Odeio gostar de você, Tom.

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1 dia atrás.

Não sei porque aceitei ir à essa festa. Não tenho nada para vestir. Tom teve a ideia. Claro que não aceitei quando ele pediu, o resto do pessoal que me convenceu. Estar em locais cheios me causa nervosismo. Mas vou aguentar pelos meninos.

Visto uma calça jeans apertada e uma blusa de alça branca com a Hello Kitty estampada, é claro, por último calço meu all star branco. Faço apenas uma pequena trança e deixo o resto do meu cabelo solto. Tokio Hotel está nos esperando do lado de fora. Desço as escadas e vejo Gui com suas melhores roupas. Seu cabelo castanho está despenteado o que o deixa mais atraente. Gui entra no carro e vou correndo ao banheiro porque esqueci de passar rímel. Minha marca registrada. Do banheiro ouço Bill gritar:

- Vamos logo Cinderela. Já é quase meia noite.

Entro no carro e vamos à festa.
Está lotado. Sinto calafrios e Tom me dá um soquinho ao sair do carro.

- Relaxa gatinha - diz ele estendendo a mão para que eu possa sair.

Assim que entramos, várias garotas vão para cima dos meninos. Soltando gritos de alegria ao ver Tokio Hotel ali reunida. Vejo Tom Kaulitz em seu habitat natural, abraçando as garotas e tentando sair do meio delas.

Fico pra trás, perdendo os meninos de vista. Vou até um sofá e sento entediada. Essa música alta me dá dor de cabeça. Essas pessoas me dão dor de cabeça. De repente What is Love começa a tocar, minha música preferida do momento. Bill surge do meio da multidão e me leva pra dançar. Chegamos onde o resto dos garotos estão e vejo Tom dançado com uma loira. As amigas dela não parecem gostar muito.

- Se solta vai. Dança gatinha Dança - Bill sacode meus ombros. Imito seus movimentos.

Até que não é tão ruim assim dançar em meio à tanta gente. Começo a pegar o ritmo da música e danço do meu jeito. Sinto ela penetrar e danço até não poder mais. Sinto como se só estivesse eu e a música. A música e eu.

Meus devaneios são interrompidos por um garoto qualquer agarrando minha cintura. Ele me segura porta trás e não solta.

- Me larga - digo tentando me soltar.

- Qual é garota. Você estava dançando lindamente - ele passa a mão pela minha coxa e sussurra em meu ouvido - Adoraria acompanhá-la.

Lhe dou uma cotovelada assim que sinto sua mão boba descer até o zíper de minha calça. Consigo me soltar desse pervertido, passo empurrando todos à minha frente procurando rostos conhecidos. Estou desesperada e quero ir embora. A cada minuto que fico aqui dentro sinto uma dor intensa em minha cabeça. Sinto que vai explodir. Não consigo respirar.

Saio pela porta e escuto uma voz me chamando. Só quero sair desse lugar. Sento no meio fio tentando me acalmar. Sinto uma mão em meu ombro e levo um susto. Lhe dou um soco antes que possa ver quem é. Tom está massageando sua bochecha ao meu lado com uma garrafa de Gin pela metade. Ele arfa de dor.

- Calma gatinha só quero ajudar - ele arregala os olhos com medo de que eu o bata novamente - te vi correndo e vim atrás, você parecia estar mal.

Ele está em uma distância razoável, me dando o espaço que preciso.

- Você estava se divertindo lá. Por que se importa em saber como estou?

- Nós vamos conviver bastante agora que você e seu irmão vão trabalhar com a gente - ele toma mais Gin de sua garrafa - e precisamos conviver em harmonia.

- Você querendo conviver em harmonia? Até parece. - solto uma gargalhada.

- O que? Só porque gosto de confusão você acha que não quero ter uma relação boa com você? - ele bebe o resto de Gin olhando pra mim - você podia colaborar não sendo tão chata comigo.

- Há. Você faz coisas que merecem ser julgadas. Então sou chata sim.

- Quem julga é Deus não é? - diz se aproximando mais de mim. Nossas pernas estão encostadas - você é algum tipo de deusa? Porque você só deve ser do céu por tamanha beleza.

- KKAKDKKKKK você chama isso de cantada? me parece que está enferrujando. Ou é porque você está bêbado. - digo rindo da cara dele - o que você fez para suas peguetes não te seguirem?

- Disse que ia mijar. Algumas até se ofereceram mas recusei o convite. Mesmo sendo muito tentandor - Tom está com um sorriso malicioso no rosto - você já namorou?

- Não. Acho que as pessoas não gostam muito do meu jeito e acabam me evitando - olho para o meus tênis - E você já?

- Já. Mas não durou muito tempo. Uma das minhas namoradas o Bill roubou sabia? - ele ri da própria desgraça - me diziam que eu era infiel.

- Sério? Nossa não sabia disso - digo sarcasticamente mas então vejo que ele ficou magoado - ah... foi mal, não queria...

- Tudo bem. É algo pra se desprezar, sou cheio de imperfeições. - ele me parece triste.

- Mas dá pra gostar de você mesmo com suas imperfeições. Você além de bonito é engraçado e... engraçado - tento ajudar.

- KKKKKAKKK. Obrigada são muitas qualidades. Vou te contar algo que nunca contei para as garotas que converso - seu olhar ficou sério de repente - apesar de eu fingir ser sociável e pegador, na real sou muito tímido com as garotas.

- Você deve estar brincando. Espera... é sério mesmo? Você esconde muito bem.

- Eu sei. Mas você não esconde não é? Te vejo ficar vermelha quase sempre quando falo com você. Viu - ele aponta para minhas bochechas. Tocando-as.

Estamos próximos de mais. Olho para seus lábios e ele olha para os meus. Tom se aproxima lentamente me dando chance de recuar. Não recuo. Seus lábios encontrão os meus.
Sua mão vai até atrás de minha cabeça me aproximando mais. Sinto sua língua em minha boca. Nosso beijo está tranquilo e lento. Aprecio cada minuto. Cada movimento que Tom faz. Um beijo sem mão boba. Um beijo romântico. Ele se afasta e olho para suas pupilas dilatadas. Meu coração está pulando de emoção. Tom diz que vai pegar mais uma bebida. Ele sorri pra mim e se levanta. Me diz para esperar.

Se passa cinco minutos. Dez minutos. Meia hora e nada dele. Me levanto e tomo coragem pra entrar lá novamente. A música atinge minha cabeça como marteladas. Tento evitá-las. Percorro meus olhos em busca do garoto de piercing. E então vejo.

Tom está beijando outra garota. Olhando da mesma forma que estava me olhando. Meu chão desaba. Vou até ele sem me preocupar com a música. O empurro e olho nos fundos de seus olhos.

- Eu te odeio Tom. Odeio o fato de gostar de você - lágrimas brotam em meus olhos - aquilo que aconteceu lá fora não significou nada pra você? Você é um merda e eu te odeio e odiarei até...

Então ele vomita em mim. Vomita e começa a rir. As garotas ao seu redor o levam para se limpar. Vou ao banheiro e limpo minha blusa. Minha segunda blusa favorita da Hello Kitty.
Vou até Gui que está dançando com Bill, digo que estou mal e irei pra casa com um taxi. Ele diz que vai me acompanhar mas recuso.

Não quero que ele me veja chorando no carro. Chorando por Tom.




Meu Imperfeito Amor - Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora