirosa pra caralho. - Pressionou o corpo grande no meu e deixei um gemido baixinho escapar quando ele mordeu minha orelha.

Porra. Meu ponto fraco.

Ele se afastou do meu pescoço e eu abri os olhos, encontrando os dele mais escuros enquanto tinha uma das mãos na minha garganta agora.

Quando foi que ele colocou ela ali?

- Te vejo mais tarde no treino. - Apertou meu pescoço com firmeza e minha buceta contraiu, ele se aproximou e deixou um beijo no canto da minha boca antes de se afastar e ir embora.

Eu me segurei na árvore, respirando com dificuldade.

Que porra foi essa?

...

Corria pela quadra já no final do treino e sentia meu corpo pedindo uma pausa, enquanto eu pingava suor.

Assim que ouvi o apito do treinador, parei com as mãos nos joelhos e respirei fundo.

- Se tu acha que vai tirar o Nicolas de mim, tá muito enganada. - Ouvi a foz da Raquel e me levantei, olhando pra ela.

- Garota se enxerga, pleno 2023 e tu com rivalidade feminina por causa de macho? Se ele te deu um fora, a culpa é totalmente sua, consequências dos seus atos. - Soltei meu cabelo do rabo de cavalo e prendi de novo.

- Eu vi a ceninha de vocês mais cedo no campus. - Ela cruzou os braços.

- E eu com isso Raquel? Tô pouco me fudendo pro que tu acha ou deixa de achar. Não sou mais a bobinha que deixava tu pisar em cima. - Me aproximei dela e apontei o dedo na cara da mesma. - Se tu entrar no meu caminho de novo ou vir tentar me foder, eu te arrebento. Tô cansada dessas merdas de uma mimada com 25 anos na cara. Vê se cresce de uma vez.

Virei e sai andando, deixando ela de boca aberta pra trás.

Entrei no vestiário e tomei meu banho, antes de ir até meus amigos e irmão.

- Bora lá pra casa? Vou fazer um bolo pra gente. - Sorri pra eles e abracei o corpo enorme do Davi.

- Opa, tô morto de fome. - O Pedro disse fazendo a gente rir, abraçado na Manu que estava em seu colo.

Todos levantaram e fomos juntos pro estacionamento, olhei pra trás e umedeci os lábios notando o olhar do Nicolas na minha bunda que era coberta por um shorts jeans clarinho e bem curto.

Ele olhou pra cima e me encontrou olhando pra ele, passou a mão no queixo e sorriu de lado.

Dei uma risada baixa e voltei a olhar pra frente.

Entrei no carro do meu irmão, no banco de trás e deixei a Luísa ir na frente com ele.

Peguei meu celular e fui assistindo uns stories até chegar em casa.

Mal entrei em casa e ouvi a voz do Henrique.

- Vamo Samuca. - Ele disse e vi os dois correndo pra fora com a bola na mão.

Nosso Rique estava 100% de volta, calmo, atencioso e amoroso.

Larguei a mochila no sofá e deixei que o Felipe recebesse nossos amigos, enquanto eu ia pra cozinha lavar as mãos e começar a fazer o bolo.

Todos chegaram e se reuniram na cozinha, conversando e rindo alto.

...

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